Preparo humildemente
tua mesa - frutas, chás, biscoitos.
À noite espero teu cerrar de cílios
então visto tuas meias
e te agasalho os pulmões.
Renovo minha vida
cuidando da tua bronquite
e a cada longo suspiro teu
tão contente me vejo no espelho.
Todos os dias
e todas as noites
zelo por tua alma -
acendo incensos
rogo aos anjos mais elevados
a tua felicidade sem motivos aparentes.
Ouço bater à tua porta
uma cavalaria de bons presságios.
Talvez nem percebas
que de fininho passo por tua sombra
e sequer espero outra pancada -
abaixo a ponte movediça.
Adentram cavalos encantados
com bufões mediúnicos
tocando trombetas -
Eia, eia, eia.
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