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quarta-feira, 16 de abril de 2014

UM POUQUINHO MENOS SENADOR ÁLVARO DIAS - José do Vale Pinheiro Feitosa

Tem escrita médica que nem farmacêutico decifra. Existem garatujas que seriam incapazes de decifração até mesmo por Jean-François Champollion que traduziu a Pedra de Roseta e assim revelou a escrita hieroglífica. Ao contrário das lentas e solitárias escritas dos escrivães dos cartórios, alguns médicos brasileiros, enxugando filas de cem clientes, com demandas variadas, riscam nas receitas um cipoal indistinto.

Nos anos eleitorais é lícito, correto e necessário pegar todas as contradições dos adversários. Portanto constranger Dilma, Aécio ou Eduardo é parte do jogo. Mas assim como as receitas médicas, o debate eleitoral precisa apontar caminhos, problemas e soluções.

E tem mais. O receituário médico revela doutrinas e condutas organizadas de modo sistemático sujeitas a conceitos, preconceitos e superáveis no curso dos avanços sociais, políticos e da ciência. Igualmente as práticas políticas quando se expõem as ideias dos candidatos e seus partidos.

Pois não é que o Senador Álvaro Dias do PSDB do Paraná tratou de fazer política com a escrita de um médico cubano como forma de atingir a candidata Dilma Roussef. Acontece que o médico ao solicitar uma ultrassonografia de mama, escreveu “ultrassão dos peitos”.


Mais do que fazer política Álvaro Dias caiu na vala fétida do preconceito. E esta história tem tudo para ter por trás um “profissional de saúde nacional que escreve um português digno da Academia Brasileira de Letras” dando de bandeja a história para o Senador. 

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