TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

CIRO "CAMALEÃO" GOMES - José Nilton Mariano Saraiva


Metade do mundo e a outra banda sabem que os camaleões se distinguem de outros lagartos pela habilidade de algumas espécies em trocar de cor, assim como por sua língua rápida e alongada.

Pois bem, apadrinhado por Tasso Jereissati, que o lançou na arena política cearense, de princípio Ciro “camaleão” Gomes tratou de “empregar” toda a família na política, talvez por entender ser aquele um meio de vida de ganho fácil e promissor (hoje, os irmãos Ivo Gomes, Cid Gomes, Lúcio Gomes e até a ex, Patrícia Gomes, estão bem situados na vida, sem nunca terem se dado  ao trabalho de batalharem por um emprego na área em que se formaram; portanto, todos, indistintamente, devem ao primogênito da família a folgada situação que hoje desfrutam, daí a fidedignidade canina ao próprio).

Após descobrir os “encantos da política” ($$$ e tráfico de influência), Ciro “camaleão” Gomes não se importou em trair espetacularmente o ex-padrinho, Tasso Jereissati, aplicando-lhe um sonoro pé-na-bunda e partindo em voo solo (sem que antes haja rotulado o ex-amigo de “coronel”).

E foi a partir de então, pulando de galho em galho, que ficamos a saber da sua falta de coerência e de ideário programático, já que movido apenas e tão somente por interesses pessoais; assim é que nos seus 30 e poucos anos na política, já transitou pela antiga ARENA, PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, PROS e PDT;  como se vê, um verdadeiro camaleão em crise de identidade.

Há que se destacar que, talvez por ser um admirador do baiano Raul Seixas, parece ter adotado para si ou apropriou-se de uma de suas pérolas, “EU PREFIRO SER ESSA METAMORFOSE AMBULANTE...” objetivando se dar bem na vida.

Arrogante, prepotente e, antes de mais nada e acima de tudo messiânico, meteu na cabeça que bastaria seu “papo-furado” ou sua facilidade de verbalizar asneiras, para ascender à Presidência da República, nem que para tanto tivesse que, momentaneamente, aderir ao puxa-saquismo desenfreado para com o seu então “chefe”, Lula da Silva, degrau mais fácil para “chegar lá”. Para tanto, tornou-se um lulista de quatro costados, tão sincero e verdadeiro como uma cédula de sete reais.

Só que, experiente, passado na casca do alho e autêntico professor na área da política, Lula da Silva massageou seu ego convocando-o para ser um dos seus ministros, o que o fez pensar que faltava pouco para atingir seu objetivo; sonho que se esvaiu quando o então presidente convocou Dilma Rousseff para concorrer ao seu lugar.

Apoplético e fora de controle, deu um jeito de arranjar espaço nos principais jornais televisivos noturnos (nos diversos canais de TV), para desancar daquela que havia “tomado o seu lugar”; e aí, Lula da Silva mostrou-lhe que, ante ele, Ciro “camaleão” Gomes não passava de um imberbe, um amador, um iniciante; orientou a candidata a oferecer-lhe uma simples coordenação política de campanha, no Nordeste. Foi o bastante e suficiente para silenciá-lo.

Nesse interregno, através de agremiações políticas consideradas “barrigas-de-aluguel”, conseguiu lançar-se em três eleições candidato à Presidência da República, quando “engasgando-se com a própria língua”, conseguiu pífios 10/12% dos votos.

Mui recentemente, aflorou mais uma vez um fato denotador da sua incoerência e instabilidade emocional:  quando surgiram indícios de que a “caçada implacável” do raivoso juiz Sérgio Moro estava nos seus "finalmentes" e este se preparava para prender o ex-presidente Lula da Silva (mesmo sem qualquer prova que o credenciasse pra isso, mas tão somente  objetivando tirá-lo da corrida presidencial, como aconteceu), Ciro “camaleão” Gomes apressou-se em anunciar que estaria à frente de um movimento visando sequestra-lo e  acomodá-lo em uma embaixada de algum país amigo. Só papo-furado, como se viu a posteriori.

Foi aí que a “metamorfose raulseixiana” mais uma vez se manifestou: após consumada a prisão de Lula da Silva e pressupondo que o PT o convocaria para substituí-lo como cabeça de chapa do partido, ainda hoje não se conformou em razão do partido ter lançado candidatura própria, via Fernando Haddad. Que, mesmo desconhecido, em 20 dias de campanha conseguiu quase 50% dos votos, deixando-o atrás, bem atrás.

Sua metralhadora então giratória foi fixada numa base sólida e alvo determinado: Lula da Silva. Assim, se meses antes o ex-presidente era por ele considerado um “preso político” (como a maioria da população mundial pensa), agora não passa de um “político preso” e “babacas” são os que pensam o contrário.

Já se lançou candidato à Presidência da República em 2022, mas certamente morrerá de novo longe, muito longe da praia. Até lá será um zumbi a zanzar nas noites sem fim. Politicamente está liquidado. 
    


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