Meses atrás, em plena Região Nordeste
do Brasil, deu-se uma luta intensa e acirrada entre os próprios Estados que a compõem,
e para a qual foram chamados a participar políticos de um modo geral (vereadores,
prefeitos, deputados, senadores e governadores, independentemente da filiação
partidária), associações de classe, empresários miúdos e de alto coturno, comerciantes,
comerciários, industriais, igreja e, enfim, a sociedade civil como um todo.
À época, o objeto de desejo ou
“prenda” (única) cobiçada por gregos e troianos era o HUB do transporte aéreo,
espécie de centro distribuição e transferência de voos para conectar os
passageiros até seu destino final. Em português límpido e cristalino, uma
maneira de incrementar e alavancar o turismo (nacional e internacional) no
Estado escolhido.
Pois bem, ao fim de refrega
tão disputada, o Ceará (e mais
especificamente sua capital, Fortaleza) foi o Estado escolhido para tal, em
razão de um aeroporto de padrão internacional, de Fortaleza ser uma cidade pujante e pulsante para satisfazer endinheirados
e exigentes visitantes e, fundamentalmente,
por ser o Estado geograficamente mais próximo da Europa.
Claro que a partir daí a nossa
“indústria sem chaminé” (turismo) cresceu espetacularmente, as belezas naturais
do Ceará alçaram um voo estupendo, a “gringarada brancosa” (europeus) descobriu
a beleza brejeira e morena das nossas mulheres (muitas contraíram matrimônio e
se mandaram), nossas praias passaram a fazer parte do “cardápio” das mais
exigentes agencias de turismo do mundo e, enfim, nossas então cambaleantes divisas
foram “marombadas” em
dólares, significativamente.
Tudo transcorria bem e de acordo
com o script estabelecido, quando recentemente se constatou que a bordo dos
portentosos “jumbos” internacionais que atravessam o Oceano Atlântico até aqui,
oriundos principalmente do continente europeu, um passageiro silencioso e indesejável
se fazia presente, o coronavírus, tão minúsculo (na verdade invisível) como
letal.
Refazendo sua trajetória mortal
(independentemente do quadro pandêmico que atravessamos), descobriu-se que em São
Paulo (turismo corporativo), Rio de Janeiro (carnaval) e Ceará (belezas naturais)
o “alienígena exterminador” encontrou campo fértil de propagação, daí o estrago
feito até aqui (os três estados pontuam as estatísticas de mortes até o momento).
Como, segundo dados oficiais
do governo do Ceará, só no mês de fevereiro pretérito desembarcaram no Estado
18.000 (dezoito mil) estrangeiros, não seria despropositado afirmar que provavelmente
muitos deles seriam hospedeiros do “alienígena exterminador”.
Essa outra face oculta da
moeda (turismo) num primeiro momento há de ser combatida com rigor em nosso
aeroporto internacional, através de uma fiscalização rigorosa dos que por aqui
aportam oriundos de outros países.
Afinal, de que adianta
incrementar nossas divisas, se junto vem um “alienígena exterminador” impiedoso.
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