E por falar nas próximas eleições no município de Crato?
Abre-se uma esperança enorme que o esperado que nunca chegou afinal chegue à
nossa estação com a doçura da rapadura e muito ferro para resistir à pressão de
um verdadeiro gigante adormecido. Venha com a vontade do povo, sem preguiça,
aqueles finais de semana prolongados de dolce
far niente em ensolaradas praias.
Que tenha o espírito do seu tempo e sinta o pulso histórico
deste município que é fundamental para a unidade do Cariri. Que não se limite a
terceirizar as políticas públicas e seja, ele mesmo, os olhos do povo junto à
máquina burocrática que deve servir ao povo. Que convoque o funcionalismo
municipal para o peso das responsabilidades que lhes cabem como construtores do
bem público.
Educação, Saúde, Meio Ambiente e Cultura em igual
importância, com políticas articuladas entre si visando fazer mais com o mesmo
e acelerar resultados no tempo de realização. O espírito do tempo é este que amanheceu
e está acordado, que ultrapassou os limites do círculo de giz que pensava não
poder ultrapassar e, no entanto, era uma falsa prisão. Apenas um risco no chão.
Comprimento o espírito do tempo da minha cidade. Este
sentido libertário do nosso povo. A reconstrução otimista de uma nova realidade
do cotidiano dos cidadãos. Sem os passos pesados do abandono, do difícil
acesso, do pouco para alguns e do nada para todos. O espírito do tempo como
vontade de construir, liderar, ser norte e ao mesmo tempo o revisor dos
próprios passos e crítico de suas próprias ações.
O professor universitário, crítico e literário Alfredo Bosi
falando sobre o lugar das ideologias disse assim: “Durante o século XVIII,
início do XIX, o nascente poder liberal conviveu sem pudor com a escravidão.” Mais
adiante ao falar do movimento revolucionário francês e do americano, que forçaram
um novo pensamento no seio dos liberais ele diz, ao comentar a lei do ventre
livre: “A batalha foi renhida, pois a liberdade dos nascituros acabaria sendo o
divisor de águas de dois liberalismos em oposição: o excludente, escravista e o
democrático, abolicionista”.
Eis o espírito do tempo: a democracia inclusiva. Que
radicalize ao máximo, no âmbito do território da minha terra, aquilo que está
consagrado na Constituição Brasileira: um Estado Democrático de Direito. E o
município é o Estado em domínio de poderes. Mas quando pensar em descansar reserve
alguns minutos para criar o museu da memória do liberalismo excludente.
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