CIRCO
DE HORRORES – José Nílton Mariano Saraiva
Sarcásticos,
Trapalhões e Frouxos, os integrantes da nossa corte maior (o pleno
do STF) que em tese deveria ser a última cidadela à qual a
sociedade poderia recorrer em busca de obstar os abusos perpetrados
por espertalhões e desonestos, mais uma vez nos ofereceram um
espetáculo dantesco, verdadeira comédia chinfrim, digna e
assemelhada aos mambembes circos periféricos de quinta categoria
(com o devido respeito aos circenses).
Se
bem que, nas preliminares, o observador um pouco mais atento já
poderia antever o desastre que resultaria da tal sessão plenária do
STF, quando a sua nauseabunda presidente, Cármen Lúcia, reuniu-se a
portas fechadas com os mafiosos presidentes do Senado, Eunício
Oliveira e da Câmara, Rodrigo Maia, com o objetivo explícito de
salvar da guilhotina o desonesto senador mineiro Aécio Neves, pego
no flagra negociando com o ex-empresário Joesley Batista uma
“insignificante” propina de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de
reais), materializada a posteriori em malas e mais malas de dinheiro
vivo, entregues ao emissário-primo Fred Magalhães (as imagens
correram o mundo).
Na
sessão, deixando de lado a preguiça visceral que os acomete e
escondendo-se atrás da prolixidade e embromação que os caracteriza
(na perspectiva de enganar os incautos), suas “Excelências” nos
ofereceram aquele pavoroso circo de horrores que, alfim, resultou no
“acoelhamento” definitivo do Poder Judiciário ante o Poder
Legislativo (agora, definitivamente, acabou a lengalenga de que os
poderes da república são harmônicos e independentes entre si).
Em
português claro e cristalino: daqui pra frente, as “decisões
finais” (sem direito a recursos) do STF que envolvam os mafiosos
membros das duas casas legislativas (Senado/Câmara) serão
submetidas “in totum” e para sempre (em caráter definitivo) à
sanção dos próprios Senadores e Deputados. Ou seja, o
corporativismo já pode ser exercido em toda a sua plenitude e
deleteriedade, sem óbices nem amarras, já que chancelado pelo
próprio STF (portanto, preparemo-nos: a putaria vai continuar).
Atendo-se
ao famigerado e desonesto senador mineiro Aécio Neves, há que se
constatar que, com a porteira aberta pelas verborrágicas
“Excelências” do STF, sua absolvição e inocência são favas
contadas e, assim, durante o dia estará livre para tramar e
delinquir à vontade e sem maiores preocupações; à noite,
retornará/retomará às suas homéricas e festivas farras no Leblon,
bairro nobre da zona sul do Rio de Janeiro, onde de tão costumaz
(tem apartamento lá, embora seja senador por Minas Gerais), ficou
conhecido pela apropriada alcunha de “playboy do Leblon” (e olhem
que no Leblon o que não falta é playboy).
Mas,
por qual razão sermos tão exigentes com o “coitadinho”: afinal,
sem maiores esforços ele tem mais dois milhões de reais no bolso
pra “torrar” na noite carioca (naturalmente que em companhia do
primo Fred), oportunidade em que estarão a gozar à sorrelfa da cara
dos abestados (todos nós).
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Post
Scriptum:
O
retrato emblemático do baixo nível e da mediocridade latente do
atual STF nos foi dado quando da fala/voto da sua presidente Cármen
Lúcia: claudicante, insegura, gaguejando aos borbotões, sem
conseguir conexar alho com bugalho e tropeçando nas próprias
palavras, Sua Excelência conseguiu a proeza de não se fazer
entender até pelos próprios prolixos pares, tal a enrolada que
propiciou (foi mais de uma hora pra tentar explicar o inexplicável).
Fato triste e revelador de que, para se “chegar lá” (fazer parte
do tal Supremo), não se faz necessário o famoso “douto saber”
mas, tão somente, um “invisível”, mas poderoso, QI.
O
resto que se dane.
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