TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Debate Globo : Até a Folha joga a toalha !


Blog Josias de Souza

Folha de São Paulo


Por sorte, o último dabate do primeiro turno foi de graça. Se tivesse bilheteria, a platéia ia pedir o dinheiro de volta.

Depois de toda a expectativa, o embate foi só aquilo? Tempo livre para a preparação, assessores, a estrutura da Globo, camarins, comes de bebes, maquiador, boa audiência, estúdio climatizado, iluminação, câmeras, som.

Enfim, um palco perfeito, condizente com a dramaticidade de um evento à beira das urnas. Tudo isso para os contendores darem aquele espetáculo pobre? Ora, francamente!

Estava entendido que não teria troca de socos ou mordidas na orelha. Mas esperava-se um pouco mais. Uma boa frase, uma metáfora elaborada, uma ironia fina. Qualquer coisa que compensasse o desperdício do sono de quem não dormiu.

Foi uma discussão soporífera. Vencedor? O Willian Bonner. Perdedor? O telespectador. Não se diga que eram adversários de pouca expressão. Sob os holofotes, os dois pesos pesados da sucessão.

Dilma e Serra não se dignaram a dirigir um ao outro uma mísera pergunta. No caso dela, compreenssível. As pesquisas já lhe dão a vitória por pontos. Subiu no ringue para expor a braçadeira de Lula e exercitar a esquiva.

Mas e quanto a ele? Precisava de um nocaute verbal. E refugiou-se atrás de sua própria inexpressividade. Nem de Erenice Guerra Serra se animou a falar. O caso da violação fiscal? Nem pensar.

No raro instante em que ergueu os punhos, Serra esmurrou a peso leve Marina. Sim, isso mesmo, Serra socou sua única e escassa esperança de segundo turno.

Aliás, diferentemente de Serra, Plínio e Marina retiraram da cena global o máximo proveito. O peso pena Plínio, sabendo-se inviável, distribuiu provocações. E fez a propaganda dos candidatos do PSOL ao Legislativo.

Marina estava desenvolta. Quando lhe coube perguntar, dirigiu-se ora a Dilma ora a Serra. “São muito parecidos”, jabeou. Dois gerentes “sem visão estratégica”.

Numa das perguntas a Serra, Marina lembrou que tucanos e ‘demos’ torciam o nariz para o Bolsa Família. Cobrou autocrítica.

Serra avocou para si a gênese do programa. Na Saúde, disse, criou o Bolsa Alimentação, que junto com outros programas de FHC, Lula unificou. “Acho estranho. Toda vez vem a mesma pergunta e volta a mesma resposta”, reclamou.

Marina não se deu por achada: “Faço questão de perguntar, porque, para mim, os programas sociais são importantes”, disse ela na réplica. Acusou Serra de ajustar o discurso conforme à “conveniência” eleitoral.

O tucano perdeu a calma. “Não use a sua régua para medir os outros”. Devolveu a comparação que Marina fizera com Dilma. “Vocês tem coisas muito parecidas”, bateu.
Até recentemente, era do PT. Pior: “Ficou no governo do mensalão”.

Alcançado pelo celular, um aliado de Serra disse ao repórter que murchou na poltrana do estúdio. Imaginava que seu candidato acionaria miraria em Dilma, não em Marina. De alvo potencial, a pupila de Lula tornou-se expectadora.

Guiando-se pela cartilha da marquetagem, Dilma fez o que lhe convinha fazer. Ligou os feitos do “nosso governo” aos desacertos do “governo passado”. E, livre das questões sobre escândalos, portou-se com equilíbrio e ponderação.

Deve-se a Plínio, não a Serra, a única passagem constrangedora de Dilma. Dizendo-se orgulhoso do PSOL, ele perguntou se os rivais tem vergonha de seus partidos. Dilma enalteceu o PT, preferido de “cerca de 30% dos brasileiros”.

Na réplica, Plínio disse que as doações de sua campanha foram à internet. E Dilma: “Registramos as doações no TSE. Gostaria de deixar claro que todas as doações são oficiais”. A platéia (cerca de 200 pessoas) foi às gargalhadas.

“Lamento os risos de quem tem outras práticas. A minha não é essa”, Dilma respondeu. E pôs-se a elogiar a coligação que a rodeia, um consórcio que vai do PMDB ao PCdoB, passando por um imenso etc.

Não se viu nas duas horas de debate um lance capaz de mover a tendência do eleitorado. Quando muito, Marina ganhou uns votinhos a mais. “Duas mulheres no segundo turno”, ela pediu, nas considerações finais.

Depois de Willian Bonner, Dilma foi a principal beneficiária da pasmaceira. Saiu ilesa. Além dos telespectadores, Serra foi o grande prejudicado. Com uma diferença: a platéia foi vítima involuntária. O tucano foi vencido pela própria mediocridade.

Ainda que a gratuidade das cenas dispense os recursos ao Procon, a audiência, se pudesse, dirigiria um pedido coletivo à Globo: Por favor, sem replays. Nada de ficar reproduzindo o impensável nos telejornais.

4 comentários:

Dihelson Mendonça disse...

Você acha que a candidata FANTOCHE venceu o debate ? Já eu acho que o Plínio foi o grande astro. Vai, minha fantoche, vai lá e mente, bonequinha...ahahahahah

jflavio disse...

O Plínio é fenomenal, finalmente concordamos em alguma coisa. Pergunta : vais votar nele? Ainda mantém o foto em Serra, o maior abandonado ? Como vai explicar essa mudança repentina, aos homens?

jflavio disse...

Se se reparar direitinho, todo mundo tem lá seus barbantes puxando para um lado e para o outro. Claro que é mais fácil perceber os dos outros...O mundo é um grande teatro de Marionetes... Agora há bons e péssimos manipuladores, não é ?

Dihelson Mendonça disse...

Zé, ainda bem que concordamos nesse aspecto. Talvez eu vote no Plínio, embora ele tenha 1 por cento das intenções ( coisa estranha isso, já que todo mundo só fala bem ), e embora ele tenha certos pensamentos francamente absurdos para nossa época.

Ele é assim, uma mistura de idéias boas e tolas, como por exemplo, a desapropriação de terras de forma violenta, a favor da liberação da Maconha, do aborto, a união de pessoas do mesmo sexo e a extinção do Senado, além de várias outras.

Sobre meu voto, ele é inviolável, eu sempre votei em quem eu quero votar, apoio quem eu achar que devo votar, e não no que um ou outro possam achar.

Já votei em Lula, já votei em Serra, já votei em Tasso, Votei em CID, talvez agora eu arrisque votar em quem tem apenas 1 por cento de chances, porque eu concordo que Lula fez até um bom governo na área ECONÔMICA ( Não estou falando dos projetos assistencialistas nem da corrupção desenfreada ), mas não posso concordar com a conivência, o apadrinhamento de velhas raposas, a mudança programática do partido, ideológica que ele fez, pisando se possível até no pescoço da mãe com a ganância do Poder.

Lula mudou pra pior, abandonou as causas que antes era nossa bandeira, a luta contra os grandes latifúndios, contra a ciranda financeira.

Lula hoje é o maior símbolo do Neo-Liberalismo no Brasil - A história do filho do camponês que se tornou o Magnata Chefe de uma nação Capitalista, e só subiu porque se adequou ao SISTEMA imperialista Norte-Americano !

Então, talvez tenhamos que repensar quem é que ficou daquela coisa ideológica toda, se Marina, se Plínio. Marina, coitada, até pra falar em Lula, baixa a cabeça de mêdo do ex-patrão. fala bem baixinho, é a segunda candidata do Lula.

Então, o Plínio parece ser uma boa pedida. Se ele é louco ? Talvez o Brasil precise mesmo de uma grande reviravolta. Quem sabe assim, nós tenhamos mais transparência, mais honestidade na sala ao lado.

Abraço,

Dihelson Mendonça