Nascido com alguns graus de miopia, enquanto lentes
artificiais não corrigiram o foco, a lua cheia era linda, luminosa e dominante.
Quando as armações dos óculos deram correção à sua visão a lua cheia era linda,
luminosa, dominante e era um globo. Não era aquele prato luminoso e achatado.
A lua era outra. Uma linda bola, com nuances de um azulado
brilhoso, crateras e um arredondamento que parecia deslizar a visão a volúpias
deslizantes ao lado oculto do satélite. A lua era outro conceito.
E da miopia intelectual, crédula e acrítica, da ficção de
Hollywood surgiu a certeza de que todos os árabes islamitas são fanáticos
assassinos, prontos a se destruir numa explosão enquanto destrói tudo em volta.
A ação de propaganda é tão violenta que artistas com feições semitas, barbados
e vestimentas orientais fazem olhares de maldade apenas para dar crédito ao
preconceito que alastra a violência além do biótipo do sujeito e se distribui por
toda a coletiva de assemelhados.
Em qualquer parâmetro que se analise a propaganda nazifascista
do século XX, especialmente a antissemita dos nazistas, não tem como separar
uma da outra. A de Hollywood com as dirigidas por Goebbels. Em ambas os mesmo
signos, símbolos e feições sobre as quais se deve despertar o ódio,
discriminação e destruição.
E na nova onda destas explosões de guerras por todos os lados,
as quais já foram identificadas pelo Papa Francisco como a 3ª Guerra Mundial,
surge mais um foco o Estado Islâmico. Aquele que os “senhores imperiais das
guerras” a serviço do “complexo industrial-militar” pretendem destruir com
drones e aviões e sem colocarem os coturnos de soldados no chão.
Agora a desconstrução do mito Hollywoodiano. Informações da
imprensa alemã dão conta que cinco casos de “terroristas suicidas” atuando no
território das regiões curdas do Iraque e Bagdá eram de jovens alemães. Mas tem
vindo gente de toda a Europa. Estima-se que os ataques envolvendo europeus
aumentaram quatro vezes desde março deste ano.
Um jornal das forças armadas iraquianas diz: “O número de
europeus aumenta constantemente. Eles são especificamente recrutados e são mais
brutais que os árabes.” Não se tenha dúvida que a ignorância, a passividade
intelectual e a crença acrítica é uma fábrica de esconder verdades e acobertar
a violência.
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