TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 10 de maio de 2009

O Dedo e a Unha

Pelo que viver adiante
trarei apenas uma mente suspeita
e uma alma omissa por entre fendas.

O meu lar é o corpo.
Consigo suspeitar dos vermes
perambulando pelo meu ventre.

Esperam o dia final -
quando a mente adormece
e a alma contra sua vontade
desperta-se da mendicância.

A chuva, o sol, as manchas nas paredes,
os fungos, a desordem - meus olhos enxergam.

Imagino então o que meus olhos não veem -
o esgoto do banheiro e as baratas festivas.

Minhas costas doem.
Mas o que seria dos ombros
sem a curvatura da medula.

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