Oh flor da madrugada,
por que pinga o mel do favo?
Suspire oh estrela vespertina,
das curvas em bando das andorinhas,
tanta tristeza que assuma as cores do entardecer.
Vem oh brisa matutina,
a mim o quê canta de estalo o galo campina!
Ladeia as sombras frias do posto sol,
o vigor morno das vontades ora frágeis,
quando o colágeno enrijece de tanto tempo visto.
Oh galo que anuncia a luz,
canta às ondas odoríferas dos negros cabelos dela!
Abre tuas asas oh ave noturna,
que do preto das madeixas dela fizeste rastros brancos,
e cada noite outros fios prateias como a luz do luar.
Oh memória que se imprime na primeira hora,
tantas madrugadas expressas em multiplicidade universal.
Enumera tuas saudades juntadas das horas idas,
flutua com a nave do coração como destino de retorno,
e adormece como um planeta entre noite e dia.
Oh paixão irremovível desde o minuto que a ti cheguei,
canto primeiro, assobios e tudo, apoteose das manhãs.
E tantas batalhas entre detalhes que anoitecem a diversidade,
diluindo-se nas constelações iluminadas e, na mesma fuga,
eu e ela, na noite universal que é demais para um só.
2 comentários:
José,
Tô em campanha por Ingrid, espero sua sempre boa vinda verve.
Essa mulher não pode perecer na selva.
Imagine o que ela vai dizer...
Vai dizer muita coisa...
Vamos ouví-la...
Eu me apaixono nas madrugadas , quando a noite adormece minhas mágoas ,
e a madrugada me chama
de alguma estrela ,
até que amanheço ,
na linha do coração ...
na palma da tua mão !
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