Presidente já discute com aliados, certo de que ex-ministro não será punido pelo STF por escândalo do caseiro.
Agência Estado - 7/3/2009 - 05h58
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BRASÍLIA - A bordo do Aerolula, no voo que o levou de Campinas a Brasília na última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado explícito para uma plateia de petistas e assessores palacianos sobre o nome da sua preferência para disputar o governo de São Paulo, em 2010: é o do deputado federal e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP).
Certo de que Palocci não será responsabilizado no Supremo Tribunal Federal (STF) pela violação direta do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, Lula já discute com aliados a candidatura do deputado ao governo paulista.
O presidente da República tem tratado do assunto com regularidade. No voo para Campinas, ele reiterou a sua posição em favor de Palocci numa conversa em que o interlocutor direto era o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) – mas o diálogo foi mantido diante de vários ministros e assessores especiais.
Trânsito
Lula disse ao senador Mercadante, outro potencial candidato ao governo paulista pelo PT, que Palocci é a pessoa que reúne as principais credenciais para tentar suceder ao governador José Serra (PSDB). Na opinião do presidente, Palocci é conciliador, consegue dialogar com a classe média, tem um bom trânsito com o empresariado paulista e sabe como abordar o povo. A outros interlocutores, Lula também costuma lembrar que o ex-ministro da Fazenda já demonstrou sua competência e lealdade.
Mercadante ponderou, no Airbus da Presidência, que, mesmo absolvido pelo STF, Palocci poderá enfrentar, numa campanha eleitoral muito disputada, a ressurreição do caso Francenildo e os processos que investigaram suas gestões na Prefeitura de Ribeirão Preto (1993-1996 e 2001-2002) – compras supostamente superfaturadas e suposto pagamento de propina nos contratos do serviço de limpeza urbana.
Pesquisa
Lula ouviu atento, mas disse que Palocci tem jogo de cintura e saberá sair das dificuldades. Segundo relatos repassados ao Estado, o presidente avalia que esse passado não é motivo para Palocci se intimidar. E, em frase emblemática, sentenciou: "Fosse assim, durante as denúncias do mensalão, eu teria ficado trancado no Palácio da Alvorada".
Segundo informações obtidas pelo Estado, pelo menos um instituto de pesquisa está preparando uma grande sondagem de opinião pública, em nível nacional, para medir a receptividade do nome de Palocci entre o eleitorado.
Publicamente, o presidente Lula evita tratar do assunto para não atrapalhar o julgamento do processo de Palocci, ou dar a impressão de que está pressionando o Supremo na sua decisão. Mas, reiteradamente, fala sobre as chances de Palocci assumir o cargo sucedendo a Serra.
Procurado, o senador Mercadante disse que não comentaria nenhum tipo de conversa mantida com o presidente da República. Negou até mesmo que tivesse tratado de candidatura Palocci com Lula.
No momento, Palocci é apontado como o único capaz de unificar o partido no Estado, além de contar com o apoio da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata à sucessão de Lula.
Há outros nomes no partido, como o do ministro da Educação, Fernando Haddad, mas eles só serão avaliados se o Supremo aceitar a denúncia do Ministério Público contra o ex-ministro.
Antecedentes
A trajetória política de Palocci sofreu um revés em 2006, quando estourou o escândalo do caseiro Francenildo, revelado pelo Estado. De acordo com Francenildo, Palocci era um assíduo frequentador da chamada mansão da "República de Ribeirão Preto", em Brasília. No local, pessoas ligadas ao então ministro e empresários de Ribeirão Preto beneficiados por contratos superfaturados com a cidade paulista, onde Palocci fora prefeito, fariam partilha de dinheiro.
O escândalo custou a demissão de Palocci em março de 2006, já que, depois da denúncia, a conta bancária do caseiro na Caixa Econômica Federal foi violada por órgãos do governo. A operação tinha como objetivo apurar a suspeita de que o caseiro fizera a denúncia a soldo da oposição, o que não ocorreu.
Fonte: http://www.dcomercio.com.br
7 comentários:
Antônio Sávio,
Talvez - e isso é uma ilação minha - Lula patrocinou a candidatatura de Collor à supercomissão do Senado (tem gente que ainda tem dúvida) para possibilitar a volta de Paloci.
E, para ser coerente, dou razão - neste caso - ao mafioso Lula. Afinal, Paloci teve a competência de manter a política econômica de FHC. O que, convenhamos, na mentalidade sectaria-ínfaltil de muitos abestados petistas, essa manutenção de Paloci representou a vanguarda.
Lula está certo: Paloci-2010...
Quanto a proposta da política econômica do mesmo eu não tenho dúvidas que seja a mesma do FHC. O próprio, ao sair da presidência falou para o Lula que era uma mera troca partidos no poder, porém a política estabelicida seria a mesma, como de fato tem sido levada no caldo morno do socialismo fabiano. O que acho estranho é o apoio de Lula a Palocci depois do que foi constatado sobre ele em 2006.
Vai ser outra Marta. É entregar o Governo de Mão beijada.
"nunca que me dediquei à arte política, nem se quer me adiantar..."(Zé Ramalho).
"Igênuidade é papo..." (Lupeu Lacerda). Talvez tolos.
Sou a favor do assistencialismo do PT, e a extensão do mandato de LULA. Xô Udenistas.
Calazans comentários como os seus sempre me são de um prazer gigantesco. Primeiro pela tentativa rala de ironia segundo pela vontade latente de ser antidemocrática (em xô vê-se a vontade de expulsar),de calar, mas vontade realidade são coisas distintas. Mesmo não concordando com seu ponto de vista não me sinto no direito (e nem o quero) de expulsa-la daqui. Ficaria grato (se for possível) de ser respeitado com a mesma educação.
P.s. Eu não tenho partido político nenhum!
Abraços.
Isso me reportou aos tempos das campanhas petistas do "Xô Collor!" e do "Xô FHC!" (assim, com exlamação mesmo)
Você já pensou a zorra que os petistas fariam se fosse FHC que tivesse ressuscitado o Collor?
Hoje, desmoralizados pelos escândalos de corrupçao, o que eles têm a fazer mesmo é ser a favor do assistencialismo do PT.
Tá certo.
Aonde anda aquele velho PT?
Aquele que nas manifestações do !"Xô Collor" terminava cantando:
'Quem sabe faz a hora, não espera acontecer'...
Triste.
É Antonio Sávio, infelismente quem está sendo rasteiro és tu. Minha expressão foi direcionada aos que defendem o ataque. Eu não ataquei ninguém...apenas deixei no ar o termo "a quem interessar possa...". Fico surprezo, como expressar um pensamento nesse blog torna-se tão pessoal. Sou a favor sim do benefício, que seja coletivo submisso, sem palavra, sem voz, sem teto, sem espaço, sem chão, sem nada. Pois somos um país de tradição centralizadora e hipócrita, não temos autonomia para falar de desmoralização. Ao qual interessa pouco a divisão lícita para aqueles que se preoculpam apenas com a retórica..e depois vai tomar o bom uisque com a grana sucumbida do bolsa família. Esses podres também fazem parte do PT, PSDB, PMDB...porcaria caro Sávio, muitas vezes não fede.
Cordiais saudações.
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