Tendo o
próprio homem como ator principal, de uns tempos até aqui a questão relativa ao
meio ambiente tem assumido proporções outrora inimagináveis, por conta do
acelerado processo de degradação que atravessa o planeta Terra. Houve,
poderíamos assim considerar, como que um despertar para a gravidade do
problema, porquanto influenciaria na própria sobrevivência da raça humana.
Partindo-se
de tal pressuposto, eis que, não mais que de repente, a tal “camada de ozônio” se
tornou tema obrigatório em reuniões de cúpula, em ambientes festivos, no boteco
da esquina, em salões de beleza, nos estádios de futebol e, enfim, onde se
façam presentes duas ou mais pessoas. Tanto é que, quem se arrisca a subtrair
uma simples folha de uma árvore já passa a ser olhado com desconfiança, quando
não repreendido pelo grave “crime” cometido.
A coisa chegou a tal ponto que,
embora todos reconheçam ser a energia elétrica vital ao desenvolvimento de
qualquer grande nação, construir uma usina hidroelétrica em uma área de
floresta (que precise ter uma ínfima área inundada, para a formação do
respectivo lago que moverá suas turbinas), tornou-se tarefa das mais
problemáticas (vide as dificuldades postas por ambientalistas brasileiros, em
razão da decisão do Governo Federal de aproveitar os caudalosos e perenes rios
da região amazônica a fim de erguer duas ou mais usinas que irão aumentar a
nossa produção de energia e, conseqüentemente, alavancar de vez o nosso desenvolvimento).
Sob a alegativa de que tal construção irá provocar o “desequilíbrio” do meio
ambiente, pugnam os reclamantes pela suspensão da obra, mesmo que isso implique
na condenação do país a, literalmente, não enxergar o próprio futuro.
O arrazoado
acima é só pra lembrar que, aqui em Fortaleza, numa área bastante valorizada, em
plena Av. 13 de Maio, no ainda aprazível Bairro de Fátima, se localiza uma
igreja (das mais concorridas) que homenageia Nossa Senhora de Fátima: a Igreja de
Fátima. Em frente à mesma, do outro lado da avenida, uma pracinha agradável é “point”
obrigatório de coopistas, fiéis da santa, transeuntes à espera do transporte e,
enfim, trata-se de logradouro dos mais movimentados da cidade.
Pois bem, não
é que de repente, sem que ninguém esperasse, no centro da praça e de frente
para a Igreja, resolveram construir uma imensa estátua da “santa” (deve ter uns
15/20 metros) muito bem trabalhada e que se tornou espécie de atração turística. Só
que, por pressa ou excesso de entusiasmo, não atentaram que duas imensas,
antigas e frondosas árvores se punham exatamente em frente à estátua, obstando
sua visão, por quem, por exemplo, saía da Igreja ou simplesmente trafegava pela
Av. 13 de Maio. E então, sem choro nem vela ou ranger de dentes, puseram-nas a
pique, sem maiores delongas. Se houve ou não autorização para tal, ninguém
sabe, mas a pergunta que se impõe, é: se o mortal comum, governos, instituições
e por aí vai, não podem mexer uma folha de uma árvore qualquer, sob pena de
está cometendo um crime grave, por qual razão só a “santa” pode ??? Por quê ???