TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Explosões, balas, chamas, cinzas e corpos humanos - José do Vale Pinheiro Feitosa

As ruas das cidades em cinco continentes pegam fogo. Multidões furiosas tomam conta de praças, largos e ruas. Atacam, queimam e destroem prédios públicos. Multidões destilam mortos todos os dias. A violência é ampla por onde a desesperança, o desemprego, a falta de meios se estabeleceram.

Em Caracas, em Kiev, Saravejo, em Bangcoc o mundo assiste a um febril sintoma que uma grande insatisfação permeia as pessoas. Guerras civis explodem para todos os lados, na Líbia, na Síria, no Iêmen e cruzam continente de Ocidente a Oriente de Norte a Sul.

Ao mesmo tempo manifestações de intolerância, de natureza fascista, acontecem nos EUA, em Israel, na Europa, no centro da África e na Ásia. Aqui no Brasil ela ainda se encontra num estágio de pequenas explosões mas os sinais desta revolta podem aderir a movimentos maiores.

Os Estados Nacionais se enroscam em suas próprias fronteiras. O drama da migração entre o Norte da África e a Europa já atingiu uma dimensão em que a civilização caiu por terra: isso em Lampedusa e no Canal de Gibraltar. Agora a Suíça cria um grande mal estar com a comunidade Europeia por meio de plebiscito que restringe a migração.

Não há um sistema monetário alternativo ao combalido dos dias atuais. Os líderes estão correndo em busca de compensar as fragilidades com a tentativa de formar blocos econômicos, além das velhas propostas, agora surge a ideia do Acordo Transatlântico para se contrapor ao Pacífico.

 Não existe governança financeira e nem produtiva. Não existe uma governança para a crise. As pessoas estão se matando, desesperadas e não surge nenhuma condução política que fomente mudanças coletivas que supere o modelo predatório em que todos viramos mercadoria. Ainda pior, mercadoria vendida na bacia das almas.

As ruas incendiadas vão buscar soluções. Se as lideranças políticas e os partidos, especialmente os de esquerda, pararem de lutar, logo veremos o fundamentalismo tomar conta da desordem estabelecida.
E não nos enganemos: este fogaréu todo é anticapitalista. Ele não é mais capaz de oferecer aquilo que na falta desespera as pessoas. Pode, a exemplo, do partido Nazista, tomar conta da situação e fazer um capitalismo regimental com necessidade de beber continuamente na fonte do ódio, da perseguição e do inimigo interno.


O crescimento do fascismo é sintoma da revolta e do fracasso da esquerda em mobilizar o povo neste estado de desespero que destrói e pode alienar. Isso sem esquecer a manipulação contínua dos governos. Especialmente da grandes potências. 

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