Em 27 de maio de 2007 o site da Forbes Magazine dava a
seguinte notícia: “Bilionário brasileiro Roberto Civita, um dos mais notórios barões da mídia, faleceu neste sábado.
Aliás a expressão inglesa para falecer é uma pérola de linguagem que lembra o
papel da Famiglia Civita na América do Sul: “passed away”.
A família Civita, por dentro do miolo financista e da grande
produção editorial e cultural, de criação de mitos e posturas, “passou longe”
do povo brasileiro. Nunca aprendeu a falar português de modo convincente, era internacionalista
e tinha nas cordas vocais, no coração e na mente uma distância imensa de eu,
tu, nós e vós.
A família Civita tem origem entre judeus italianos que
migraram para Nova York entre o final do século XIX e XX. Na cidade americana
já moravam vários parentes entre eles a cantora de ópera Vittoria Capri e o
homem de negócios Carlos Civita.
Com o desenvolvimento do mercado editorial a família Civita
retorna à Itália e em Milão o mais velho dos irmãos Cesare Civita vai trabalhar
numa grande editora. Eram editoras que já começavam a receber influência do
grande mercado que fundiu cinema, publicação, revistas, música e diversão num
mesmo pacote, como por exemplo Walter Disney. Os irmãos Civita, incluindo
Victor, se tornaram representantes de Disney na Itália.
Em 1938 saem da Itália quando os fascistas dominaram as instituições
do país. Vão para Nova York. Logo a seguir, 1941, Cesar Civita migra para
Buenos Aires e funda a Editora Abril para dar suporte local à “invasão da cultura
americana” na América do Sul, como representante da Disney e forte participação
na produção e distribuição do filme Bambi.
Em 1949, o irmão mais moço de César, Victor Civita vem
repetir a dose no Brasil. Funda a Editora Abril com seus negócios,
representações, revistas em quadrinho, editora, parque gráfico uma potência
temerária e acima da cultura nacional com dificuldade em pronunciar a língua
local.
Victor Civita é o pai de Roberto Civita, que é pai de
herdeiros do negócio, que tem Ceo, que tem editores e jornalistas como
pistoleiros a manter a rede internacional de interesses e baldeações. Aí se tem
a sistemática e panfletária escrita da Revista Veja. A rede no tempo e no
espaço do mesmo negócio e do mesmo interesse de grandes grupos econômicos.
Quando a candidata Dilma Roussef, atacada de modo fora dos
padrões mínimos de equilíbrio jornalístico, às vésperas das eleições, se
manifestou a respeito, a nota da Revista Veja é puro cinismo. Faz parte das
desculpas que justificaram todos os Golpes de Estado e de Direito efetuados no
Brasil.
Eis os termos da nota da Revista Veja em outras palavras: a)
fizemos isso a 48 horas das eleições, sem ouvir a outra parte, porque somos
assim, sempre “antecipamos” nosso editorial panfletário para influenciar o
pleito; b) a presidenta fez crítica ao mensageiro e não aos fatos, que são
denúncias de um criminoso tentando reduzir suas penas atirando para todo lado
(são denúncias que ainda serão investigadas quando só então serão fatos); c)
não vamos esconder os “fatos” só para não influir nas eleições, porque os “fatos”
são para influir mesmo; d) agora Presidenta a senhora entuba isso e defenda meu
direito de jogar m* na sua dignidade.
No velho estilo dos golpes a mídia das grandes famílias
brasileiras fez o coro do impeachment da Presidenta Dilma, aí com nítido efeito
de retirar-lhe votos e já preparando uma campanha perigosa para caso seja
eleita. Estão nesta linha Reinaldo Azevedo, Merval Pereira e outros.
Agora vamos que isso nos leve a Aécio Neves ao
invés de Dilma? A situação será muito pior. Só um governo ditatorial, mas sem
legitimidade, com a única política de bater no povo. Isso não vai dar certo e
quem aposta nisso já deve ter uma segunda moradia no exterior para fugir após a
desgraça social e política.
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