Leiam esta frase pronunciada por um jovem, de menor idade
legal, a respeito do assassinato de outro jovem do qual foi partícipe: “O crime cobra caro, enquanto uns matam,
outros morrem”.
Não especulo a sensação que a frase provoca em vocês. Mas
sei que na televisão a edição a traduziu como a frieza de um assassino sem
causa. A maldade em estado puro.
Antes de retornar à frase aqui no meu íntimo, vou levantar
uma postagem feita nas redes sociais onde uma alemã, nascida na segunda guerra,
estranha o avanço de neonazistas a hostilizar trabalhadores migrantes em busca
de oportunidade.
E mais alguma coisa no nosso baú. Pesquisa realizada na
Espanha evidencia que 6 em cada 10 jovens pretendem migrar do país em busca de
melhores condições. E tudo isso termina por alargar o mal além de sua pureza,
de algo subjetivo para entender a substantivada crise econômica. Ela, conforto
ou desconforto de nossa consciência está na realidade que nós mesmo ajudamos a
manter.
Olhem como os dois últimos parágrafos se chocam: o jovem
espanhol migrante pode bem ser o hostilizado dos neonazistas alemães. Do mesmo
modo que os nordestinos são dos paulistanos.
Fábio de Oliveira Ribeiro postando sobre a ânsia de vômito
que sentiu a alemã ao observar os neonazistas escreveu: “Os jovens nazistas
alemães e os fascistas brasileiros não aprenderam sua ideologia com os velhos
nazistas e fascistas europeus....Eles não têm história e este é o verdadeiro
abismo que os separam dos seus governantes. O vazio histórico destes restolhos
do totalitarismo e do autoritarismo é um fato e pode se transformar numa
tragédia caso esses jovens resolvam usar a violência para impor sua vontade aos
alemães e brasileiros. Eles não causam temor aos seus respectivos Estados, que
têm homens treinados e armados para lidar com terroristas. É óbvio, porem que
devemos temer por eles, pois o mal que eles podem sofrer é bem pior do que
aquele que podem causar.”
Agora retornando à frase inicial. A natureza tende a
agradar-se, evitar as pontas agudas, a evitar tempestades, maremotos e
terremotos. A natureza não gosta de desperdiçar sua matéria e sua energia.
Especialmente a economia não gosta do preço alto. A cobrança cara é instável e
tende a baixar o preço.
Especialmente quando este preço é A prática
alternada dos mesmos personagem entre o dedo no gatilho e o impacto da bala. A
redenção é humana. Não é apenas moral, mesmo que esta possa servir de guia. O preço
daquele exercício é incompatível com a existência do autor. E quando o autor
não sobrevive, a autoria desaparece.
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