TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Dos Repúdios

A esgrima da rejeição
É uma cárie no canino crescido
É por lá que passam as solas gastas
E o refluxo da solidão

Toda noite é assim
Quando o ar fica murmurando muros
E as vacas pisoteiam vagas para
Nascerem bezerros seus

Existe na multidão
Um ar de repúdio ao veja só
Nem que seja por um segundo
A farinha nega os farelos

E é justamente nessa hora
Que chega sempre Ramiro Flores
Com seus dentes de ouro
E sua úlcera que incinera a alma

4 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

A rejeição: é com ela que os camelos choram. A cápsula 32 perfura o cérebro de Eloá. Pois o amor mata e deixa dentro de si o cadáver inseparável deste embrólio entre eu e o outro. Afinal o amor só é feito histórico quando estas diferenças (eu e o outro) bem compreendidas anseia pela fusão. O amor apenas se realiza na fusão de tempo curto pois se maior é confusão. É como a úlcera que incinera a alma de Ramiro Flores.

Marcos Vinícius Leonel disse...

Pois é, grande José, a rejeiçao é tema ultramoderno, pelas próprias condições imateriais e materiais do homem. Roland Barths escreveu vários ensaios sobre isso.

Continua aí, homi, essa crônica do comentário!!!

abraços

Marta F. disse...

Sim, vamos continuar, quem sabe bate novo recorde de comentários. Um repúdio à rejeição, parece ser o melhor caminho para exterminá-la. Valeu, Marcos! Vamos em frente.

Marcos Vinícius Leonel disse...

Valeu Marta,
o repúdio faz parte da nossa espécie.

abraços