TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Quem tem Mandela no Coração - José do Vale Pinheiro Feitosa

Paravanda Nelson Mandela. É o nome científico de uma orquídea que existe em Singapura. A protéia, que é a flor nacional da África do Sul, tem uma variedade de cor vermelha que leva o nome de Madiba. Astralopicus nelsonmandelai é o nome que se deu ao fóssil do mais antigo pica-pau da África do Sul. A Singafrotypa Mandela é o nome científico de uma aranha que vive em Cape Town. A “partícula mandela” é uma partícula nuclear descoberta pelo Instituto de Física da Inglaterra que homenageou Nelson Mandela que compõe as homenagens do dia de hoje.  

Guardemos a data, dia 5 de dezembro de 2013, e quem tem Mandela no coração não pode ter Margareth Thatcher no mesmo compartimento. Esta líder conservadora inglesa se opôs a missões de caráter humanitário durante os anos mais sangrentos do regime do Apartheid. Assessor de Thatcher, logo que Mandela teve direito de se pronunciar, atacou o líder africano dizendo que o sofrimento não havia lhe ensinado nada. Mas também não pode ter Ronald Reagan e nem Jacques Chirac ex-premier francês que deu sobrevida ao regime segregacionista.

Quem tem Mandela no coração e o homenageia hoje não pode deixar de esquecer que a organização fundada e dirigida por Mandela, o CNA se encontrava na lista das organizações terroristas ditadas pelos EUA e pelo Reino Unido. Estes não podem confundir a alma da luta de Mandela em vida e agora na morte.

Quem tem a sinceridade do significado de Mandela, aquele que soube perdoar, que deu liberdade ao seu povo não pode acreditar na seiva corrompida pelas letras e palavras do jornalismo do Sistema Globo, da Abril e da Folha de São Paulo que sempre estiveram na trincheira ideológica que guardava a chave do cubículo 2 x 2,5 em que Mandela viveu 27 anos de sua vida.  

Mandela não é a saudade de uma pessoa. Mandela é como a orquídea que recebeu o seu nome. Mandela é a expressão de que no campo todas as flores devem viver. Que todas as flores têm a mesma importância independente da natureza dos carpelos, dos estames, das sépalas ou das pétalas. A Mandela se diz povo e quem diz povo, pronunciando Mandela, se levanta contra a opressão e a exploração das gentes por ricos e poderosos.

A partir de Mandela pode-se até repetir o Sermão da Montanha: “Olhai os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham e nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu com um deles.”


Mandela. A orquídea da liberdade.   

Nenhum comentário: