Não é à toa que, segundo pesquisa Quaest, se a
eleição fosse hoje, 80% dos agentes do mercado votariam em Bolsonaro contra
Lula. A pesquisa foi feita logo após a revelação da Polícia Federal de que
o governo Bolsonaro tinha um plano para matar o petista.
Ou seja, os faria limers preferem ter na
presidência um golpista sanguinário que conduza a economia a reboque do
mercado financeiro. E daí que Bolsonaro quis matar Lula?
A opinião desta entidade sem cara e sem coração
chamada mercado é historicamente usada como meio para chantagear governos e
manipular a opinião pública. Por enquanto, a opinião da Faria Lima é quase
diametralmente oposta ao da população.
Se a eleição fosse hoje e o inelegível
Bolsonaro pudesse concorrer, Lula lhe daria uma sova no segundo turno de
51% a 35%, segundo pesquisa Quaest desta semana. Como Bolsonaro está mais
próximo da cadeia do que das urnas, simulou-se também a disputa de Lula com
os possíveis candidatos da direita e da extrema direita.
O petista venceria em todos os cenários. Tanto
Tarcísio de Freitas quanto Pablo Marçal e Ronaldo Caiado perderiam para
Lula em um segundo turno. Isso significa que, para a tristeza dos urubus de
sapatênis, Lula está mais próximo da reeleição do que do caixão.
Apesar de governar com o mercado colocando a
faca em seu pescoço, Lula chega à metade do mandato com uma boa avaliação.
52% dos brasileiros aprovam o seu governo contra 47% que desaprovam. Não há
grande folga nos números, mas eles seriam suficientes para garantir a
reeleição em 2026.
A pesquisa avaliou também a hipótese de Haddad
disputar a eleição no lugar de Lula. Ele venceria todos os candidatos
bolsonaristas em um eventual segundo turno, ainda que de maneira mais
apertada. Bolsonaro, o candidato queridinho do mercado, é hoje o líder
político mais rejeitado do país, com 57% dos brasileiros afirmando que não
votam nele de jeito nenhum.
É claro que ainda é muito cedo para qualquer
previsão e o Brasil segue bem dividido, mas os números indicam que há uma
discrepância enorme entre o que pensa a Faria Lima e o que pensa o povo.
Segundo a pesquisa feita com a turminha do
mercado, todos os candidatos bolsonaristas venceriam Lula com folga. O
inelegível venceria por 80% a 12%; Tarcísio, por 93% a 5%; Caiado,
por 91% a 7%; e Marçal, por 65% a 17%. Pela vontade da Faria Lima o
golpismo venceria Lula com folga em qualquer cenário.
Não é preciso ser de esquerda ou fã do Lula
para constatar a chantagem que o mercado financeiro faz de modo permanente
contra o governo. Nesta semana, o deputado da bancada ruralista Luiz Carlos
Hauly, do Podemos, um antipetista histórico do Paraná, deixou os incautos
confusos com uma fala em plenário na semana passada.
Segundo ele, “dizer que o Brasil está quebrado”
é “irresponsabilidade e politicagem de mau gosto contra o nosso povo. O que
o mercado financeiro vem fazendo com a economia chama-se crime de
lesa-pátria”.
Hauly acusou ainda a existência de um “conluio”
entre o Banco Central e o mercado financeiro: “se ele [Banco Central] é
independente, não deveria ouvir a opinião do mercado financeiro e não
deveria aumentar a taxa do dólar, porque não há nenhum motivo. Somos
superavitários na balança comercial. Não sou governo, não defendo o
governo, mas sou brasileiro patriota e defendo a economia brasileira”.
Em entrevista à Folha, o deputado afirmou que
parte da oposição tem “interesses econômicos por trás, para manipular o
mercado”. “Todo dia falam que a economia vai quebrar, que está indo mal. E
eu, como estudioso da matéria, sei que os dados não são estes”, arrematou o
deputado.
Não é necessário ser lulista para fazer as
mesmas constatações de Hauly. Basta ser honesto com os fatos. O desemprego
teve queda recorde, o pib cresceu além das expectativas, a renda do
trabalhador melhorou, a pobreza diminuiu e os programas sociais foram
retomados.
O mercado aposta na morte do presidente que
conquistou tudo isso, enquanto o povo, neste momento aposta na sua
reeleição.
Fonte: INTERCEPT BRASIL
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