BYE BYE, BYRON – José Nilton Mariano Saraiva
Ao contrário do que pensam alguns, Byron Queiroz não infelicitou a vida
apenas e tão somente dos funcionários (ativos e aposentados) do BNB. Basta
conversar com quem teve o infortúnio de trabalhar sob seu tacão para constatar
que por onde passou (tanta na iniciativa privada, como na função pública),
sempre se portou de forma autocrática, desagregadora, desrespeitosa, insensível
e inescrupulosa, principalmente com os da base da pirâmide. Com os superiores
era diferente, porquanto já aquela época se especializara em manipular números,
fraudar balanços, trafegar na ilegalidade, em prol da empresa à qual prestava
serviços. Tanto é que, quando assumiu o BNB, numa reunião com os graduados da
instituição, de forma sarcástica e debochada acusou-os de incompetentes e
despreparados, já que conseguira viabilizar empréstimos do Banco para a tal
empresa, apresentando balanços fraudados. Essa era a prova, regozijava-se, de
que o quadro técnico do BNB era fraco.
Já no exercício da presidência do BNB, não tinha nenhum escrúpulo de
“peitar” os auditores independentes, exigindo que o Balanço da instituição
fosse estruturado à sua maneira, fugindo léguas das determinações emanadas dos
dispositivos dos órgãos competentes (Banco Central, Conselho Federal de
Contabilidade, Tribunal de Contas da União e Comissão de Valores Mobiliários).
Tanto é verdade que, além dos recorrentes pareceres adversos da Auditoria
Independente, o Ministério Público Federal num dos seus relatórios, fulminou:
“...partiram de Byron Queiroz todas as diretrizes para a adulteração dos
resultados nos registros contábeis do Banco” já que “...determinava quanto e
como deveria ser o resultado dos demonstrativos contábeis do BNB e os demais
(subalternos) encarregavam-se de operacionalizar as fraudes” (tudo isso foi confirmado
por um dos seus Diretores, após briga intestina).
Graças à solidez e consistência das denúncias dos aposentados do BNB
(que ele rotulara de despreparados) foi condenado pela Justiça Federal do Ceará
em dois processos (14 anos de prisão, em cada um deles), mas, por injunções
políticas da cúpula do PSDB (FHC e Tasso Jereissati), acabou inocentado pelo
Tribunal Regional Federal, do Recife-PE.
Enfim, não é porque Byron Queiroz morreu que devemos nos compadecer,
passar um borracha no passado e esquecer o terror e a tirania que foi sua era
no BNB, cujo objetivo maior foi o de causar sofrimento e dor a muita gente. De
“DNA” com características eminentemente nazistas, mau-caráter na acepção plena
do termo, desonesto até a medula, Byron Queiroz foi uma figura desprezível e
desprezada.
Agora, nas profundezas do inferno, Lúcifer terá um sério concorrente
para praticar as suas maldades. Bye Bye, Byron.
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