As ruas das cidades em cinco continentes pegam fogo.
Multidões furiosas tomam conta de praças, largos e ruas. Atacam, queimam e
destroem prédios públicos. Multidões destilam mortos todos os dias. A violência
é ampla por onde a desesperança, o desemprego, a falta de meios se estabeleceram.
Em Caracas, em Kiev, Saravejo, em Bangcoc o mundo assiste a
um febril sintoma que uma grande insatisfação permeia as pessoas. Guerras civis
explodem para todos os lados, na Líbia, na Síria, no Iêmen e cruzam continente
de Ocidente a Oriente de Norte a Sul.
Ao mesmo tempo manifestações de intolerância, de natureza
fascista, acontecem nos EUA, em Israel, na Europa, no centro da África e na
Ásia. Aqui no Brasil ela ainda se encontra num estágio de pequenas explosões
mas os sinais desta revolta podem aderir a movimentos maiores.
Os Estados Nacionais se enroscam em suas próprias
fronteiras. O drama da migração entre o Norte da África e a Europa já atingiu
uma dimensão em que a civilização caiu por terra: isso em Lampedusa e no Canal
de Gibraltar. Agora a Suíça cria um grande mal estar com a comunidade Europeia
por meio de plebiscito que restringe a migração.
Não há um sistema monetário alternativo ao combalido dos
dias atuais. Os líderes estão correndo em busca de compensar as fragilidades
com a tentativa de formar blocos econômicos, além das velhas propostas, agora
surge a ideia do Acordo Transatlântico para se contrapor ao Pacífico.
Não existe governança
financeira e nem produtiva. Não existe uma governança para a crise. As pessoas
estão se matando, desesperadas e não surge nenhuma condução política que
fomente mudanças coletivas que supere o modelo predatório em que todos viramos
mercadoria. Ainda pior, mercadoria vendida na bacia das almas.
As ruas incendiadas vão buscar soluções. Se as lideranças políticas
e os partidos, especialmente os de esquerda, pararem de lutar, logo veremos o
fundamentalismo tomar conta da desordem estabelecida.
E não nos enganemos: este fogaréu todo é anticapitalista.
Ele não é mais capaz de oferecer aquilo que na falta desespera as pessoas.
Pode, a exemplo, do partido Nazista, tomar conta da situação e fazer um
capitalismo regimental com necessidade de beber continuamente na fonte do ódio,
da perseguição e do inimigo interno.
O crescimento do fascismo é sintoma da revolta e do fracasso
da esquerda em mobilizar o povo neste estado de desespero que destrói e pode
alienar. Isso sem esquecer a manipulação contínua dos governos. Especialmente
da grandes potências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário