Com relação à seríssima denúncia do site The Intercept, do intrépido,
sério e corajoso jornalista Glenn Grenwald (laureado com o prêmio Pulitzen de
jornalismo investigativo), e a quem o americano Snowden escolheu para divulgar
ao planeta as safadezas da CIA com gente do mundo todo, entendemos que se
tivéssemos um Corte Suprema digna de tal expressão Sérgio Moro e Deltan
Dallagnol já deveriam ter amanhecido vendo o sol nascer quadrado (ou seja,
atrás das grades) por chefiarem uma "quadrilha", na mais completa
acepção do termo.
A propósito, permitimo-nos repostar/transcrever uma postagem de nossa
autoria, com o título "De: Sérgio Moro - Para: Sérgio Moro",
que fizemos nos blogs para os quais colaboramos, em setembro de 2016, tratando
exatamente sobre o mesmo tema.
Premonição ??? Confiram abaixo.
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terça-feira, 20 de setembro de 2016
Se alguém por
essas bandas (Brasil) duvidava que o deprimente espetáculo patrocinado meses atrás
pela Câmara Federal para aprovar a cassação (sem crime de responsabilidade) da
Presidenta Dilma Rousseff, algum dia poderia voltar a acontecer, dada à
palhaçada de que se revestiu e a consequente repercussão negativa resultante,
quebrou a cara.
Nem o banco
esfriou e a “República de Curitiba” não só o bisou, como tratou de armar um
circo bem mais amplo e repleto de holofotes, que abrigasse a imprensa nacional
e internacional, com direito a um sem número de “transparências” (power point),
mas com um só mote: acusar Lula da Silva de ser o “maestro”, o “general” e o
“comandante” de todas as ações irregulares havidas no decorrer dos tais
“mensalão” e “petrolão”.
E aí, empolgado e visivelmente picado pela mosca azul, o pastor
evangélico Deltan Dallagnol, com o seu ar messiânico não economizou nos
adjetivos e deitou falação sobre a culpabilidade de Lula da Silva nos dois
processos e, alfim, antecipou ali mesmo o veredicto final: deve ser preso e
pagar por tudo aquilo. Bastou, entretanto, que um repórter mais perspicaz
fizesse uma simplória pergunta para que o circo literalmente desabasse:
“Doutor, e as provas ???”. E a resposta foi um misto de bizarrice e hilaridade:
“Não temos prova, mas temos convicção”.
Ou seja, sem tirar nem por, aconteceu exatamente o que presenciamos no
julgamento do tal “mensalão”, quando a ministra do Supremo Tribunal Federal,
Rosa Weber (à época assessorada por um então desconhecido juiz de primeira
instância, Sérgio Moro), inquirida sobre a existência de provas, disparou: “Não
tenho prova cabal contra o Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura
jurídica me permite”. E assim foi feito, vapt-vupt. Sem choro e nem vela. E já com as digitais do Moro.
Fato é que, apesar do vexame propiciado por Dallagnol e sua troupe na
apresentação da denúncia contra Lula da Silva, ela tem toda a chance de ser
aprovada e, enfim, se anuncie a prisão do ex-presidente, e por uma razão
simplória: existe uma gritante anomalia na “República de Curitiba”. Lá,
Sérgio Moro manda e desmanda, casa e batiza, bate e assopra e, enfim, determina
como e quando as coisas devem acontecer. Dallagnol e demais procuradores do
Ministério Público não passam de caixa de ressonância, ouvintes atentos e
"cordeirinhos amestrados" prontos a executar o que o Juiz lhes
determinar; Moro e o Ministério Público Federal curitibano são como carne e
unha, visceralmente ligados, constituem uma mesma entidade, agem em conjunto,
se confundem.
Assim, não há que se duvidar que o próprio Sérgio Moro instrua-os como
devem apresentar a denúncia e por onde seguir. Ou seja, o que Dallagnol envia
para o Sérgio Moro é o que o Moro lhe enviou para que seja devolvido em forma
de denúncia. Ou mais precisamente: seria uma espécie de correspondência de MORO
para MORO (com a desonesta tabelinha do procurador). Não há, pois, como
referida denúncia não ser aceita, apesar da comédia pastelão patrocinada pelos
procuradores curitibanos. Simplesmente porque em assim acontecendo, Moro
estaria a negar o próprio Moro.
Em razão de tais arbitrariedades, a pergunta que então se impõe é:
afinal, para que serve mesmo o “livrinho” (Constituição Federal) ??? Para que
serve um Supremo Tribunal Federal cuja missão maior é exatamente ser o “guardião”
do livrinho, fazendo-o ser respeitado ??? Ou o marginal Sérgio Machado estava
coberto de razão quando disparou: “Nunca tivemos um Supremo tão merda como
esse”.
A conferir.
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