Teoricamente,
os brasileiros se acostumaram a tratar pejorativamente os paraguaios, em razão,
principalmente, da existência de uma zona franca de livre comércio numa
cidadezinha paraguaia (Cidad Del Este) vizinha à nossa Foz do Iguaçu, onde os
produtos comercializados são de procedência duvidosa (falsificados), daí o
preço pra lá de convidativo.
Mais tarde e por via oblíqua, e já na base da
gozação, nas competições de “turfe” realizadas no Rio de Janeiro, quando o
animal teoricamente tido como favorito fracassava, de pronto recebia a alcunha
de “cavalo paraguaio”, a fim de expressar o NÃO SER verdadeiro, ou o SER de
qualidade duvidosa, falso.
Posteriormente, citada expressão difundiu-se por
outros segmentos do cotidiano tupiniquim, dentre os quais o futebol. Assim,
quando um determinado time inicia uma competição com todo o gás e,
paulatinamente, começa a “descer a ladeira” rumo à rabeira, convencionou-se tratar-se
de um “cavalo paraguaio”.
A reflexão procura mostrar que a nossa seleção de
futebol não mais que de repente resolveu incorporar o “espírito da coisa”.
Tornamo-nos, sim senhores, um “cavalo paraguaio”, apesar de alguns experts relutarem
em admitir. Tanto é verdade que, no decorrer da recente partida de futebol em
que a seleção paraguaia “genérica” (a nossa) findou por ser merecidamente
desclassificada pela seleção paraguaia “original” (a deles), o locutor global
passou o tempo todo conjecturando sobre a próxima fase da competição (Copa América),
quando nos defrontaríamos com a já classificada seleção argentina; ou seja,
aquele jogo com o Paraguai já estava ganho com facilidade e, portanto, não
deveríamos alimentar maiores preocupações, guardando-as para o confronto com os
“hermanos” portenhos, aí, sim, um jogo de arrebentar, um jogo de alto nível e,
enfim, onde existia a real chance ou possibilidade de chegarmos à final da tradicional
competição.
Além do que, passando, como passaríamos, pelos paraguaios, os dois
jogos seguintes (semifinal e final) serviriam para que a punição merecidamente
imposta ao jogador Neimar cai-cai fosse “paga” e, assim, nas eliminatórias para
a próxima Copa do Mundo o jogador pudesse atuar desde o princípio. Deu no que
deu.
Perdemos (sem jogar nada) e nem da Copa das Confederações, a ser realizada
na Rússia, participaremos (coisa nunca antes acontecida, desde os seus
primórdios). Além do que, dúvidas começam a surgir sobre se teremos condições
de ultrapassar as eliminatórias a fim de participar da próxima Copa do Mundo de
2018, também na Rússia.
É que os adversários já não se assustam com o futebol
brasileiro, que se metamorfoseou num sofrível, banal e simplório “cavalo
paraguaio”. É o preço que vamos ter que pagar em razão da mídia esportiva endeusar
jogadores da estirpe de um Neimar cai-cai que, milionário em razão do futebol,
não está nem aí para o que possa ocorrer com a seleção brasileira.
Alguém tem
dúvida ???
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