O meu destino é ser exímio açougueiro:
destrinchar versos.
A alma não tem nada a ver com isso.
Deixe-a quieta no seu sótão.
Vejo da varanda
a enorme lua cheia
bobona
à espera de um alfinete
ou uma unha.
Arrasto sobre os ombros
um dorso sangrando
e os pingos de sangue
espalhados pelo corredor
é a única forma do poeta
não esquecer o caminho de volta.
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