Não
deve existir coisa pior no mundo para o ser humano do que ser pego no “flagra”,
no exato momento do cometimento de algum deslize ou da materialização (prática)
de um ato excrescente, não tão convencional, que vá de encontro aos bons
costumes e à normalidade. E quando tal situação ou momento é “imortalizada pela
fotografia” (a tal prova provada) e posteriormente veiculada em primeira página
num veículo de penetração nacional, como um jornal de grande circulação, por
exemplo, o constrangimento de quem a praticou deve ser algo amazônico, capaz até
de fazê-lo recolher-se durante um tempo, até que a poeira baixe e os ânimos
serenem. Pelo menos pra quem tem um mínimo de “simancol”.
Pois
bem, como é de conhecimento público, a última eleição para a Prefeitura de
Fortaleza foi pau puro, briga feia, embate acirrado, jogo bruto e pra lá de
pesado, com acusações de ambas as partes: de um lado, o candidato da prefeita
sainte (Luizianne Lins) e de outro, o candidato do governador do Estado (Cid
Gomes). No meio, como fiel da balança e alvo de todas as atenções, quem findou
levando a melhor foi o eleitor dos bairros periféricos da capital, porquanto
caminhões e mais caminhões, com carradas de “dinheiro vivo”, teriam sido distribuídos
na noite anterior ao pleito. E aí, por uma apertada margem de votos (teoricamente
comprados) o candidato apoiado pelo senhor Governador do Estado acabou por
suplantar o indicado da prefeita.
Vida
que segue, compreensivelmente, dia seguinte, as manchetes (garrafais) dos
jornais matutinos da capital se referiam ao seu resultado, destacando a minguada
vitória de um praticamente noviço na política cearense, o médico e deputado
Roberto Cláudio, criação da “grana desenfreada” e da equipe de marqueteiros da
máquina governamental (sim, porque se pessoalmente trata-se de uma figura afável,
esteticamente é um autentico desastre: baixinho, careca, redondo de gordo e
pesando quase 200 quilos).
Pois
bem, muito mais que a manchete do jornal em si, o que chamou a atenção foi a “fotografia”
colorida de meia página (na primeira página), publicada para ilustrá-la: nela, com
um sorriso de orelha a orelha e claramente turbinado por alguma substância
milagrosa (excesso de álcool ???), o assessor do Governador, ex-prefeiturável,
ex-governamentável, ex-tudo e, por fim, secretário de Governo, senhor Ferrúcio
Feitoza, deixara de lado a formalidade do terno e gravata e carregava nos
ombros, sozinho e até com certa facilidade, o peso-pesado Roberto Cláudio e
seus quase 200 quilos.
Foi
o bastante para se compreender o repentino destaque conseguido pelo senhor
Ferrúcio Feitoza que, de uma hora pra outra passara a ser “vendido” como um
dinâmico e moderno gestor, modelo de executivo a ser cortejado e imitado, tanto
que houvera sido mencionado como concorrente ao cargo do agora prefeito eleito;
na realidade, cristalizou-se na opinião pública a certeza de que tal figura não
passava de um monumental puxa-saco, bajulador asqueroso e sem nenhum escrúpulo.
Meses
após, pra seu azar, através das “redes sociais” (sempre elas) o senhor Ferrúcio
Feitoza foi novamente “flagrado”, como sempre sorridente, só que dessa vez dentro
do carro do amigo Governador do Estado (evidentemente que no banco de carona), num
desses passeios em que o chefe do executivo cearense se permite realizar sem a
companhia do motorista particular e todo o seu séquito de seguranças.
O
“detalhe” curioso da bendita “fotografia”: como que para corroborar o
pejorativo “juízo de valor” que houvera sido emitido lá atrás a seu respeito (na
época da eleição), o senhor Ferrúcio Feitoza dessa vez levava, não nos ombros,
mas no próprio colo, dedicando extremada atenção, carinho e zelo, o “cachorrinho”
do chefe (ninguém sabe se chegou a levar alguma “mijada”).
PUXA (vida,
haja) SACO, como pode alguém se submeter a tamanhos
vexames, pelo e em nome do poder ???
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