Fernando Henrique Cardoso piscou. Uma coisa é você atacar o
seu adversário político, especialmente se ele está exposto a mal feitos e estes
podem ser usados politicamente. Outra coisa, bem diferente, é você insinuar,
fazer movimentos ofídicos através das brechas das instituições para sugerir um
golpe de Estado. Ou seja, apregoar, difundir, insinuar, começar uma campanha de
impeachment da Presidenta Dilma.
Que as vespas das redes sociais façam isso, até por mera
atração do pólen, é um dado da realidade. Mas não se espera que Fernando
Henrique Cardoso, membro de uma tradição familia de patriotas e filho de
Leônidas Cardoso, além do seu histórico de perseguição por ditaduras, venha a
público fazer isso.
Mas foi a impressão que causou com um artigo que publicou na
grande imprensa e com o parecer, sem quê e nem para quê, de um arrivista do
parecerismo, sob encomenda de ninguém mais e ninguém menos que um advogado do
FHC e membro do Instituto que leva o nome do ex-presidente.
Hoje FHC na prática se defende de ser golpista. Tenta isolar
o seu advogado de sua própria postura. Tenta respondeR a Ricardo Kotscko que
diz FHC e o parecer eram o toque de clarim para o chamado “golpe paraguaio” (um
golpe que não é mais dado pelas forças armadas mas pelo poder jurídico).
Um dado. O impeachment de Fernando Collor de Mello não foi
dado pelo Poder Judiciário, mas pelo próprio Congresso Nacional. No Poder
Judiciário Collor foi absolvido de todas as acusações. O seu impedimento foi
inteiramente político.
E não tem ligação de causa e efeito, mas tem de sucessão por
consequência: FHC levou, na época, um “safanão” político de Mário Covas porque
estava já com um pé no governo Collor. Covas salvou o “democrata” de um enorme
desgaste político com a saída de Collor. Ao contrário, FHC virou Ministro do
Exterior e da Economia de Itamar Franco, pegou carona no Real e com a turma de
economistas do Plano, foi ser presidente da República para fazer a maior
privatização entre as feitas no mundo na época.
Pode ser que você acredite em conto da carochinha, sabendo
tudo o que sabe sobre a Petrobrás. Mas não acredite que FHC e sua turma foi uma
vestal na venda daquele enorme patrimônio público. Não acredite por uma simples
razão: ele foi associado com compra de votos para sua reeleição e em citação de
telefonemas com falcatruas na compra das empresas de telecomunicações.
Por isso, no dia de hoje, quando pronuncia uma frase cínica,
dizemos que ele piscou. Assim ele disse: “atribuir-me
ter dado um toque de clarim para pôr em marcha um chamado “golpe paraguaio”,
deposição dos governantes pela Justiça, que estaria sendo urdido pelas forças
antidemocráticas do nosso país. Diante desse disparate, sou obrigado a reiterar
o óbvio: sou e sempre fui intrinsecamente um democrata. Não será aos 83 que
mudarei essa convicção.”
Na última oração ele pisca integralmente: idade não prova absolutamente
nada. É apenas uma figura de retórica. Assim como fumou maconha e não tragou.
Como não acreditava e Deus e acredita. Igual como sentou-se na cadeira vazia de
prefeito a pedido de um repórter na véspera de perde aquela eleição.
Um comentário:
Então Collor deve ter uma reparação pelo o impeachment que sofreu. Muita gente que grita que o impeachment hoje é golpe participou ativamente do Fora Collor no passado, vejam o exemplo de Lindberg Farias. Quanto ao "conto da carochinha" o únicos que conheço são: "o comunismo deu certo" e o PT é o partido da moralidade e do povo.
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