Para os
que não conhecem ou simplesmente teimam em ignorar o “histórico” da Rede Globo,
aí está o Editorial do jornal “O Globo”, do dia 02 de abril de 1964 (há 49
anos, portanto), apoiando a Ditadura Militar. Depois disso, o Roberto Marinho (dono)
foi agraciado pelos generais com canais de TVs, que até hoje são usados (agora pelos
herdeiros) de forma a atender as conveniências de quem chegava ao poder. Mas, de
repente, surgiu um tal de Lula no caminho e contrariou interesses poderosos,
daí a campanha difamatória contra ele e, agora, Dilma.
Reflitam
e tentem entender a “razão” da TV Globo ter estuprado sua própria grade (programação)
a fim de passar cerca de cinco horas ininterruptas incitando a população contra
a presidenta Dilma Rousseff. Se isso não foi tentativa de “golpe”, procurem outra
denominação mais apropriada.
************************************
EDITORIAL
“Ressurge
a Democracia”
Vive a
Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas,
independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre
problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a
ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus
chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a
disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em
arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como
dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da
subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da
legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se
vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.
Agora, o Congresso dará o remédio
constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em
direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados,
sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a
ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava
a levar à anarquia e ao comunismo.
Poderemos,
desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os
nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão
geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da
comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos
bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos
porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a
defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não
confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas
um daqueles poderes, o Executivo.
As Forças
Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, “são instituições permanentes,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do
Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.”
No
momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina
de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da
lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da
legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao
Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião
realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários
da democracia e da lei.
Atendendo
aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos
últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as
Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de
seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos
vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este não
foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da
vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras
presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais
respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças
Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses
líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por
isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não
pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer
reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos
princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os
banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes
militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre,
procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos.
Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para
que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o
povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar
a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande
favor.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário