TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 21 de março de 2010

Bonsai

Muito doce
enjoa até as formigas
do vaso sanitário.

Em plena vigília
preservo-me da triste loucura.

Da montanha sem cume.
Do oceano sem peixes.

Se quebro uma xícara
antes contemplo o líquido.

Não há verdade que empobreça a alma.
Somente a mentira é o mal.

E não importa quem profira.
Mestre ou discípulos.

Prefiro meus passarinhos
na janela

balançam a cabeça
estufam o peito

com suas patinhas firmes
sobre a ferrugem da grade.

Não espero que me vejam
para que o milagre
seja consumado.

Fujo.

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