Como
é do conhecimento geral, os ministros do tal Supremo Tribunal Federal são os
“campeões” em termos de remuneração no serviço público (a básica, sem incluir
penduricalhos de todos os matizes). E por ser algo comprovadamente exagerado,
as remunerações de outros servidores têm que seguir como parâmetro o recebido
pelas excelências togadas. Ninguém pode ultrapassar.
Não
satisfeitos, entre quatro paredes suas excelências capricham em itens outros,
que a sofrida população brasileira não tem o direito nem de sonhar. Tanto é que
recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu presentear os ministros e seus
assistentes com um novo, e caro, menu gastronômico.
Assim,
através do seu presidente, ministro Dias Toffoli, abriu licitação para
contratar um buffet que servirá banquetes dignos de palácios, tal o requinte,
por, pelo menos, um ano. Para isto, o contribuinte, que já lhes paga o salário,
vai desembolsar R$ 1,1 milhão. Vejam as iguarias exigidas pelo STF.
Ipsis
litteres (excluindo o grifo, nosso):
“PRATOS PREMIADOS - O refinado paladar dos
togados inclui pratos com medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada,
bobó de camarão, camarão à baiana, bacalhau a Gomes de Sá, arroz de pato, pato
assado com molho de laranja, galinha d’Angola assada, vitela assada, codornas,
carré de cordeiro, medalhões de filé, tournedos de filé com molho de mostarda,
pimenta, castanha de caju com gengibre e outras iguarias que o brasileiro comum
desconhece.
“BEBIDAS PERFEITAMENTE HARMONIZADAS - Conforme
o desejo do STF, as bebidas deverão ser perfeitamente harmonizadas com os
alimentos. Por isso são exigidos dois tipos de espumantes, o brut e o extra-brut.
Trata-se do método tradicional de produção, cuja maneira é praticamente
artesanal e de qualidade superior aos comercializados no varejo. O STF também
exige rótulos “que tenham ganhado ao menos quatro premiações internacionais”.
O brut deverá
ter maturação de pelo menos 12 meses, já o extra brut deverá ter 30 meses”.
Além
disso, “os vinhos deverão ter a variedade de seis tipos de uvas: Tannat,
Assemblage, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Para os
de origem Tannat, Assemblage e Cabernet Sauvignon, a safra deve ser a partir de
2010. Além disso, todos os vinhos devem ter ao menos quatro premiações
internacionais. O Tannat e o Assemblage devem ser obrigatoriamente
envelhecidos em “barril de carvalho francês, americano ou ambos, de primeiro
uso”.
“Os vinhos brancos, Chardonnay e Sauvignon
Blanc, também passam por um exigente crivo de qualidade: as uvas devem ser
colhidas manualmente, por exemplo. Já os uísques puro malte devem ter no
mínimo 12 anos. As cachaças que farão as caipirinhas devem ser maturadas em
“barris de madeira nobre” por no mínimo dois ou três anos.
“ATENDIMENTO DO BUFFET - De acordo com o
STF, a empresa que vencer a licitação deverá fornecer pelo menos 2,8 mil
refeições, entre almoço ou jantar, 180 cafés da manhã e 180 brunchs, uma
espécie de café da manhã mais reforçado e com maior variedade de alimentos.
Além disso, deverá haver três tipos de coquetéis que sirvam pelo menos 1.600
pessoas cada. A empresa também deverá disponibilizar um garçom para cada seis
convidados. Já nos eventos menores, é preciso um garçom para cada 10 pessoas”.
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Como
suas excelências dão expediente apenas três dias na semana (de terça a quinta
feira), moram em outros centros e apresentam uma produtividade que deixa muito
a desejar (omitindo-se em questões cruciais), a conclusão que se pode chegar é
que, na relação “custo/benefício” a nação é gravemente “lesada” por aqueles que
deveriam primar pela ética, retidão e moralidade.
Até
quando ???
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