Apesar de já ter decorrido um tempo
razoável, a “bruma” que derrubou o avião do candidato Eduardo Campos (vitimando-o
e à sua equipe), parece não ter ainda se dissipado, e de forma surpreendente mostra
que poderá causar estragos, sim, na campanha da sucessora Marina da Silva (que houvera
disparado nas pesquisas).
É que, nem bem iniciada as burocráticas
investigações sobre quem era o proprietário do avião disponibilizado ao PSB e/ou
ao candidato, a “coisa” tomou um rumo inesperado, porquanto restou comprovado ter
havido o uso dos famigerados e abomináveis “laranjas” a fim de adquirir o
próprio.
Um adendo: em Recife, terra do
candidato Eduardo Campos, descobriu-se que duas empresas, a “Câmara &
Vasconcelos Ltda” e a “Vasconcelos & Câmara Ltda” (isso mesmo, só trocando a
posição das denominações) teriam sido usadas na transação de compra da
aeronave; e aí, no endereço onde funcionaria uma delas, numa favela periférica
da cidade, o repórter da TV foi encontrar um “pobre coitado” que, atarantado
ante a pergunta se teria contribuído financeiramente para a compra de um avião,
simplesmente mostrou-se indignado. Fato é que, extratos de depósitos bancários
mostraram uma intensa movimentação de dinheiro, com transferências milionárias entre
contas, objetivando a compra do avião.
Pois bem, na entrevista de 15 minutos
concedida nessa quarta-feira (27) ao Jornal Nacional (ao vivo), a candidata do
PSB Marina da Silva, após confirmar saber de um “empréstimo” para adquirir a
aeronave, demonstrou “extrema dificuldade” em responder sobre se achava “ético”
utilizar-se de “laranjas” para tal fim: e mais, já que ela se refere com tanta veemência
a uma “nova política”, da qual seria a precursora, foi-lhe indagado o que isso tinha
de “diferente”, em relação à “velha política” (“modus operandi”) dos adversários,
que ela tanto combate e recrimina. Marina gaguejou e não convenceu na resposta.
Ao repórter e tampouco aos telespectadores.
Num outro momento, enrolou-se toda
para responder o “porque” de, no pleito passado, em que concorreu à eleição
para Presidente (quando obteve quase 20 milhões de votos), ter ficado apenas em
terceiro lugar (com diferença de 30 pontos em relação ao primeiro colocado) em
sua terra natal, o Acre. Isso seria uma
espécie de “desaprovação” por parte daqueles que o conhecem mais de perto ???
Marina tergiversou e, de novo, não convenceu.
Enfim, Marina Silva, que no “debate”
televisivo da noite anterior teria se saído bem, conforme seus adeptos, dessa
vez mostrou-se despreparada quando questionada sobre questões prosaicas, mas que
não constam da sua cartilha doméstica.
No mínimo, “baixou a guarda” e
forneceu a senha para a investida dos adversários, em outros confrontos frente
a frente.
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