Ainda no alvorecer da competição, não mais que de repente uma nesga de
decepção, desconfiança e pessimismo tomou de conta de boa parte da apaixonada torcida
brasileira, depois da extrema dificuldade que a nossa seleção de futebol
encontrou para suplantar o “ferrolho” da Croácia e, principalmente, do insosso empate
sem gols com os aguerridos mexicanos.
E é fácil detectar que tal estado de espírito deu-se em razão do
“óbvio ululante”: a dependência quase que visceral do bom time brasileiro,
nesses dois jogos, ao tal Neimar, tido como o principal jogador do nosso
selecionado (é que, mesmo jogando em casa, inexplicavelmente outras peças ainda
não renderam o que podem).
No duro no duro, parece até que a partir do instante em que a mídia
nacional “endeusou” o tal jogador de uma forma até que irresponsável, porquanto
o ungindo e colocando-o no panteão de “salvador da pátria”, isso serviu de material de alta combustão para insuflar os torcedores, daí essa expectativa irracional
e desmedida de que o tal jogador será capaz de decidir tudo, a toda hora e
quando quiser. E, definitivamente, a coisa não funciona assim, como agora
estamos a constatar. Até porque, se bem marcado ou mesmo se num dia não muito
inspirado, temos que ter um plano B, encontrar alternativas outras que nos
permitam avançar.
Assim, antes que a vaca vá pro brejo, o técnico Felipão, macaco velho
no trato de questões sobre, ao tempo em que pedia paciência à torcida destacou exatamente
isso: que o tal jogador não é um “astro-rei” ao redor do qual orbitam satélites
inexpressivos, que o time tem que priorizar o coletivo em detrimento do
individual, tem que remeter tal aura de dependência às calendas gregas e,
enfim, tem que aprender a se virar nos momentos de dificuldades.
Afinal, temos, sim, outros jogadores que ainda não renderam o esperado,
mas que, numa simples mudança de posicionamento durante os treinos ou até
depois de uma conversa mais séria com o comando, se conscientizem que estão em
débito com a nação e tratem de corresponder o que deles se espera (vide Daniel
Alves, Paulinho e Fred, principalmente, jogadores passados na casca do alho,
mas que até agora decepcionaram). O recado foi curto e grosso: se não atingirem
o desejado, serão sacados (e já na partida seguinte).
No mais, a história está aí por testemunha: evoluindo para a segunda
fase nosso time naturalmente encorpará, ganhará a consistência, solidez e confiança
necessárias pra deslanchar rumo ao tão sonhado HEXA.
Até porque, queiram ou não os pessimistas de plantão (e/ou os
eternamente do contra), a nossa camisa ainda impõe respeito, aqui e alhures e,
apesar da exuberância e excelência do futebol que estão a praticar esquadrões
como a Alemanha e Holanda, eles ainda tremem quando enfrentam o Brasil.
Portanto, a partir do “jogo da classificação’ (contra a seleção de
Camarões) teremos que nos livrar dessa “depen(neimar)dência”, a fim de, no crepúsculo
da competição, nos habilitarmos a disputar a finalíssima com as poderosas Alemanha
e/ou Holanda (que num certo momento baterão de frente, sobrando uma delas).
Alguém tem dúvida ???
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