TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 31 de julho de 2011

FORA DE CONTEXTO

O preço da roupa
Não volta à lavoura
Que fornece o algodão
O couro ecológico, ufa!!
Vestiu de lógica a preservação HUMANA
Ali na loja, os panos
Valores insanos
Superfaturai!
Espécies-cabide!
Febris por novidades
Vitrines de si
Abram as passarelas
Fábricas de cobrir
Pendurai as peças
O enfeite destas
Distraiu até as belas
De coração
Supra-consumo
Praga da evolução
Tanto a oferecer
Além de admoestar os mal-vestidos.

ARTES CÊNICAS NO CARIRI!!!



3ª GUERRILHA DO ATO DRAMÁTICO CARIRIENSE
De 29 de outubro a 19 de novembro de 2011
Teatro Rachel de Queiroz - Crato-CE - e ruas do Cariri

Um dos maiores acontecimentos na área de artes cênicas do Ceará, que se consolida como incentivador e difusor da produção caririense, foi idealizado pelo dramaturgo Cacá Araújo, teve sua primeira edição em 2009, e hoje conta com a adesão de cerca de 30 companhias e grupos de teatro e de dança em atividade na região.

A terceira guerrilha foi contemplada no Edital Cultural do Banco do Nordeste, de quem receberá patrocínio. Também terá apoio da Prefeitura Municipal do Crato e buscará parceria da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará para onde encaminhará solicitação de patrocínio ao Fundo Estadual de Cultura - FEC.

Importante reunião foi realizada na tarde do último sábado, no Teatro Rachel de Queiroz (Crato-CE), oportunidade em que houve a primeira chamada de espetáculos para a programação do evento e 20 espetáculos de teatro e de dança foram indicados por diretores e produtores das diversas companhias presentes.

De acordo com o dramaturgo Cacá Araújo, a programação oficial será divulgada depois da segunda chamada de espetáculos, devido à necessidade de ajustes visando à contemplação de um maior número de grupos.

"Perdidos no espaço" - José Nilton Mariano Saraiva

Tanto quanto a inquestionabilidade que o avião é o meio de transporte mais rápido e seguro do mundo, existe agora a apavorante comprovação (vide diálogo abaixo) de que na operacionalização dos seus comandos (mesmo nos portentosos e luxuosos vôos transcontinentais) às vezes se encontram pessoas flagrantemente despreparadas para lidar com situações de emergência, não convencionais, ou que ultrapassam os ditames manualísticos.
È o que lamentavelmente constatamos ao tomar conhecimento do relatório dado a conhecer nessa sexta-feira (29) pelo BEA, órgão do governo francês que investiga o acidente com o vôo 447, da Air France, contendo a transcrição das caixas-pretas, onde nos é revelada a tensão na cabine do avião nos minutos finais que antecederam a tragédia.
Tal qual cego em tiroteio, na conversa os dois co-pilotos (Bonin e Robert) e o comandante (Dubois) DISCUTEM POR NÃO SABEREM COM PRECISÃO SE O AVIÃO SUBIA OU DESCIA ( INCRÍVEL, NÃO ??? ). Veja, abaixo, a íntegra da conversa na cabine:
23h 10min 51 - Alarme de estol (ou perda de sustentação) - 54 seg;
23h 10min 56 - Bonin: TO/GA (aceleração máxima);
23h 11min 00 – Robert: Tente tocar o menos possível nos comandos laterais;
23h 11min 03 – Bonin: Eu estou em TO/GA (aceleração máxima);
23h 11min 06 – Robert: Ele vem ou não ?
23h 11min 21 – Robert: A gente tem ou não os motores, o que está acontecendo ?
23h 11min 32 – Bonin: Eu não tenho o controle do avião. Eu não tenho o controle;
23h 11min 38 – Robert: Vire à esquerda;
23h 11min 41 – Bonin: Tenho impressão que a gente conseguiu velocidade;
23h 11min 43 – (Barulho na porta da cabine);
23h 11min 43 – Dubois: O que é que vocês estão fazendo ?
23h 11min 45- Robert:O que está acontecendo? Eu não sei o que está acontecendo;
23h 11min 52 – Dubois: Então pega isso logo;
23h 11min 53 – Alarme de estol (ou perda de sustentação);
23h 11min 55 – Alarme de estol (ou perda de sustentação);
23h 11min 58 – Bonin: Tenho um problema; o variômetro não tá funcionando;
23h 11min 58 – Dubois: Ta certo;
23h 11min 59 – Bonin: Eu não tenho mais nenhum dado;
23h 12min 04 – Bonin: Tenho a impressão que estamos com uma velocidade louca, o que você acha ?
23h 12min 07 – Robert: Não sei, mas não solte;
23h 12min 08 – Alarme de estol (ou perda de sustentação);
23h 12min 10 – Alarme de estol (idem);
23h 12min 13 – Robert: O que você acha? O que você acha que devemos fazer?
23h 12min 15 – Dubois: Então não sei, está caindo;
23h 12min 19 – Bonin: Agora está bom, conseguimos estabilizar as asas;
23h 12min 19 – Dubois: As asas estão estabilizadas:
23h 12min 20 – Robert: Horizonte seguro;
23h 12min 26 – Robert: A velocidade ?
23h 12min 27 – Robert: Você está subindo;
23h 12min 27 – (Alarme de estol);
23h 12min 27 – Robert: Você está caindo, caindo, caindo:
23h 12min 30 – Bonin (co-piloto): MAS EU ESTOU CAINDO ?
23h 12min 30 – Robert (co-piloto): CAINDO;
23h 12min 32 – Dubois (comandante): VOCÊ ESTÃO SUBINDO;
23h 12min 33 – Bonin: Estou subindo ? Ok, vou descer;
23h 12min 34 – (Alarme de estol);
23h 12min 39 – Bonin: Ok, estamos em TO/GA (aceleração máxima);
23h 12min 40 – (Alarme de estol – 6 seg);
23h 12min 42 – Bonin: A GENTE SUBIU OU O QUÊ ?
23h 12min 44 – Dubois: Não é possível;
23h 12min 45 – Bonin: A GENTE SUBIU OU O QUÊ ?
23h 12min 45 – Robert: Qual é nossa altitude ?
23h 12min 46 – Bonin: UÉ, EU ESTOU CAINDO OU NÃO ?
23h 12min 46 – Robert: Agora você está caindo;
23h 12min 46 – Dubois: Anh, coloque as asas na horizontal;
23h 12min 46 – Robert: Coloque as asas na horizontal;
23h 12min 47 – Bonin: É o que estou tentando fazer;
23h 12min 47 – Dubois: Coloque as asas na horizontal;
23h 12min 49 – (Alarme de estol – 8 seg);
23h 12min 59 – Bonin: Eu estou tentando virar o máximo à esquerda;
23h 12min 59 – Dubois: O pedal;
23h 13min25 - Bonin: O que será que está acontecendo que o avião continua caindo?
23h 13min 28 – Robert: Tente ver o que você consegue fazer com seus comandos lá em cima, os básicos, etc;
23h 13min 32 – Bonin: No nível 100;
23h 13 min 36 – Bonin: 9.000 pés;
23h 13min 32 – Dubois: Acelere devagar;
23h 13min 39 – Robert: Sobe, sobe, sobe, sobe;
23h 13min 40 – Bonin: Mas estou subindo muito há algum tempo:
23h 13min 40 – Dubois: Não, não, não, não sobe;
23h 13min 40 – Robert: Agora caindo;
23h 13min 45 – Robert: Então me dê os comandos, me dê os comandos;
23h 13min 45 – Bonin: Vai lá, você tem os comandos. Ainda estamos em TO/GA;
23h 13min 55 – (Alarme de estol – 8 seg);
23h 14min 05 – Dubois: Atenção, você está subindo;
23h 14min 06 – Robert: Estou subindo ?
23h 14min 06 – Bonin: Bem, é isso que precisamos, acho que estamos a 4.000 pés;
23h 14min 17 – Alarme “pull up” (três vezes);
23h 14min 18 – Dubois: Vamos lá, vai;
23h 14min 21 – Bonin: Vamos lá, vai, vai, vai, vai;
23h 14min 21 – Alarme “pull up” (quatro vezes);
23h 14min 26 – Dubois: Dez graus de subida;
23h 14min 28 – Fim dos registros.

Setaro's Blog: Cidadão Walter

Setaro's Blog: Cidadão Walter: "Walter da Silveira ao lado de seu amigo e contemporâneo Com 19 ensaios, Fronteiras do Cinema (Edições Tempo Brasileiro, 1966), livro d..."

sábado, 30 de julho de 2011

Palestra sobre a política externa contemporânea dos EUA


Pelo Prof. Virgílio Arraes
(Catedrático de História da Universidade de Brasília - UNB)

Dia 1 de agosto de 2011 (próxima segunda-feira), as 19 horas

No Salão de Atos da URCA (Campus do Pimenta, Crato)

Promoção: Departamento de História da Universidade Regional do Cariri – URCA

Breve currículo do palestrante - O professor Virgílio Caixeta Arraes é graduado em história pela UNB, com mestrado e doutorado na mesma universidade. Tem título de doutor, obtido em 2005, com a tese "Relações internacionais da Santa Sé: da fragilidade à busca de autonomia". É especialista em Relações Internacionais contemporâneas e política externa do Brasil. Foi consultor do Exército Brasileiro no estudo prospectivo "Construção de cenários para o ano 2.030” e assessor de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, em 2006 e 2007. É consultor do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Possui 103 trabalhos publicados em revistas especializadas, 155 matérias veiculadas em jornais e periódicos e cinco livros publicados. Foi orientador de várias teses de mestrado e cinco de doutorado na UNB.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Agende-se para o baile!


Agenda dos ÁGUIAS DE BARBALHA para agosto de 2011:
07 - FESTMILAGRES, MILAGRES, CEARÁ.
12 - CALDAS FEST, BARBALHA, CEARÁ.
13 - BARBALHA,CEARÁ,festa de aniversário da Escolinha BEM ME QUER, no Rotary Clube.
20 - JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ.
26 - BARBALHA, CEARÁ, os Melhores do Ano, em SARITA EVENTOS.
27 - SALGUEIRO, PERNAMBUCO.

Gratos pela divulgação.
OS ÁGUIAS DE BARBALHA.

Bolinha de papel.

Tantos são os apelos ao consumo e tantas as formas de divulgar seus produtos que a criatividade nas propagandas não tem limites. Dos “out doors” gigantescos aos pequenos folhetos distribuídos de mão em mão nas calçadas; dos anúncios em radio e TV aos carros de som e até bicicletas sonorizadas, nunca estamos isentos desses apelos. “É bem verdade que a economia precisa se desenvolver e que quanto mais produtos no mercado e mais consumidores, melhor para o sistema econômico, maior a arrecadação de impostos, geração de empregos...” vinha pensando enquanto caminhava pela rua Bárbara de Alencar e me desviava dos transeuntes, dos buracos na calçada e do lixo jogado pelo chão. Reparei que aumentou bastante o numero de transeuntes, buracos e lixo. Parece que existe uma relação entre o aumento da população e a produção de lixo. Gosto de caminhar pela cidade, observar e pensar sobre o que vejo. “Será que o crescimento da população tem alguma relação com o número de buracos na via pública?” Fiquei a pensar enquanto caminhava amassando entre os dedos o folheto de propaganda que recebera numa esquina. Andei algumas quadras segurando o tal papel amassado, que nem me lembro o que anunciava, em busca de um cesto de lixo para jogá-lo. Encontrei restos de embalagens, de caixas de papelão, uma cartela de remédios, e muito mais... Apertava a bolinha de papel em minha mão e sentia um pouco ridículo meu pudor em jogá-lo ao chão. Com tanto lixo na rua parece que não faria diferença. Foi então que vi um garoto, em idade escolar, receber um panfleto de anúncio, ler, amassar e... fui seguindo o garoto pela rua que, depois de caminhar um pouco, jogou o papel no cesto de um vendedor de picolé que passava por ali. Fiz o mesmo e senti uma ponta de esperança na humanidade.

João Nicodemos.



- TO BE OR NOT TO BE...

Reedições de livros caririenses - Emerson Monteiro


Neste primeiro semestre de 2011, foram reeditadas pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em parceria com as Universidades Federal do Ceará e Regional do Cariri, algumas das obras do escritor cearense J. de Figueiredo Filho, emérito historiador que viveu em Crato e desenvolveu atividades intelectuais de larga repercussão pelo País inteiro, sendo um dos fundadores do Instituto Cultural do Cariri ao qual pertenço.

Avô de dois dos meus amigos, Tiago e Flamínio Araripe, conheci o Prof. Figueiredo Filho quando ele proferira notável discurso por ocasião da vinda a Crato, em 21 de junho de 1964, do Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, no Dia do Município cratense. Ao pleno sol quente das 11h no céu aberto da Praça da Sé, Figueiredo falou a imensa plateia e palanque lotado de autoridades, durante meia hora, repassando os detalhes da epopeia do Cariri. Senhor do assunto e respeitável pesquisador das nossas origens libertárias cumpriu a valer seu ofício. Isto numa fase em que o Brasil afundava nos porões da ditadura que permaneceria no poder mais de duas décadas, com sérios danos às liberdades civis e aos direitos humanos, preço pago das modernizações econômicas que varia o mundo naquele tempo para instalar a globalização dos dias atuais.

Depois, já pelos idos da década de 70, frequentei a sede do ICC, na Rua Miguel Limaverde, instalada na sala principal da residência do historiador, com quem conversava boas horas e de quem adquiri o gosto pelos estudos caririenses bem a seu modo e dedicação.

Agora recebemos sete dos seus livros, reeditados em momento oportuno, para as novas gerações, através das Edições UFC, série Memória, da Coleção Nossa Cultura. Engenhos de Rapadura do Cariri, Folguedos Infantis do Cariri, os quatro volumes de História do Cariri e Cidade do Crato (este com Irineu Pinheiro) ganharam outra publicação como parte de dez títulos que enfocam a história e os costumes do Cariri.

Além desses, também mereceram novas edições Efemérides do Cariri e O Cariri, seu descobrimento, povoamento, costumes, de Irineu Pinheiro, e Juazeiro do Padre Cícero, de Floro Bartolomeu da Costa.

São trabalhos emblemáticos da civilização caririense, motivos autênticos da preservação de nossas tradições e valores, os quais, ao lado de outros ainda adormecidos, demonstram a profundidade que caracteriza a alma desta gente que iniciaria com sucesso a colonização cearense, primeiro aqui estabelecida e só então desenvolvida junto do litoral.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

BATE-PAPO SOBRE CULTURA NA URCA

THE BEATLES (Banda cover hey bulldog) no sesc Crato, hoje!

Quem não gosta dos Beatles e de suas canções que nos rejuvenecem?
Hoje, a banda Hey Bulldog (Michel, Uly, Marquin e...) estará nos Sesc Crato para  um pocket show com as canções mais populares dos Beatles. O show começa às 8 da noite e é muito bom!
A gente se vê por lá!

Nós, os "alzheimenianos" - José Nilton Mariano Saraiva

Como todos sabem, o “mal de Alzheimer” é uma doença degenerativa cujo sintoma mais comum é a perda da memória, com tendência a evoluir mais adiante pra confusão mental e, em seu ápice, ao desligamento da realidade.
A introdução acima torna-se necessária para questionar o abaixo: será mesmo que os nossos ilustres e íntegros políticos nos consideram (a todos), uns “alzheimenianos” de carteirinha (portadores de tão terrível mal) ???
Ou você, aí do outro lado da telinha, já esqueceu do protagonizado recentemente pelo então ilustre Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Ceará, “Sua Excelência” o doutor Teodorico Menezes Neto (vinculado ao PSDB) ??? É, aquele mesmo, que montou um verdadeiro exército de eficientes “operadores financeiros” (esposa, cerimonialistas, filhos, chefe de gabinete, motorista terceirizado, assessores e conhecidos outros), para, através da assunção de postos de confiança no próprio Tribunal de Contas do Estado (por ele presidido), bem como em associações comunitárias fajutas em diversos e miseráveis municípios (Pindoretama, Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Cascavel, dentre outros), se habilitarem ao recebimento de uma penca de dinheiro público, objetivando construir... banheiros ??? (lembremo-nos que foram mais de R$ 2.000.000,00 desembolsados e... banheiro que é bom, ”neca”). Afinal, onde foi parar toda essa grana ???
Pois bem, o Ministério Público Federal descobriu mais uma peripécia (ou seria traquinagem ???) de “Sua Excelência”: é que, além do “irrisório” salário de cerca de R$ 24.000,00 que mensalmente recebe daquela Corte (religiosamente), o distinto houvera se aposentado (desde 1991), proporcionalmente - AOS 43 ANOS DE IDADE E APÓS 31 ANOS DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO - no serviço público federal (Incra-Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), percebendo remuneração parecida.
Além da ilegalidade flagrante da acumulação de vencimentos, vetada pela Constituição Federal (primeiro como “aposentado-Deputado” e, a partir de 1999 como “aposentado-Conselheiro do Tribunal”) o detalhe, para quem não percebeu nas entrelinhas do “grifo”, é que, para se aposentar com a idade e tempo de serviço que declarou (43 anos e 31 anos, respectivamente), o ilustre teria que ter prestado concurso e ingressado no serviço público federal aos – pasmem – 12 (doze) anos de idade (não, você não está “lelé da cuca”, “abirobado” ou “doido-varrido”); a trajetória de “Sua Excelência”, segundo divulgado pela mídia cearense, é essa aí).
Perguntas que não querem calar: Será que quando menino (12 anos de idade) “sua Excelência” não teve tempo pra freqüentar a escola (já que JÁ ERA empregado federal) ??? Mas... lugar de criança não é (e sempre foi) na escola ??? Será que àquela época, não havia um “limite-mínimo” de idade pra se ingressar no serviço público ??? Se não teve tempo de estudar (já que trabalhava), como “Sua Excelência” depois se graduou numa instituição superior, a fim de se habilitar a presidir aquela Corte ???

O parque de exposições de Crato - Emerson Monteiro

Por mais que a gente não queira, se envolve nesses assuntos de governo, quando a população, nas urnas, permitiu aos administradores públicos cuidarem da sorte do povo do jeito que lhes aprouver. Ainda assim, coça por dentro uma vontade de falar qualquer palavra de cidadão no quadro que se estabeleceu.

É que se formou uma espécie de cabo de guerra entre os gestores do Município cratense e o Executivo estadual quanto ao jeito certo de resolver, daqui para adiante, onde funcionará o Parque de Exposições Pedro Felício Cavalcanti.

O tema esquentou mais durante o evento deste ano de 2011, pois cada vez o local fica menor para tanto movimento. A cidade passa por crise de, no mínimo, dez dias diferentes, com carros de todo canto do Brasil a encherem as vias do centro e dos bairros, sem lugar de circular, de estacionar, etc. A selvageria das alturas do som na área dos shows, que ninguém consegue diminuir, nem tem a quem reclamar, judiando, prejudicando a paz, ensurdecendo gerações e gerações, além de incomodar sobremaneira os bichos expostos lá em cima, transtornando as imediações e intranqüilizados as famílias que moram perto.

Bom, segundo aqueles com quem converso, pode haver mais disciplina, inclusive no que diz respeito aos estandes trazidos, aos segmentos e à seleção, talvez controle impossível nesses tempos de mercantilização e dinheiro, a interessar os organizadores da festa tradicional de 60 anos.

Outros pretendem que modernizar o parque no ponto ora existente resolve, que possui área de expansão no sentido Canfundó. Enquanto que o Governo oferece o projeto pronto de deslocar as atividades para o Sítio Palmeiral, nas bandas dos brejos, entorno da Avenida do Contorno.

Em resumo, a querela estabelecida virou domínio público. Impasses, impasses, e nenhum entendimento que pacifique e inicie as construções futuras. Até falam em possível consulta popular através de um plebiscito.

No entanto, prezadas autoridades, há de existir dose suficiente de sensatez nos juízos dos gestores para equilibrar a balança, porquanto é hora de providenciar soluções urgentes, invés de esperar outro ano de contradições para avançar alternativas sem que nada aconteça até a nova edição do apreciado acontecimento, afinal em suas mãos depositamos a nossa confiança.

Setaro's Blog: O apagão cultural da Bahia ( Antonio Risério)

Setaro's Blog: O apagão cultural da Bahia ( Antonio Risério): " Transcrevo aqui um artigo bem pensado sobre a miséria cultural baiana escrito por Antonio Risério. Batido por Pernambuco em todas as fr..."

NOTÍCIAS DA URCA

Professor catedrático da UNB realizará palestra na URCA

O Departamento de História da Universidade Regional do Cariri – URCA promoverá palestra com o professor Virgílio Caixeta Arraes, Catedrático de História da Universidade de Brasília – UNB sobre o tema “A política externa contemporânea dos Estados Unidos da América”. O evento se realizará na próxima segunda-feira, dia 1 de agosto, as 19 horas, no Salão de Atos da URCA, situado no campus do Pimenta, em Crato.

O professor Virgílio Caixeta Arraes é graduado em história pela UNB, com mestrado e doutorado na mesma universidade. Tem título de doutor, obtido em 2005, com a tese "Relações internacionais da Santa Sé: da fragilidade à busca de autonomia". É especialista em Relações Internacionais contemporâneas e política externa do Brasil. Foi consultor do Exército Brasileiro no estudo prospectivo "Construção de cenários para o ano 2.030” e assessor de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, em 2006 e 2007. É consultor do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Possui 103 trabalhos publicados em revistas especializadas, 155 matérias veiculadas em jornais e periódicos e cinco livros publicados. Foi orientador de várias teses de mestrado e cinco de doutorado na UNB.


Ex-reitor da URCA nomeado Coordenador Geral do Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri

O ex-Reitor da Universidade Regional do Cariri (URCA), Professor Plácido Cidade Nuvens, foi nomeado pela Reitora da URCA, Otonite Cortez, o novo coordenador Geral do Museu de Paleontologia de Santana do Cariri. Como diretor geral está o Professor Titus Riedl e, diretor adjunto, Idalécio Freitas.

Plácido Cidade Nuvens comandou, durante a sua gestão como Reitor da URCA, o processo de ampliação, reforma e modernização do Museu de Santana, sendo também o criador do equipamento, período em que foi prefeito da cidade de Santana do Cariri, repassando aos cuidados da Universidade, em seguida.

Hoje, o Museu é uma dos referenciais do turismo científico no Estado do Ceará e recebe milhares de turistas de várias partes do País e do exterior, além de possuir um rico acervo paleontológico. São cerca de 10 mil peças expostas. Agora, ofertando também melhores condições para os pesquisadores, com meios de hospedagem e lanchonete para os estudiosos e visitantes.

Fonte: Assessoria de Imprensa da URCA

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Descaso preocupante - José Nilton

Descaso com a educação – José Nilton Mariano Saraiva

Definitivamente, após o hercúleo esforço para se habilitarem à academia, os alunos da Universidade Estadual do Ceará (UECE) estão com o futuro profissional seriamente comprometido, em razão da falta de empenho do Governo do Estado para com um setor fundamental no desenvolvimento de qualquer nação, como o é o educacional (e isso causa constrangimento e aflição não só aos alunos, mas, também, aos pais e familiares).
Pelo menos é o que se pode depreender das atuais responsáveis manifestações de professores e alunos daquela Universidade (veiculadas na televisão), quando denunciam a falta de nada menos que 312 mestres naquela instituição de nível superior (posição do ano passado), abrangendo quase todos os cursos.
E o mais impressionante: se de um lado temos o contundente depoimento de um dos pro-reitores da UECE asseverando que já há bastante tempo “estudo-denúncia” nesse sentido foi entregue no próprio gabinete do Governador, de outro, os líderes estudantis atestam que esse mesmo governo afirma desconhecer o problema e se nega a tomar uma posição sobre tão sério e grave entrave. Assim, graduações vão sendo postergadas, cursos que durariam quatro ou cinco anos são “esticados” ninguém sabe até quando, e, perigosamente, o desestímulo e desesperança tomam de conta dos “quase-futuro-doutores”.
Enquanto isso, numa absurda inversão de valores, o tesouro do Estado do Ceará já reservou e se prepara pra despejar uma montanha de dinheiro na construção de um tal “aquário” (“brinquedinho” pra turista ver, de utilidade pra lá de duvidosa e manutenção exorbitante), enquanto o chefe do Executivo e enorme comitiva vive cruzando o mundo em viagens transcontinentais, certamente que onerosas e sem resultados práticos (pelo menos que se saiba), em termos de alocação de recursos para aplicação em coisas mais sérias.
Pelo andar da carruagem - e a duração da crise da UECE está aí pra comprovar – da parte do “manda-chuva” do Estado a Educação parece ser um item de somenos importância e, como tal, descartável, desprezível ou desnecessário (tanto que não existe nenhuma perspectiva de concurso para recomposição do quadro de docentes da instituição, conforme asseverou um dos principais assessores de Sua Excelência).
A pergunta é: a quem apelar, se aquele que deveria não só cuidar, mas priorizar a “academia”, há se revelado um insensível para com a Educação” ???

Descaso preocupante - José Nilton

Descaso com a educação – José Nilton Mariano Saraiva

Definitivamente, após o hercúleo esforço para se habilitarem à academia, os alunos da Universidade Estadual do Ceará (UECE) estão com o futuro profissional seriamente comprometido, em razão da falta de empenho do Governo do Estado para com um setor fundamental no desenvolvimento de qualquer nação, como o é o educacional (e isso causa constrangimento e aflição não só aos alunos, mas, também, aos pais e familiares).
Pelo menos é o que se pode depreender das atuais responsáveis manifestações de professores e alunos daquela Universidade (veiculadas na televisão), quando denunciam a falta de nada menos que 312 mestres naquela instituição de nível superior (posição do ano passado), abrangendo quase todos os cursos.
E o mais impressionante: se de um lado temos o contundente depoimento de um dos pro-reitores da UECE asseverando que já há bastante tempo “estudo-denúncia” nesse sentido foi entregue no próprio gabinete do Governador, de outro, os líderes estudantis atestam que esse mesmo governo afirma desconhecer o problema e se nega a tomar uma posição sobre tão sério e grave entrave. Assim, graduações vão sendo postergadas, cursos que durariam quatro ou cinco anos são “esticados” ninguém sabe até quando, e, perigosamente, o desestímulo e desesperança tomam de conta dos “quase-futuro-doutores”.
Enquanto isso, numa absurda inversão de valores, o tesouro do Estado do Ceará já reservou e se prepara pra despejar uma montanha de dinheiro na construção de um tal “aquário” (“brinquedinho” pra turista ver, de utilidade pra lá de duvidosa e manutenção exorbitante), enquanto o chefe do Executivo e enorme comitiva vive cruzando o mundo em viagens transcontinentais, certamente que onerosas e sem resultados práticos (pelo menos que se saiba), em termos de alocação de recursos para aplicação em coisas mais sérias.
Pelo andar da carruagem - e a duração da crise da UECE está aí pra comprovar – da parte do “manda-chuva” do Estado a Educação parece ser um item de somenos importância e, como tal, descartável, desprezível ou desnecessário (tanto que não existe nenhuma perspectiva de concurso para recomposição do quadro de docentes da instituição, conforme asseverou um dos principais assessores de Sua Excelência).
A pergunta é: a quem apelar, se aquele que deveria não só cuidar, mas priorizar a “academia”, há se revelado um insensível para com a Educação” ???


terça-feira, 26 de julho de 2011

PROGRAMA CARIRI ENCANTADO SONORIDADES – 27/07/2011

Os velhos e bons Novos Baianos


Os Novos Baianos, um dos mais emblemáticos e criativos grupos musicais brasileiros de todos os tempos, surgiram na Bahia em 1969 e vigoraram vigorosamente na cena cultural tupiniquim até 1979. Eles marcaram definitivamente a música popular brasileira dos anos 1970 como um verdadeiro caldeirão sonoro, cujos ingredientes foram os mais diversificados, como a bossa nova, o frevo, o baião, o choro, o afoxé e o rock’n'roll, sempre influenciados pela contracultura e pelo emergente Tropicalismo.

Dentre os seus constantes membros, o grupo contava com Moraes Moreira (compositor, vocal e violão), Baby Consuelo (vocal), Paulinho Boca de Cantor (vocal), Pepeu Gomes (guitarra), Dadi (baixo), Jorginho Gomes (bateria) e Luiz Galvão (letras).

Os Novos Baianos foram apadrinhados pelo papa da bossa nova, João Gilberto, e contratados pela então poderosa gravadora Som Livre, onde lançaram o antológico e festejado disco Acabou chorare, em 1972, mesclando guitarra elétrica, baixo e bateria com cavaquinho, chocalho, pandeiro e agogô. Em outubro de 2007, Acabou chorare foi eleito pela revista Rolling Stone como o melhor disco da história da música brasileira.

Nesta quarta-feira, 27 de julho de 2011, o programa Cariri Encantado Sonoridades enfoca alguns dos melhores momentos desta banda que ainda hoje é lembrada como um verdadeiro laboratório de manipulação bem sucedida de vários ritmos, tendências e gêneros musicais.

Onde ouvir
Rádio Educadora do Cariri AM 1020 e Internet através do site www.radioeducadoradocariri.com.

Jackson Bantim foi homenageado no Festival de Jericoacora

Fonte: Gazeta de Notícias


Lá, tal qual cá - José Nilton Mariano Saraiva

“Administrar é delegar poderes”.
Partindo de tal pressuposto (teoricamente incontestável), é difícil acreditar (e, no entanto, é vero) que no globalizado mundo atual ainda exista um determinado contingente de pessoas que por simples pirraça, má vontade ou diletantismo exacerbado, faça questão de não enxergar o óbvio mais que ululante: o quanto é difícil e problemático dirigir uma nação tão heterogênea, repleta de mazelas, contradições e de dimensões continentais, como o é o nosso Brasil.
E a dinâmica da “coisa” começa cedo, lá atrás, a partir da artesanal e penosa “costura” de uma aliança que, mesmo tendendo à multifaçatez e disformidade, revela-se necessária na tarefa maior de levar adiante a viabilização de um determinado projeto macro-socializante (ou de viés coletivista); assim, depois de referendado nas urnas pela maioria da população, o ungido ao trono há que exercitar a tal “delegação de poder”, que se materializará na forma de “repartição” (ou divisão) das responsabilidades (com seus ônus e bônus), através da alocação de “quadros aliados” em postos estratégicos do organograma oficial.
E aí é que mora o perigo (inevitável), porquanto, mesmo se tratando de uma cultura estabelecida, de um procedimento já estratificado ao longo dos anos, nunca deixará de representar um autentico “salto no escuro” ou “jogada de alto risco”, já que, sem conhecer na intimidade os indicados (pelos partidos aliados), só resta a quem nomeia torcer para que os “coroados” tenham a sensatez, o compromisso e a responsabilidade com um projeto maior, um projeto de nação.
A reflexão acima tem a ver com duas situações emblemáticas, dos dias atuais; aqui, na terrinha, a presidenta Dilma Roussef (assim como outros que a antecederam no cargo), para manter a tal “governabilidade” necessita, evidentemente, que os projetos encaminhados pelo Executivo (Governo) ao Legislativo (Câmara e Senado) obtenham maioria de votos; e aí se escancaram portas, frestas e janelas para os maus intencionados tentarem se apossar (ou “privatizar”) o espaço lhes disponibilizado, pondo por terra todo um trabalho que contemplaria o “coletivo”. A solução ??? Cortar na própria carne e extirpar o mal pela raiz, como o fez a presidenta brasileira ao intervir diretamente no Ministério dos Transportes, entregue à responsabilidade de um tal Partido da República (PR), que tem peso, sim, já que com 07 (sete) senadores e 40 (quarenta) deputados federais.
Pois bem, mostrando a seriedade e responsabilidade que a caracteriza e sem se importar com o possível abalo-desfalque em sua “base de sustentação”, a presidenta Dilma Rousseff já premiou nada menos que 17 (dezessete) integrantes do Partido da Republica com o famoso “bilhete azul” (demissão sumária), a começar pelo próprio Ministro de Estado; e a assepsia continua, até não mais restar pedra sobre pedra. Alguém tem dúvida ???
Enquanto isso, nos Estados Unidos o presidente Barack Obama também é “peitado” e se vê candidato a “refém” dos integrantes do Congresso Nacional, que se recusam a autorizar o aumento da capacidade de endividamento do Governo (a fim de que este possa honrar os compromissos assumidos, livrando a ex-toda poderosa nação mais rica do mundo da alcunha de “caloteira”), a não ser que este desista de implementar determinadas medidas de cunho sócio-moralizantes (tributar os mais ricos, por exemplo).
Como se vê - lá, tal qual cá - também existe os ”mafioso-pirracentos”.
Efeito da tal globalização ??? Será ???

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Meio céu

Goste quando te derem
Saquinhos de presente
Cavalo dado não tem cáries
O diabo é a ansiedade
Por essas gentilezas
Caro aos bolsos furados, inodora ilusão
A carestia dos hábitos
Aos pretos, assaltos
Aos brancos, a clínica
E na manchete, a muamba
Do preconceito de classe
Deusa caída achou molas no fundo do poço
Vai virar game, saltou de fase.

domingo, 24 de julho de 2011

Camaradas ocupam Aracati no Festival Nacional de Teatro de Rua

Apresentação de Willyan Teles


Performance "A Encaixotada" com Janaina Felix



Interação com o público a partir do cartaz "Vende-se"


Performance "A encaixotada" realizada por Janaina Felix

Performance "A louca" realizada por Noberlia Duarte Siebra


Oficina/Performance "A Obra" realizada por Alexandre Lucas


oficina/performace " A Obra" realizada por Alexandre Lucas


Lambe-lambe "Vende-se"




Lambe-lambe "Taba Boca"



Lambe-lambe "Pelo direito de Brincar"


Norbelia Duarte Recita "A Rosa"





Lambe-Lambe "Maria da Luta" produzido a partir de fotografia

Montagem dos Lambe-lambe na Calçada da Igreja Matriz de Aracati


Marlon Torres recitando



Durante o período de 20 a 23 de julho, a cidade de Aracati foi tomada pelos artistas dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro por ocasião do VII Festival Nacional de Teatro de Rua do Movimento de Agitação e Resistência da Cultura Popular – FESTMAR realizado pelo Ponto de Cultura Instituto Aracupira Teatro e Cidadania/Frente Jovem. O Festival foi constituído por apresentações, oficinas, performances e intervenções urbanas.

De acordo com Teobaldo Silva o evento só foi possível por ter sido selecionado no Prêmio Funarte Arte Cênica na Rua 2010 e pelo aporte financeiro do Governo do Estado do Ceará e do Banco do Nordeste. Ele destaca que nesta sétima edição houve uma participação mais ampla dos artistas brasileiros e uma possibilidade de intercâmbios entre os grupos para realização de trabalhos em outras cidades.


O Coletivo Camaradas foi um dos grupo que participou do evento levando muita irreverência e engajamento político nos seus trabalhos. Os Camaradas realizaram uma oficina, cinco intervenções urbanas, duas performances e três apresentações. De acordo, Alexandre Lucas, essa foi uma das maiores produções realizadas pelo grupo. O Coletivo já realizou trabalhos em diversas cidades do Ceará, além dos estados do Rio de Janeiro, Salvador e do Distrito Federal.

Norbélia Duarte Siebra, estudante curso de Teatro da URCA, enfatiza que participou dos trabalhos e pode perceber a importância da arte como instrumento de consciência política.

Para Willyan Teles da Companhia Arriégua , a participação do Coletivo no evento deu para abranger assuntos diversificados e frisa que pra ele foi uma experiência nova na arte realizada na rua.

Janaina Felix, que realizou a performance “a encaixotada” na qual uma mulher é presa dentro de um caixote e auto se liberta diz que foi um trabalho que pode inovador a sua experiência estética e artística dentro do Coletivo.


Doze integrantes do Coletivo participaram do FESTMAR a partir do apoio da Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude do Crato que garantiu o transporte para os Camaradas.


Camaradas presentes no FESTMAR:


Diego Tavares da Silva
Marlon Torres de Souza
Antonio Hamilton de Souza Holanda Junior
Cícera da Penha Mendes Ribeiro
Elizângela Brito de Sousa
Janaina Felix Julio
Alexandre Lucas Silva
Cícera de Araujo santos de Almeida
José Ailton Oliveira de Almeida
Saymon Vinicius Sales Luna
Willyan Teles Rodrigues
Norbelia Duarte Siebra

Números do Festmar:

21 Grupos
03 oficinas
40 espetáculos
02 Performances
05 intervenções urbanas
240 artistas
07 estados brasileiros

Coordenação do evento

Teobaldo Silva
Tinoco Luna
José Marcelo D2
Marcos Lima
Glenda Rayane
Chico Isidório
Plínio Teixeira

Para entender a estratégia Lula-Dilma

Apesar de surpreender a gregos e troianos, a estratégia política de Lula-Dilma Rousseff é relativamente fácil de desvendar. A primeira peça do jogo é não imaginar Dilma dissociada de Lula. Não existe hipótese para ciumeiras, rompimentos. A diferença de estilo entre ambos não é semente para futuras disputas, mas peça essencial na sua estratégia. Primeiro, vamos às afinidades políticas e à continuidade de ambos os governos: 1) AMBOS SÃO SOCIAIS-DEMOCRATAS. Não se exija perfil revolucionário, nem mesmo estatizante, embora estejam longe de se constituir em neoliberais; 2) SÃO POLÍTICOS FOCADOS EM RESULTADOS SOCIAIS, COMO PEÇA CENTRAL DE LEGITIMAÇÃO POLÍTICA, Dilma dando mais atenção à gestão, Lula à política (mesmo porque tinha Dilma para cuidar da gerência); 3) na política econômica, a prioridade absoluta é o controle da inflação. Câmbio, desindustrialização, juros, é resto. E o resto é resto. Embora Dilma tenha formação desenvolvimentista, a realpolitik se sobrepôs às demais prioridades. Se a crise internacional piorar, pode criar vulnerabilidades nessa parte da estratégia. 4) no plano político, a lógica não é do confronto, mas da soma. Dilma aprendeu com Lula a dividir os contrários em dois grupos: os adversários e os inimigos. O primeiro grupo é para ser cativado ou cooptado.
Diferenças periféricas: as diferenças de estilo entre Lula e o Dilma são periféricas, embora importantes na montagem da estratégia política. NO PLANO ECONÔMICO E IDEOLÓGICO, SÃO GOVERNOS DE CONTINUIDADE. Muitos analistas – à direita e à esquerda – tomam a nuvem por Juno, as diferenças periféricas pelas essenciais. E acabam se confundindo na análise do governo Dilma e de sua estratégia política. Os fatores utilizados pela velha mídia para desgastar Lula (fazendo muito barulho, embora influenciando apenas 5% do eleitorado) são desimportantes e nada tem a ver com as peças centrais de sua política.
No plano político, nos últimos anos desenterrou fantasmas da guerra fria que se supunham extintos desde os anos 60. Na diplomacia, a questão iraniana. Na política interna, o pesado véu de preconceito contra Lula e o enfrentamento nos últimos anos. AS CRÍTICAS CONTRA AS POLÍTICAS SOCIAIS FORAM DEVIDAMENTE ENTERRADAS PELOS FATOS. Ao assumir, sem comprometer os pontos centrais de sua política, Dilma definiu um estilo diferente de Lula na forma, embora muito similar no conteúdo – inclusive surpreendendo os que supunham que partiria para um confronto direto com adversários. Colocou a questão dos direitos humanos como foco da diplomacia, deu atenção a FHC, compareceu ao aniversário da Folha, nos últimos dias convidou jornalistas brasilienses para conversas no Palácio, respondeu rapidamente às denúncias consistentes. Completa-se assim a estratégia: Dilma se incumbe do establishment, que rejeita Lula. No plano midiático, blogosfera para ela é como a Telebrás – serve apenas para ajudar a regular a mídia. O mesmo ocorre com movimentos sociais e sindicatos. Já Lula garante os movimentos populares, o sindicalismo, a blogosfera e a ala esquerda. E estende sua sombra sobre os adversários. Se endurecerem muito com Dilma, entra na briga. Se Dilma não se sair bem no governo, ele volta. Perto dessa estratégia, a oposição só tem perna de pau: um guru que ensarilhou as armas – FHC -, um político esperto, mas sem idéias – Aécio Neves – e um desatinado – José Serra. Cumprir-se-á o vaticínio do sábio José Sarney, de que a nova oposição sairá das entranhas do governo.
Linhas programáticas: Em relação à continuidade, é importante não confundir algumas linhas de ação que permanecem as mesmas desde o governo Lula – mas que têm dado margem a confusões. A primeira, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Criou-se a idéia de que, com Lula, a Telebrás assumiria todo o trabalho de levar a banda larga até a última milha (a casa do cidadão). Nunca foi essa a idéia. A Telebrás foi ressuscitada com o objetivo de levar linhas de transmissão ligando cidades, atendendo provedores independentes, fortalecendo as linhas de transmissão, mas sem a pretensão de atuar no varejo. A possibilidade de atuar no varejo foi acenada apenas para demover as resistências das operadoras em aderir ao plano. Não significa que seja um bom plano. 300 mb de tráfego por mês a 35 reais é brincadeira. Tem que se aprimorar a negociação. Mas a estratégia de amarrar as teles a compromissos de universalização é correta. O segundo ponto é a chamada "lei dos meios". Criou-se a idéia de que o projeto de Franklin Martins imporia limites aos abusos da mídia. A radicalização de Franklin foi muito mais no discurso do que propriamente nas propostas. A não ser a questão limitada da propriedade cruzada, o projeto era muito mais uma defesa dos grupos nacionais contra as grandes corporações internacionais e as teles. A CEGUEIRA DA VELHA MÍDIA A IMPEDIU DE ENTENDER A LÓGICA DO PLANO. Autor: Luis Nassif

Paredes desnecessárias - Emerson Monteiro

Neste domingo 24 de julho de 2011, lia na página da UOL na Internet que restaurante Fome Zero, em Maceió, nas vésperas de ser inaugurado ainda não tem paredes. Este o gancho principal da notícia, a ausência de paredes no restaurante para ser inaugurado no programa do Governo. O restaurante, orçado inicialmente em R$ 1,3 milhão, deveria fornecer mil refeições diárias a R$ 2 cada uma e ser instalado no bairro Benedito Bentes, na periferia da capital alagoana, diz a matéria.

E eu, nessa mania que a gente tem de querer deixar seguir o pensamento, animal desengonçado que fica pisando os cascos à procura das estradas, lembrei a história de um médico humanitário, Dr. Albert Schweitzer, quando chegava ao Gabão, país miserável da África.

Impressionado com o quadro reinante naquele lugar, quis, a todo custo, servir os doentes que encontrara, porém meios não possuía. Cuidou, então, de improvisar consultório num antigo galinheiro das imediações e providenciou o trabalho de atendimento aos pacientes, ainda que vivesse obstáculos sérios de clima hostil e limitações de higiene. O próprio idioma lhe era desconhecido. Sem os instrumentos, remédios, macas, tratava de mais de 40 enfermos diários, enquanto desenvolveu linguagem em que pudesse transmitir o Evangelho, pois também era um missionário religioso.

Nesses mundos burgueses de agora, no entanto, paraísos cheios de falsas riquezas, é quase comum encontrar construções monumentais de obras faraônicas para instalar órgãos públicos, criação de empreiteiros e políticos, depois largadas ao relento, a exigirem verbas de manutenção escassa.

Houvesse justos e melhores critérios na edificação dos bens coletivos, e os dinheiros dos impostos e das taxas mereceriam zelo da parte de quem os administra. Milhões, bilhões, restam enterrados nessas ruínas douradas e mal dimensionadas. O cidadão, em consequência, padece vítima dos descasos administrativos de toda ordem que se repetem como rotina.

Em resumo, só resta imaginar a longa jornada que espera mentalidades que respeitem à consciência, que, decerto, virá pela frente na história das necessidades humanas.

sábado, 23 de julho de 2011



Setaro's Blog: Procópio Ferreira no cinema

Setaro's Blog: Procópio Ferreira no cinema: "Procópio Ferreira, o grande Procópio, que tive o prazer de vê-lo em fins dos anos 60, no Teatro Castro Alves, na peça O avarento , de Molièr..."

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O “jeito PSDB” de governar - José Nilton Mariano Saraiva

O senhor Teodorico Menezes Neto, depois de “exercer a profissão” de Deputado Estadual por nada menos que 20 anos (cinco legislaturas), houve por bem “passar o cetro e o bastão” para o rebento querido (desempregado), Teo Menezes (também do PSDB), fazendo-o seu legítimo sucessor político; antes, porém, providencialmente conseguiu “descolar” para si o milionário emprego (“vitalício”) de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Ceará-TCE (a partir de 1999), chegando à sua presidência em 2010/2011 (para os desavisados, o TCE é o órgão responsável por julgar as contas do governo, além de fiscalizar as obras e contratos firmados com o Executivo).
Pois bem, magnânimo e dotado de um “coração de mãe” (e certamente que usando no “limite da irresponsabilidade” do tal tráfico de influência), o Doutor Teodorico Menezes Neto montou um verdadeiro exército de eficazes operadores de verbas governamentais (esposa, filho, chefe de gabinete, cerimonialistas, motorista terceirizado, assessores e conhecidos outros), para, através da assunção de postos de confiança no próprio Tribunal de Contas do Estado (por ele presidido) e em associações comunitárias fajutas em diversos e miseráveis municípios (Pindoretama, Pacajus, Chorozinho, Horizonte e Cascavel, dentre outros), se habilitarem ao recebimento de uma montanha de dinheiro, objetivando construir... kits sanitários (banheiros).
Assim, contando com o beneplácito de colegas políticos encastelados em posições estratégicas do Governo do Estado, através de convênios firmados com a Secretaria das Cidades conseguiu (só entre maio e junho do ano passado), R$ 2.052.000,00, que seriam utilizados na construção de 1.026 banheiros (imaginem o “rombo” se resolverem auditar os anos anteriores).
Mas, aí, literalmente “fez-se merda”, com o surgimento de um “detalhezinho” um tanto quanto comprometedor e que constrangeria qualquer pessoa dotada de um mínimo de seriedade: além de esqueceram de construir os respectivos (banheiros), os endereços fornecidos (das associações) não foram localizados (ou serviam de abrigo a outras atividades, já que num deles funcionava um motel); enquanto isso, também se descobriu que todos os convênios foram firmados num mesmo dia, já que com numerações seqüenciais.
Como “pimenta nos olhos dos outros é refresco”, pra completar foi descoberto que onze austeros, valorosos e ilustres comissionados do Tribunal de Contas (presidido pelo senhor Teodorico Menezes Neto), funcionaram como ativos doadores da campanha do filho, Téo (alguns, com valores superiores ao permitido por lei).
O surreal disso tudo é que, ao se deparar com tão graves denúncias, repletas de detalhes escabrosos sob qualquer ângulo que se observe e “mancheteadas” pela imprensa durante uma semana, o senhor Teodorico Menezes Neto simplesmente resolveu... tirar férias (confiante na memória curta do povo). Depois, se a coisa apertar ou continuar fedendo muito, dará um jeito de se aposentar, (com vencimentos integrais, evidentemente), legando e deixando ao filho querido tão nobre e belos ensinamentos.
É o “jeito PSDB” de governar (agora, imaginem o “auê” que fariam se “Sua Excelência” fosse filiado ao PT).

quinta-feira, 21 de julho de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sem ou Contradições?! - Centenário de Juazeiro de quem?!

A programação das comemorações do Centenário de Juazeiro do Norte, com poucas exceções, é um desrespeito ao Pe. Cícero, enquanto homem, lider (politico no melhor sentido da palavra) e santo! Estão fazendo uma micareta com um momento tão importante! Contradiz tudo o que ele acreditou! E olha que eu não sou radical!

Repudio tudo isso! Que pensamento retrógrado e limitado! Esses "gestores politicios" deveria conhecer a história de pessoas como Cícero Romão Batista e a prender um pouco com ele. Talvez entendessem, o porque do Juazeiro do Norte existir e o motivo de nossa região ser tão rica em tantos aspectos! É triste a forma como ignoram os nossos maiores potenciais e conseguem usurpar, denigrir e transformar festas e eventos tradicionais em eventos politiqueiros: Festa de Barbalha, Exposição do Crato, Romarias de Juazeiro... Onde está a gestão Cultural?

Onde estão os artistas de nossa terra? O povo que o Pe. Cícero acolheu e tanto valorizou?! Nem falo diretamente de nomes como o meu, Zabumbeiros Cariris, o Carroça de Mamulengos, Os meninos da Casa Grande, Joquinha, Abdoral, Dudé Casado, entre tantos outros nomes, de Juazeiro e cidades vizinhas como Crato, Barbalha e também do sertão alem fronteiras politicas?! Falo primordialmente dos artistas que trazem consigo nossas matrizes, os mestres de Cultura Popular Tradicional! E em um lugar realmente de respeito à grandeza e importância de sua de sua arte, principalmente pra o povo de nossa região?! São Chico Cesar?! Dê uma luz pra esse povo!

Programa Cariri Encantado Sonoridades – 20/07/2011

O Padre Cícero e o Juazeiro

Estamos em plena Semana do Centenário de Juazeiro do Norte, cujo marco será a próxima sexta-feira, dia 22. Mas, hoje, também se celebra uma importante data relacionada ao Juazeiro: os 77 anos da morte do seu patriarca, o Padre Cícero Romão Batista, considerado pelos milhares de romeiros que visitam a chamada "Meca do Sertão" uma figura mítica, um santo popular.

Reverenciado, amado e idolatrado, o Padre Cícero é tema de uma gama de canções, sob vários ritmos, gêneros e tendências musicais, que vai do baião, cantado pelo devoto Luiz Gonzaga, ao soul music, na voz do irreverente Tim Maia. Também, sambas, forrós, ladainhas, incelenças, dentre outros formatos musicais, foram compostos para homenagear o “Santo do Sertão”.

Nesta auspiciosa semana, o programa Cariri Encantado, neste dia em que se celebra a data de falecimento do “Levita do Sertão”, presta uma homenagem ao Padre Cícero e ao local da qual ele foi o principal emancipador, através de uma diversidade de músicas compostas e interpretadas por nomes conhecidos da música brasileira, como também por anônimos devotos desta personagem histórica e admiradores da progressiva cidade do Juazeiro do Norte.

Onde ouvir
Rádio Educadora do Cariri AM 1020 e www.radioeducadoradocariri.com.

terça-feira, 19 de julho de 2011

algumas das nossas celebridades artísticas -
figuras de relevo em grémios e associações -
levam vidas insofridas, como as dos mártires
da música, mas à sombra do elogio tanto se
desinibiram e com tanto êxito, que já se
julgam as pessoas mais IMPORTANTES
do MUNDO.

(joão PALMA-FERREIRA)

51º Encontro Eloi Teles. por SAMUK.

Meu reisado pesa uma tonelada......



segunda-feira, 18 de julho de 2011

el nombre del hombre muerto

Obra do pintor renascentista Andrea Mantegna, "Lamentações sobre Cristo morto", exposta numa pinacoteca em Milão.

Sempre que vejo esse belíssimo quadro, lembro-me da imagem de Che Guevara morto, o cadáver exposto num lavadero do hospital Nuestro Señor de Malta, em Vallegrande, Bolivia.

"El nombre del hombre muerto, ya no se puede decirlo, quién sabe? antes que o dia arrebente, antes que o dia arrebente..."

Palco Sonoro URCA 2011 por SAMUK.

"Os homens de extraordinários talentos
são ordinariamente os de menor juízo."

Mariano da Fonseca.



domingo, 17 de julho de 2011

AGENDE-SE! TRADUÇÕES CARIRIS VOLTA AOS PALCOS!

(momento clicado pelo amigo artista: Pachelly Jamacaru no show comemorativo dos 05 anos do CCBNB)

O Grande espetáculo que faço a direção artística "TRADUÇÕES CARIRIS", com Abidoral Jamacaru, João do Crato, Zabumbeiros Cariris e o "cabeludo" (*) Eu, Luiz Carlos Barbosa Salatiel de Alencar, ou simplesmente Luiz Carlos Salatiel, com direção musical do centrado músico Ibbertson Nobre, volta aos palcos nas datas que seguem:
dia 26 de julho, terça feira, SESC CRATO
dia 05 de agosto, sexta feira, SESC JUAZEIRO DO NORTE
dia 21 de setembro, quarta-feira, Centro Dragão do Mar - FORTALEZA (apoio do CCBNB)
dia 22 de setembro, quinta-feira, Mercado dos Pinhões - FORTALEZA (apoio do CCBNB)
dia 23 de setembro, sexta-feira, no CCBNB-Sousa-PB (apoio do CCBNB)
Músicos convidados: João Neto, Saul, Jossean e Diego.
A produção agora está em boas mãos:Tânia Peixoto.

(*) Zé Newton quis me destratar usando o termo "cabeludo" ao se referir a minha cuidadosa imagem em um dos seus invejosos textos. Não sabe ele que a minha cabeleira é uma espécie de bandeira de resistência. Usa e abusa quem pode fazê-lo! Quem não pode morre de inveja!

Palco Sonoro URCA-BNB na Expocrato (Visto de cima)

Foto de Samuk

DEFENDAMOS A EXPOSIÇÃO DO CRATO!


Alguns pontos não esclarecidos ou propositalmente escondidos do grande público nos fazem duvidar da seriedade da insistência do governo estadual em mudar de local o Parque de Exposições do Crato, a saber: 
1. Quem são os tais criadores que querem a mudança?; 
2. Por que o novo local seria um terreno no alagado Palmeiral, por onde passa o Rio Grangeiro e a única via de acesso (a Av. Perimetral) é de tráfego perigosíssimo?; 
3. Alguém consegue justificar por que o terreno a ser comprado é de propriedade de um dos "criadores" que defendem a saída do parque, sendo ainda membro do Grupo Gestor do ExpoCrato?; 
4. Por que o governador Cid Gomes, junto com o promotor Leitão, não analisam a proposta do prefeito do Crato Samuel Araripe que, com espírito colaborativo e democrático, apresenta soluções para os problemas de acessibilidade, modernização e gestão adequada do Parque de Exposições do Crato sem que este seja transferido para outro local?; 
5. Quem disse ao repórter dessa matéria que o prefeito defende que o recurso (25 milhões, SEGUNDO CID GOMES) deveria ser destinado à criação de três novas avenidas? O que o prefeito propõe é que o dinheiro que seria gasto na "compra" de um novo terreno (cerca de 7 milhões) sirva às despesas de construção das citadas avenidas e o restante na modernização do Parque; 
6. É muito estranho e duvidoso o descuido da gestão da feira em permitir uma espécie de favelização do espaço, espremendo as vias destinadas ao público com barracotes de todo tipo de comércio, muitos alheios ao objeto central do evento; 
7. Num espaço que deveria ser explorado por negócios ligados ao setor agropecuário e derivados, não se pode ter exposição de panelas, colchões, perfumes, serviços de cabeleireiro, móveis domésticos e outros artigos que, embora de utilidade e importantes à população, seria mais adequado que fossem expostos em outro tipo de feira ou em outro lugar; 
8. Outro aspecto de grande significação, o setor cultural e artístico, é relegado ao plano do mercenarismo consumista e doado à iniciativa privada que despreza a identidade nordestina, a ligação cultural da feira com as manifestações artísticas tradicionais, nega espaço aos artistas locais e promove um besteirol depreciativo da alma regional e brasileira com programação de péssima qualidade, visando apenas o lucro fácil...

João Nicodemos – A fusão do tradicional e o contemporâneo



É típico das artistas na contemporaneidade mesclarem seus trabalhos entre o novo e o antigo, entre o tido como popular e o erudito e com João Nicodemos não é diferente. Poeta, músico, blogueiro, artista visual que fervilha arte nas mais diversas linguagens.

Alexandre Lucas - Quem é João Nicodemos?


João Nicodemos - Um ser humano comum, com necessidades comuns a todo ser humano. Habitação, alimentação, procriação, amor e comunicação com outros seres, humanos ou não.


Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?


João Nicodemos - Quando a expressão artística é movida por uma necessidade inerente ao ser, ela se desenvolve com o próprio desenvolvimento deste ser, desde a mais tenra idade. É a própria razão de existir. Lembro de desenhar letras quando não sabia escrever; de tocar guitarra na tranca de madeira da janela; dançar numa peça infantil da escolinha e dizer o poema do sapo cururu que aprendi aos 7 anos e sei até hoje. Lembro de ver filmes do Chaplin, no colégio Dom Bosco e me encantar... Acho que tudo começou na infância mesmo.


Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?


João Nicodemos - udo o que vi e senti, tudo o que vejo sinto e percebo, me influencia; seja um som, um raio de luz, um aroma, uma palavra, um lapso de memória. Creio que a Poesia seja assim como uma energia que perpassa tudo que há; e pessoas com sensibilidade podem traduzi-la em obras artísticas, nas mais variadas linguagens. Assim, nas pinturas rupestres, na pintura de Leonardo, Picasso, Renoir, Portinari; na música de Vivaldi, Bach, Vila lobos, Irmãos Aniceto e Luis Gonzaga; Em Camões, Shakespeare, Machado de Assis, nos Cordéis; no Rock, no Blues, Jazz, Samba, Chorinho, em tudo isso vejo a presença da Poesia, e em meu trabalho busco sempre a Poesia. Mas, sem aprofundar o assunto... Quero dizer que busco me influenciar pela Beleza e pela Verdade o que já me dá trabalho suficiente...


Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória?



João Nicodemos - Em termos históricos, sou nascido em 1960, então vivi sob uma ditadura militar toda a infância e adolescência (e isso é marcante); ouvi “Beatles”,” Renato e seus Blue Caps”, música sertaneja (quando era feita no sertão e não era um produto da indústria cultural), tive a sorte de não ir à guerra do Vietnam (nunca entendi porque tem este nome se foi o tio San quem invadiu e fez a guerra) mas quase fui expulso da escola pela ditadura por defender idéias de liberdade – aos 11 anos... Vi o Tri-campeonato brasileiro com a melhor seleção que o Brasil já teve sob o jugo do pior governo que tivemos (Médici era o ditador de plantão). Vi, ainda menino, o início da tropicália, a poesia de Chico Buarque, o surgimento de Raul Seixas (que me impressionou de pronto) as pinturas de Portinari, Leonardo da Vinci (foi o meu herói de infância), vi surgir a “matéria plástica” mesmo assim continuei fabricando meus carrinhos de madeira e espadas e flechas de bambu; estudei em escola pública e particular (como bolsista) no tempo em que Educação não era um “negócio”. Li e aprendi sobre a história da Arte, história da Música, competições de atletismo (realizei alguns torneios de atletismo na infância); comecei a tocar batucando nas panelas, nas mesas de casa, influenciado pelo rádio e pela bela voz de minha mãe que cantava o dia inteiro. Sou autodidata por natureza, o que não sei eu invento, mas reconheço o valor de todas as pessoas com quem pude aprender, e são incontáveis... Toco alguns instrumentos e quero ainda tocar outros... Considero os instrumentos, como o nome diz instrumentos para captar e traduzir a música que já existe no universo...


Alexandre Lucas – Como a música surgiu na sua vida?


João Nicodemos - Minha mãe cantava o dia inteiro e foi locutora de rádio, meu pai foi seresteiro e tinha uma bela voz de tenor... Ouvi muito rádio, eu também vivia cantando... tudo que ouvia eu cantava... Imagine um menino cantando em cima de uma mangueira... Era assim... Depois comecei a trabalhar e comprei uma “Clarina” que era um instrumento de brinquedo com uma escala maior de dó. Então “tirava” de ouvido ou memória auditiva todas as melodias que conhecia (mas nem tudo é possível numa oitava da escala maior...). Assim, consegui um violão, depois um cavaquinho, e nunca mais parei... tantos outros instrumentos me chegaram às mãos e sempre aprendi me expressar com eles... Minha maior “surra” musical, levei de um “pé-de-bode” (oito baixos)... passei um tempão com ele no colo e não consegui entender o mecanismo... desiti por enquanto...(rs). Mas gosto muito de tocar chorinho no saxofone e no cavaquinho, modas antigas de viola (10 cordas) e me encanto com o timbre melancólico da rabeca (fiz uma recentemente). Creio que se o mundo se acabar, vai me pegar de surpresa tocando um instrumento, tranquilamente, sem nenhuma preocupação apocalíptica... (rs)



Alexandre Lucas - Como você vê a relação entre arte e política?


João Nicodemos - O que une estes dois universos é o ser humano que é quem os constrói. A Arte é uma ferramenta de desenvolvimento individual e coletivo que tirou o homem de dentro das cavernas... A política pode ser uma ferramenta de desenvolvimento coletivo. Creio que a Arte possa melhorar o ser humano com mais eficiência que a Política... As grandes revoluções da humanidade foram feitas pela Arte... Veja, por exemplo, o efeito que a Valsa teve sobre os costumes no século XIX, ou o Rock nos anos 50 do sec. XX. Foram mudanças que alteraram o destino da humanidade... Reconheço o valor dos ideais político-revolucionários e, se eu tivesse nascido dez anos antes, certamente teria pego em armas contra a ditadura. Mas acho que foi melhor assim... Hoje, creio que a grande revolução, é uma questão interior e mais metafísica que materialista... estou fazendo a minha revolução há longos anos... e quer saber? Eu venci o Capitalismo! Mas isso é tema pra um livro que pretendo escrever...


Alexandre Lucas - Você faz poesia visual?


João Nicodemos - Faço poemas que buscam à Poesia e me utilizo de todas as ferramentas de que disponho. O que hoje se denomina “poesia visual” é uma conquista dos concretistas, herdeiros de Maiakóvski. Utilizavam o espaço branco do papel e desenhavam as letras e as palavras, buscando transcender o limite da palavra escrita. Gosto disso e utilizo em meus poemas... mas também faço sonetos clássicos, sonetilhos, setilhas e cordel. Penso, com Drumonnd, que o verso livre não é mais fácil que as formas clássicas... pelo contrário; é mais difícil ser trapezista sem redes de proteção (me valho de Mário Quintana, para tanto).

Alexandre Lucas – Quando começou a fazer esse tipo de poesia?


João Nicodemos - Sempre gostei da concisão. Ocupar pouco espaço, fazer silêncio... Quem me autorizou a escrever pouco, expressando o máximo possível, foi o Mário Quintana, que conheci pessoalmente e me disse: “Bebemos na mesma fonte!” Quase caí da cadeira, mas entendi poeticamente. Tenho o Mário Quintana como um dos maiores poetas brasileiros... Hoje as pessoas têm muita pressa e em geral, não conseguem sustentar um raciocínio por mais de 30 segundos... É preciso ser rápido, pegar o leitor desprevenido... testar e instigar a inteligência. Gosto de trabalhar assim com a Poesia... (isso nem sempre me ajuda a fazer amigos, mas consigo identificar minha tribo).


Alexandre Lucas - No seu trabalho você costuma utilizar várias linguagens para intervir esteticamente e artisticamente?


João Nicodemos - Sim, uso todas as ferramentas de que disponho e consigo manejar...


Alexandre Lucas – Você é um artista ligado as inovações tecnológicas?


João Nicodemos - Levei muitos anos para aceitar o computador como instrumento de trabalho. Dizia que “é uma tecnologia muito atrasada e ainda precisa de dedos...”. Mas depois que comecei, me dediquei a aprender com grande afinco e hoje eu faço edição de imagens, de vídeos, de som, gravo, faço masterização, crio imagens e poemas... enfim, perdi totalmente o preconceito. Sei que muitas ferramentas que o homem fabrica podem ser bem usadas e com objetivos nobres... Então, procuro fazer minha parte de beija flor, neste grande incêndio da contemporaneidade. Desde a xilogravura chinesa, que possibilitou o tipo móvel de Gutenberg e a grande revolução dos livros na idade média, até o microchip e a tecnologia atual, o homem parece ser o mesmo... Pode ser que a tecnologia não melhore essencialmente o homem... Mas o sentimento poético, a Beleza e a Verdade não dependem da tecnologia.


Alexandre Lucas – você é uma artista blogueiro. Fale sobre isso.


João Nicodemos - Tenho um blog o www.poemasdonicodemos.blogspot.com e o http://artedenicodemos.blogspot.com/ onde faço postagens dos meus poemas, trabalhos em artes visuais e exposições virtuais; criei outro em homenagem ao José Normando, grande artista e meu irmão nas artes e nas idéias... (http://aartedejosenormando.blogspot.com/) além de contribuir em blogs de amigos. Acho muito interessante esta forma de comunicação e divulgação dos nossos trabalhos. No início tive um certo receio quanto a questão dos direitos autorais, mas isso passou.


Alexandre Lucas - Qual a contribuição social do seu trabalho?


João Nicodemos - Esta é uma boa pergunta que já me fiz algumas vezes... Na condição de filósofo amador, sou mais amigo das perguntas que das respostas. Então não cheguei a uma resposta definitiva. Gostaria que meu trabalho tivesse uma grande importância social e, na juventude, chegamos a sonhar que mudaríamos o mundo com nossos versos, mas o mundo continua aí mudando sozinho... Depende do que entendemos como “social”, se for a torcida do flamengo, meu trabalho não tem importância nenhuma, se for a grande parcela mundial de excluídos dos poderes do consumo, acho que também não tem importância nenhuma. Mas se dentre as pessoas que têm acesso ao meu trabalho (e nem são tantas assim) algumas se identificam, se emocionam, se reconhecem e sentem algum conforto, ou desenvolvem um bom pensamento, uma boa influência, então está justificado o trabalho e, por sequência, minha vida... Já escrevi alguns livros, tenho um filho e plantei uma boa quantidade de árvores. Isso, há um tempo, era suficiente para se justificar a vida de um homem. Hoje isso mudou muito! Parece que basta ter um grande poder de consumo!
Mesmo assim, espero que meu trabalho possa transformar alguém, além de mim...


Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?


João Nicodesmo - Não tenho planos específicos, apenas continuar trabalhando, aprendendo e ensinando o que puder, compartilhando alegria e conhecimento por meio da Arte que é minha ferramenta de transcendência. Quero produzir uns vídeos (estou gostando desta linguagem), publicar meus poemas. Temos o lançamento de dois livros nos próximos meses. (Coletivo de autores PROSA E VERSO, NO AZUL SONHADO; e SEGREDOS DA NATUREZA, com a grande cordelista Josenir Lacerda). Participei do CD com músicas infantis do livro que José Flávio, tenho uma exposição virtual de desenhos que está perto de 3 mil visitas; uns poemas expostos em São Paulo num evento do SESC; o lançamento de um texto para Rádio teatro “AMAR É DESARMAR” – disponível em www.teatromaracaju.blogspot.com/ , um e-book de poemas que será lançado pelo portal CRONOPIOS enfim não tenho feito planos, apenas vou fazendo o que posso.