TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Passional

A fragilidade das noites em claro
após baques poderosos
reconheço através do coração acuado
aos pinotes.

Tu aproveitas.

Lanças sobre minha mente
sapos com bocas costuradas.

O castigo vem a galope
quando sonho:

milícias de sátiros cavalgando
sobre teu dorso em brasa.

E os teus risinhos diabólicos
entram por meus ouvidos de anjo.

De fato, sou um anjo.

Senão ao acordar
puxaria do armário
a velha faca de cortar pão
e sangraria teu sinal do peito.

Antes, é claro, limparia todas as tuas verrugas
de um golpe só em forma de círculo.

Mas não te preocupes.
Eu sou um anjo.

Apenas ao meu corpo
suspiro açoites.

E à minha alma
canto o inferno.

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