59 anos, idolatrado por uns e (literalmente)
odiado por outros, o ministro Joaquim Barbosa (vulgo Joaquinzão) anuncia sua
aposentadoria para o final de junho próximo, embora ainda pudesse ficar por
mais 11 anos atanazando a vida de muita gente, como integrante do Supremo
Tribunal Federal. Desapego ao poder ???
Acusado de complexado (por ser negro),
preconceituoso, autoritário e arrogante, a verdade é que Joaquinzão caiu nas
graças de muita gente em razão da disposição em “peitar de frente” quem se julgava
inatingível. Nem que (no caso do tal mensalão”), a fim de atingir os fins
colimados tenha tido que “importar” uma literatura jurídica (alemã) que, na
essência, ia de encontro à própria Constituição Federal, no tocante à “desnecessidade”
de provas para condenar alguém (bastariam as evidencias e suposições, para tal).
Que o digam José Dirceu, José Genuíno e outros peixes menores, atualmente trancafiados
na prisão da Papuda, em Brasília, em razão da ação conhecida por “mensalão”,
cujo relator foi o próprio.
Tal desempenho acabou guindando-o à
condição de autentico “pop star”, com aparições diárias na TV, jornais e
revistas, tanto que, mesmo sem nunca ter incursionado pela seara política,
conseguiu ser lembrado por cerca de 10% da população, quando perguntada sobre
em quem votaria para Presidente da República.
De temperamento forte e sem paciência
para “alisar” quem quer que seja (como se fora, sim, o “dono da verdade”), não
admitia sequer que os próprios colegas do Supremo discordassem das suas
posições, por mais sectárias e radicais que fossem, daí o costumeiro “quebra-pau”
com muitos dos integrantes da suprema corte (que o digam os ministros Ricardo
Lewandowski e Marco Aurélio Mello). Além do mais, tornaram-se contumazes suas brigas
e extremadas acusações com advogados outros e com as entidades representativas
dos magistrados.
Como não explicou as razões para “se mandar”
tão cedo, já começam a circular rumores de que tão prematura decisão teria a ver com a futura votação de um recurso sobre o “mensalão” (no
tocante à duração das penas), onde a derrota era certa, daí sua insatisfação e
decisão final.
Parece pouco, tal justificativa.
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