Em
sendo um país de dimensão continental, naturalmente que o Brasil se
nos apresenta bastante heterogêneo no que concerne às suas diversas
regiões, em termos mercadológico, cultural, climático,
meteorológico e por aí vai.
Nos
restringindo apenas a duas dessas regiões, porquanto emblemáticas
da diferenciação, enquanto no “Sul-Sudeste” vige um clima ameno
e propício às mais diversas culturas, no “Nordeste” desde
sempre a inclemência do sol, aliada à falta de chuvas, resulta em
imensas dificuldades para sua população, daí a necessidade de um
atendimento prioritário governamental para com esta parte do Brasil,
sintetizado lá atrás na fala do Imperador-bufão Dom Pedro, que
teria garantido que, se necessário fosse, venderia a até a última
joia da coroa a fim de atenuar o sofrimento do povo nordestino.
Se
verdadeira ou não tão demagógica intenção, fato é que, de lá
até cá a idéia de um tratamento diferenciado para a Região
Nordeste ganhou destaque, até que durante a Assembleia Nacional
Constituinte (1988), restou reconhecida a urgente necessidade da
criação de um “fundo-financeiro” específico que propiciasse a
obtenção e alocação de recursos estáveis para Região. Estava
criado o FNE, com recursos advindos da “renúncia fiscal” do
Imposto de Renda, por parte de pessoas físicas e jurídicas. Para
geri-lo e administrá-lo uma instituição especialista em Nordeste,
porquanto criada com essa precípua finalidade pelo presidente
Getúlio Vargas nos primórdios da década de 1950: o Banco do
Nordeste do Brasil S.A. (BNB).
E,
em sã consciência, ninguém pode negar que essa parceria foi pra lá
de eficiente e eficaz, porquanto a partir de então a Região
Nordeste deu um salto qualitativo imenso, por conta de ações
planejadas e executadas tanto no campo (agricultura) quanto na zona
urbana (via industrialização).
Assim,
hoje temos um moderno e multifacetado segmento industrial, dos mais
heterogêneos e qualificados, que nada fica a dever aos grandes
parques industriais do mundo, cidades modernas e acolhedoras, de par com uma agricultura
diversificada e não mais sazonal, que, graças a um processo
irrigatório ainda incipiente (daí a necessidade comprovada de que a
transposição do Rio São Francisco seja concluída o mais breve)
produz alimentos e cereais outros de primeira qualidade, inclusive
para exportação.
Mas,
eis que agora, o real “inimigo íntimo” da Presidenta Dilma
Rousseff (que equivocadamente lhe concedeu carta branca para agir),
ministro ”tucano” Joaquim Levy, no bojo do saco de maldades
apresentado à população sob a denominação de “ajuste fiscal”,
já anunciou a intenção de irresponsavelmente “tungar” em cerca
de 30% (trinta por cento) os recursos destinados ao Nordeste, via
FNE-BNB.
Tal
medida, se efetivada, representará sério e indesejável entrave na
política de debelar as “desigualdades regionais” (que deveria
ser permanente e contínua), porquanto obstará os planos da Região
Nordeste do Brasil de se livrar de vez das amarras do
subdesenvolvimento, além de configurar uma despropositada volta ao
passado, com tudo de maléfico que perdurou por longos anos; e ainda
atingirá em cheio o BNB, esvaziando-o e transformando-o, porquanto
retirando da sua alçada a chancela lhe atribuída lá atrás no
governo Vargas, de instituição “indutora do desenvolvimento”
nessa carente região do país.
Urge,
pois, que desde já haja uma manifestação-convocação urgente por
parte dos diversos segmentos sociais da região, visando “obrigar”
a classe política a formar um “pool multipartidário”
objetivando tomar uma atitude drástica de objeção ao pretendido
pelo “ministro tucano”, fazendo-o demover um receituário que só
interessa ao não conhecedores das agruras nordestinas.
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