- Quando o "agente público" se dispõe a contratar (a peso de ouro) uma grande construtora para a realização de obras estruturais de porte (hidroelétricas, rodovias, usinas, ferrovias, metrôs e por aí vai) implícita e explicitamente se pactua a responsabilidade da contratada em prover não só os recursos humanos necessários para a consecução do planejado, mas, principalmente, todo o equipamento pesado e necessário para levar adiante a obra. É assim (ou deveria ser) em todo lugar do mundo (aqui ou na China); construtoras de nome e porte são proprietárias e-ou tratam de alugar-disponibilizar toda a parafernália a ser usada em tais projetos.
- Só que, aqui no Estado do Ceará, quando da gestão dos megalomaníacos irmãos Ferreira Gomes a coisa não funcionou bem assim. E a prova da irresponsabilidade nos é dada agora quando tomamos conhecimento da "herança maldita" deixada pelo ex-governador Cid Ferreira Gomes para o seu afilhado político e sucessor Camilo Santana: o “rico” Estado do Ceará – é vero, senhores, acreditem - “torrou” incríveis e exorbitantes R$ 135.000.000,00 (cento e trinta e cinco milhões de reais) com a compra de dois “tatuzões”, maquinário que será utilizado (teoricamente) na construção da linha leste do metrô de Fortaleza.
- Há que se levar em conta, a fim que tenhamos condição de imaginar a dimensão da verdadeira “insanidade” perpetrada pelo então governador do Estado, que, à época, além do “preço galático” de tão sofisticado equipamento, estranhamente “pequenos-grandes” detalhes foram “esquecidos” ou desconsiderados, a saber:
- 01) para manobrar-operacionalizar tais equipamentos, obrigatoriamente serão necessários dezenas de “técnicos especializados” e, conseqüentemente, hiper bem remunerados, onerando sobremaneira o já combalido orçamento estadual (comenta-se, inclusive, que no mercado interno não existe disponível tal profissional, tornando-se necessário buscá-los lá fora);
- 02) até a “vovozinha de Taubaté" (a milhares de quilômetros daqui) sabe que, na atualidade, o Estado do Ceará não tem a mínima condição de suprir a energia elétrica (e até a própria “voltagem”) a ser usada para acionar referidas máquinas, o que, em termos práticos, significa que o tal maquinário simplesmente não poderá sequer ser “ligado na tomada”; e, finalmente,
- 03) e se algum dia, num futuro distante, tal equipamento tiver condição de ser utilizado, mesmo que por breve período, é perfeitamente factível questionar qual a destinação que lhe será dada “a posteriori”, na perspectiva de que Fortaleza não terá tão cedo condição (econômico-financeira) de comportar-construir linhas de metrô a torto e a direito.
- Alfim, embora saibamos seja o senhor Cid Ferreira Gomes graduado em Engenharia Civil (embora nunca tenha projetado ou sequer erguido uma banal choupana de taipa), é perfeitamente admissível deduzirmos tenha o então “gestor” Cid Ferreira Gomes, ante tão esdrúxula decisão e gasto, incorrido e praticado grave ato de “improbidade administrativa”, porquanto comprovadamente perdulário no uso do dinheiro público, já que desconsiderando a “inoportunidade” e “desnecessidade” de importar equipamento tão sofisticado e de uso temporal, num Estado onde recorrente e persistentemente grassa a fome e a sede.
- Assim, face à deficitária (ou inexistente) relação “custo-benefício” implícita em sua aquisição, os onerosos e inoperantes “tatuzões” do Cid Gomes tenderão a se tornar, ao longo do tempo, símbolos frios, imóveis, desgastados, silentes e emblemáticos do descaso e desrespeito para com a sociedade e à seriedade.
- Verdadeiros monumentos à insensatez e ao descaso.
TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
ONEROSOS "TATUZÕES" - José Nilton Mariano Saraiva
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