Porque nasci ali. No único sítio que levava o nome do rio que corria em todo o seu terreno. Onde vi muito nascer de sol além de treze quilômetros de um belo canavial. E também a lua tomando o céu por trás dos morros onde um dia se ergue a visível estátua do Padre Cícero. Do meu lado esquerdo o Alto do Urubu, coberto de Mata Atlântica ali os pássaros e os urubus como memória do que um dia foi a matança em suas árvores se abrigavam aos mistério da noite.
A autêntica Batateira. Que carreguei como parte inseparável do meu território corporal, afetivo e memorial. Onde aprendi, onde ensinei, onde fiz e fui feito de brincadeiras de meninos, do povo como eu. Com coisas que saltam da língua, das piadas toscas, dos palavrões. Dos desarranjos. Da tosse, do defluxo, da sapiranga. Do tracoma que andava naquelas áreas úmidas como uma lembrança bíblica do Oriente Médio.
Do banho no rio. De fazer castelos em sua areia lavada. De deixar minha alta flutuando e rodando como um helicóptero feito as sementes que assim o eram. Como planadoras ficar mais tempo no ar até me afastar da árvore mãe. É assim que escute o comum da minha alma.
Assim como esta música de João Bosco e Aldir Blanc. Bandalhismo. Escutem só que samba gosto, que violão de roda. E prestem atenção à suave voz de Paulinho da Viola cantado o mundo real de nossas vidas. Só Aldir seria capaz de uma letra desta.
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