Não lateja sofrimento em minha alma -
apenas um certo sumiço,
uma unha roída.
Vejo meu coração músculo enfadonho
zombar do sangue e bombear lágrimas.
Lamaçal distante de um cálice
permanece úmido no travesseiro.
Não se trata de angústia
a vergonha da própria solidão.
Afinal como pensar que sou só
cercado por tantas sombras e vultos?
Os objetos, as paredes,
os bichinhos domésticos
gargalham de tal embuste.
Agora deitado com as pernas e os braços cruzados
apenas descanso da presença dos meus ossos e da minha carne.
Nenhum comentário:
Postar um comentário