Ei você ai!
É!
Você mesmo!
Sabe tudo que você fez? Ralou no trabalho enquanto estudava.
Pagou caro o curso superior. Virou noite para fazer uma “pós”?
Fez concurso com pesada concorrência? Foi aprovado e assumiu
numa cidade diferente da que vivia? Que rala no trabalho, faz curso e tem muito
cuidado com o seu papel e sua função? Inclusive aquela nomeação para um cargo
de chefia?
Isso é meritocracia. Pelo menos no sentido funcional. Agora
olhe a seguir a história de um garoto que como muitos “amava os Beatles e o
Rolling Stones...”
Brincadeirinha. Nunca foi ao Vietnã. Viveu no conforto da
família e por ela foi alçado ao “mérito”.
Papai virou deputado federal.
Lá em Brasília. Com 17 anos, o filhinho meritoso assumiu
como secretário do gabinete parlamentar do papai. Papai fora eleito pela Arena.
Lembram dela?
São quatro anos de mandato. O meritório, para ser
meritocrata, precisava estudar.
E com muito sacrifício usava o teletransporte da Interprise
para cumprir o expediente na Câmara em Brasília, enquanto fazia faculdade no
Rio de Janeiro.
Menino aplicado terminou o curso.
Vovô é eleito Governador. Agora com um canudo na mão, aos 23
anos é nomeado como assessor do vovozinho. Nem a velha experiência de Vovô poderia
dispensar os méritos do jovem netinho.
Vovô é eleito, por eleição indireta, Presidente da
República. Netinho carrega a pasta pesada de vovô, aparece na mídia e é uma das
caras da morte precedente ao cargo para festa da mídia nacional.
Antonio Brito,
jornalista da Globo, suou para não perder a vez.
O vice de vovô assume e num gesto de mérito nomeia o
netinho, aos 25 anos, Diretor da Caixa Econômica Federal. E olhem que beleza de
ato:
Ministério da Fazenda
Decreto de 14 de maio
de 1985
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
de acordo com o artigo 11 do Estatuto da Caixa Econômica Federal, aprovado
pelo Decreto nº 81.171, de 3.1.78, RESOLVE
NOMEAR o Dr. Aécio Neves da Cunha Diretor da Caixa Econômica
Federal.
Brasília, 14 de maio de 1985, 164º da Independência e 97º da
República.
JOSÉ SARNEY
Francisco Neves Dornelles.
A segunda assinatura é do então Ministro da Fazenda do qual
a Caixa Econômica se subordinava.
É priminho do netinho meritoso: AÉCIO NEVES DA CUNHA.
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