Eu sei que vou te amar - Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes - Canta Maysa
Prometeu sexual, sem tormentos, esvaziamentos ou o renascer
para depois esgotar-se. Não é assim como uma sentença. É uma nascença como a
alvorada e o entardecer de todo o universo sobre o panorama que a paisagem da
terra me oferece.
Prometeu, a forma da atração, a deidade que é a pele que
reveste todos os sentidos, os terminais sensitivos que confessam a
sensualidade. A força da gravidade que precipita matéria, energia e o insensível
um ao encontro do outro. Esta inconfessável individualidade em plena negação através
de um exercício aos píncaros do esgotamento. Um exercício de fusão absoluta.
Mas o abutre não é isso. Nem isso é o fígado de Prometeu. É outra
coisa e tantos pela vida pensam que não é. Mas não adianta dizer que é amor. Eu
sei que vou te amar. Por toda a minha vida eu vou te amar. Por tanta bile
secretada nestas etéreas relações que murcham, se esvaziam, como folhas soltas
nas soleiras das portas fechadas.
Tudo é outra coisa. Diferente do cansaço da lida. Das
amarguras, desconfianças e traições. Das negações, da covardia, do muito que
era e do pequeno que se mostrou. Tudo é diferente porque é o Prometeu Sexual.
A repetição desta maravilhosa fusão que antes do anoitecer
parece se esgotar e não se esgota nunca. Recomeça como esta força da consolidação.
Da qual civilizações apareceram, o futuro se constituiu e as forças se
multiplicaram por todos os continentes.
Por todos os continentes como o conteúdo único dentro deles.
A gravidade que funde.
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