TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O "GENOCIDA" - José Nilton Mariano Saraiva

Que o pernambucano Nelson Rodrigues foi uma proeminente figura do nosso jornalismo e um dos “experts” na dramaturgia brasileira, nenhum brasileiro em sã consciência tem qualquer resquício de dúvida (para tanto, é só “espiar o cardápio” de obras-primas de sua autoria).


O que pouca gente sabe é que Nelson Rodrigues incorreu numa atitude reprovável e imperdoável (em qualquer época ou ambiente), quando anunciou como se de sua autoria fosse a celebre frase... “se os homens de bem tivessem a ousadia dos canalhas, o mundo estaria salvo”. 


Na verdade, ele apenas remodelou (plagiou ou tomou emprestada sem pedir licença) a frase original, do escritor e primeiro-ministro britânico Benjamim Disraeli (século XIX), que havia dito: “o momento exige que os homens de bem tenham a audácia dos canalhas” (trocou-se “audácia” por “ousadia” o que, no frigir dos ovos, dá no mesmo).


Mas, independentemente do plágio (ou roubo intelectual) nunca ter sido denunciado, já que para Nelson Rodrigues convergiram todos os créditos, o fato é que, além de terrivelmente semelhantes (lato sensu), as duas versões se aplicam e encaixam como uma luva no atual momento brasileiro.

 

É que, com a chegada ao poder de Jair Bolsonaro, um desqualificado e inexpressivo deputado integrante do baixo clero da Câmara Federal (ambiente onde pululam o que há de mais abjeto e deprimente em termos de moralidade e honestidade) findou por vir à tona um “modus operandi” quadrilheiro digno da máfia italiana.

 

Comprovadamente ligado a “milicianos” de alta periculosidade (da sua cidade natal, Rio de Janeiro, um dos quais preso pela morte da vereadora Marielle Franco, a mando de alguém), Bolsonaro joga pesado e sem medir consequências, tanto que os generais mercenários dos quais se cercou desde que assumiu o trono se pelam de medo em sua presença e se deixam humilhar publicamente e sem nenhum constrangimento (aliás, como são fracos esses milicos). 


Despreparado, aético e analfabeto (em qualquer tema), Bolsonaro usa a “grossura” e o “falar alto” como uma espécie de inexpugnável blindagem para esconder suas amazônicas limitações (quer intelectuais como de caráter) conforme demonstrado restou na famosa reunião ministerial realizada no mês de abril, posteriormente veiculada pela mídia. 


Pretenso defensor do combate à corrupção, na realidade é um corrupto potencial e perigoso, junto com os “filhos numerais” (01, 02 e 03), todos envolvidos em falcatruas mil, seguindo à risca os ensinamentos do pai. 


Desumano e desprovido de escrúpulos, assumiu sem disfarce sua porção genocida, ao se negar, desde o começo da pandemia que infelicita o mundo, em combater o coronavírus, além de incensar seus bovinos simpatizantes a não ligarem para as recomendações dos maiores institutos e cientistas mundiais, sobre. 


O resultado é essa catástrofe que estamos a assistir: nesta data crepuscular do ano 2020 (31.12.20) apenas 10 meses após o surgimento do coronavírus por essas bandas, o Brasil acumula inacreditáveis 195.000 mortos, com tendência de alta exponencial (nos dois primeiros meses do novo ano a previsão é que a situação fuja de controle), em virtude, principalmente, do governo não só desestimular o uso da vacina (desde o começo), mas, também, não ter envidado qualquer atitude para adquiri-la. 


Assim, enquanto na Europa, Oceania, Oriente Médio, Estados Unidos, Rússia, China, Japão e nossos vizinhos Argentina, Chile, México, Colômbia, Costa Rica e até a Venezuela já iniciam o processo de vacinação em massa das suas populações, o genocida tupiniquim informa que não é o governo que tem que ir atrás das vacinas, mas, sim, os fabricantes é que devem vir oferecê-la.


Tivéssemos um Poder Legislativo (Congresso Nacional) sério e comprometido com o destino do povo, já teriam sido pautados para julgamento alguns dos 51 pedidos de impeachment lá protocolados, principalmente os que tratam de crimes de responsabilidade.


Tivéssemos um Poder Judiciário isento e não frouxo, o processo de afastamento ou interdição desse traste que está Presidente da República já teria sido acionado, porquanto motivos não faltam.


Ou só nos resta... “sentar no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”, conforme Raul Seixas deixou dito ??? 


Ô povinho merda esse nosso.

 

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