TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 13 de março de 2013

"FERA-FERIDA" - José Nilton Mariano Saraiva


Após a derrota do soberbo time espanhol de futebol do Barcelona, ante a sofrível equipe italiana do Milan (e os dois posteriores reveses no clássico espanhol contra o Real Madri), os “gênios” que militam na imprensa esportiva caíram de pau, baixaram o malho, sentaram a pua e, literalmente, “decretaram” que os defensivistas treinadores adversários finalmente haviam encontrado uma maneira de parar a máquina catalã, de acabar com o futebol-arte do Barcelona, de impor a força-bruta sobre um conjunto harmônico. 
A “receita’, para tanto, seria restringir o espaço dos artistas da bola, exercer uma marcação implacável sobre seus principais executores, não deixá-los livres um instante sequer; especialmente sobre um determinado argentino baixinho, de há muito considerado o melhor jogador de futebol do mundo, da atualidade (e que dentro do campo não vive de apelar pra frescurites, como determinados “astros” brasileiros).
Ironicamente, denominaram tal modelo de a “jaula”, que consistia em adiantar os quatro zagueiros e recuar os quatro meio-campistas, povoando e compactando aquele espaço onde o argentino trafega com exímia maestria e desenvoltura. Fato é que, como o melhor do mundo esteve visivelmente fora do “normal” nas três partidas, teria ficado “preso” na marcação, daí a invencionice de que fora “enjaulado” (e, no entanto, num olhar mais atento, dava pra se notar que o mesmo aparentava estado febril).
Esqueceram os “gênios” da imprensa esportiva que, num ambiente onde a individualidade pode assumir papel determinante, torna-se prematuro provocar uma fera-ferida, com vara curta.
E assim, a resposta do melhor do mundo apareceu na partida de volta: ao entrar em campo já com o placar adverso de dois gols, ele resolveu voltar à normalidade, roubar a cena, emudecer e desmoralizar seus críticos, comandando o “baile” do Barcelona na tonitruante goleada de 4 x 0  (dois dos gols foram seus e teve participação nos outros dois).
Assim, comprovado restou que não há “jaula” no mundo que consiga obstar a genialidade, trancafiá-la em seu interior, impedi-la de manifestar-se em toda a sua pujança, principalmente quando a “fera-ferida” (e que presumivelmente fora enjaulada) responde pelo nome de Lionel Messi.
Ô “argentinozinho” pra jogar.

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