TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Contarei mais um segredo:
tenho outra alma.
E essa alma vem com a chuva.

Uma andorinha com as patinhas
sobre o fio de alta tensão -
não leva choque
nem está tristonha.

Os pingos da chuva
batem nela - e seu bico
sequer treme.

Pensativa,
em êxtase -
só espia.
E lá embaixo um lamaçal.

Tenho outra alma -
assanhada vem com a chuva.

Meu corpo sabe das suas exigências:
outra voz,
nova plumagem,
uma sopinha quente.

2 comentários:

socorro moreira disse...

Eu acredito nos desdobramentos da alma...
Lindo poema !

Carlos Rafael Dias disse...

Poeta,

Que o fogo queime a sarça que não consome:
a poesia sagrada dos deuses.

Grande abraço, irmão-camarada!