O que segue é surpresa para muita gente. E apenas o é por
algumas questões de vícios de conhecimento, preconceito, ignorância de mudanças
e assim por diante. Não é incomum que pessoas de classe média, supostamente informadas
digam que a educação brasileira é uma desgraça, assim como a saúde pública brasileira.
E têm tanta convicção que são incapazes de raciocinar até com as próprias
palavras.
Ouvindo um médico vaticinando sobre a “inexistência” da saúde
pública brasileira (para ele o que interessa é o equipamento de sua especialidade,
ressonâncias, tomografias etc.) acaba se traindo. Lá pelas tantas diz que no
Brasil ele, como médico, é obrigado a atender uma pessoa passando mal. Pelo
menos as primeiras medidas, aí telefona para o SAMU completar o atendimento (só
que até então o SAMU não existia).
Olhem estes dados divulgados pela OCDE sobre o Brasil após a
realização da Pesquisa Internacional de Ensino e Aprendizagem (TALIS). São
dados coletados em 2013. O estudo abrange vários países, entre os que fazem
parte da OCDE e que aqueles que são associados. Na média do conjunto de países
analisados, 89% dos professores dos anos finais do ensino fundamental tinham
curso superior. O Brasil deve ser um horror, não?
Ao contrário. Ele é superior à média, 94% tem curso
superior. E com outra característica: 95% acredita que pode ajudar os seus
alunos a pensar de forma crítica. Mas isso é apenas uma parte pois na média dos
países os professores levam 7 dias por ano fazendo treinamento em organizações
externas às escolas. Esta “merda” de nosso país não deve ter um dia de
treinamento.
Peraí gente fina. No Brasil os docentes passaram em média 21
dias em treinamento externo. E nem por isso deixamos de ter muitos problemas.
Mas não aqueles da inexistência e nem da demagogia política. É preciso ter o mais
possível de professores em contrato de tempo integral e por tempo
indeterminado. É preciso reforçar a avaliação externa e brigar pela escola de
tempo integral.
Agora lutem pelo certo. Para dar universalidade aos valores
do ensino. Com ignorância dos fatos, preconceitos, e informações defasadas
perdemos muito da contribuição de cada um.
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