Um dia com certeza
Estende os braços magros
E pede os teus anos de volta
O teu peso agora é outro
Não está mais envolto em velhos lençóis
Eu compreendo, agora um pouco mais expurgado
O veneno enclausurado é pior
Por que mete mais medo
Antes de ti vieram àqueles desesperados
E vestiram de rede os seus olhos esbugalhados
Eu compreendo, as mãos inchadas a enxadadas
Os portões semicerrados,
Tão grandes, tão pesados,
Esperam por palavras semicaladas
Há um cemitério de amarguras aprimorado
Eu compreendo, o sol já vai alto
Agora as pedras são confidentes
Das águas que passam
Agora a fome já não é tanta
E as buganvílias parecem descansadas
Eu compreendo, o dorso é só um caminho
Tira a caserna das palavras
Pouco se sabe das terras mofadas
É bom que se diga que quase todos
Já abandonaram os ossos, agora são voláteis
Eu compreendo, já não posso mais te esquecer
Estende os braços magros
E pede os teus anos de volta
O teu peso agora é outro
Não está mais envolto em velhos lençóis
Eu compreendo, agora um pouco mais expurgado
O veneno enclausurado é pior
Por que mete mais medo
Antes de ti vieram àqueles desesperados
E vestiram de rede os seus olhos esbugalhados
Eu compreendo, as mãos inchadas a enxadadas
Os portões semicerrados,
Tão grandes, tão pesados,
Esperam por palavras semicaladas
Há um cemitério de amarguras aprimorado
Eu compreendo, o sol já vai alto
Agora as pedras são confidentes
Das águas que passam
Agora a fome já não é tanta
E as buganvílias parecem descansadas
Eu compreendo, o dorso é só um caminho
Tira a caserna das palavras
Pouco se sabe das terras mofadas
É bom que se diga que quase todos
Já abandonaram os ossos, agora são voláteis
Eu compreendo, já não posso mais te esquecer
Esse poema faz parte de um projeto, Alguns poemas consternados e outros nem tanto, a ser lançado ainda esse ano.
3 comentários:
Eis quem
Eu considero
Ao lado de Geraldo Urano
O maior poeta vivo do Cariri
Parabéns, Marcos
pela inteligência privilegiada e correta
Um tanto expurgado,
mesmo que a enxadadas,
quando o tempo já vai alto,
o caminho apenas dorso,
a alma vivida,
vestida de perdas,
inchadas com olhos esbugalhados,
uma espinha dorsal por caminho
e o poeta não esquece,
esquecer é o fim do verso,
é não ter vivido.
Palavras generosas, poeta, um grande abraço, cê sabe que essa lida é infinda.
José, você tem enchido esse blog de informações precisas, distribuído talento e sensibilidade.
Também muito generoso.
um abraço
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