TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quinta-feira, 16 de julho de 2009

fora do poema





telhados em transe, a luz-lâmina sobre
nas paredes marrom? branco? amarelo?
tijolos em carne viva, tudo arranhado pela chuva
dias à lata de lixo

como não ser amargo?

fel nas vias, fel nas veias, quando dobra a esquina
e o que era paisagem, palavras embaralhadas no poema

a rua
o que outrora eram nomes no ar se vêem suas ruínas
destroços do poema, do poema destroços

o que restou?

telhados entrevados, esses muros que do sono entrevemos
essas vozes no frio e a feira lá embaixo

puta que pariu!

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