TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 27 de junho de 2020

"HOLLYWOOD" - José Nilton Mariano Saraiva

Ainda sobre as “homenagens” (algumas um tanto quanto “fora do prumo”) prestadas por “pais-torcedores” aos seus ídolos (principalmente do futebol, do cinema e da música popular), materializadas no batismo do filho com o nome de um deles, vale lembrar uma “sui generis”.
Como sabemos, durante muito tempo o cinema americano não tinha concorrente em termos de convincentes, belos a preparados atores/atrizes, qualidade técnica, recursos especiais, direção, produção e o escambau (hoje, outros países já conseguem produzir filmes com a mesma qualidade na direção, na produção e com “artistas” reconhecidamente convincentes na arte de representar). Mas, que foram os americanos que dominaram por muito tempo a “sétima arte”, isso ninguém há de contestar.
E aí quem se destacou foi o pequeno distrito de “Hollywood”, na cidade de Los Angeles, que serviu de abrigo aos grandes estúdios cinematográficos de então, que por sua vez detinham em seus “casts” o suprassumo ou o filé-mignon na tarefa de representar; assim, os categorizados profissionais do cinema normalmente se vinculavam a um desses estúdios. Portanto, chegar a “Hollywood” (a “meca do cinema”) era o sonho, o ápice, o apogeu e a aposentadoria de qualquer “artista” que pretendesse ser reconhecido como tal.
Pois foi para homenagear “Hollywood” (“ninho” dos grandes atores do cinema) que os humildes e iletrados pais do nosso personagem resolveram dar-lhe o nome daquele pequeno distrito americano. E assim, quando veio ao mundo, o rebento querido recebeu um nome fora dos padrões tão usuais à época aqui no Brasil (José, Raimundo, João, Joaquim, Sebastião, Manoel e por aí vai); além de que, o “nobre” e pomposo nome o diferenciaria dos demais meninos e “mascararia’ a pobreza em que a família vivia atolada até o pescoço.
Só que, em razão do despreparo do anotador-cartorário de plantão, a homenagem acabou saindo um tanto quanto esdrúxula, esquisita, estapafúrdia até: e assim veio ao mundo o nosso glorioso “Oleúde José Ribeiro”.
Depois de crescido, o agora tonificado e vigoroso negro “Hollywood/Oleúde” virou jogador de futebol e, atualmente, com o alcunha/apelido de “Capitão” tornou-se um suplício e tormento para os atacantes do time contrário, porquanto, atuando na defesa, adotou o estilo “xerifão”: do pescoço pra baixo é tudo canela.
Além do mais, ele é um “capitão” (do time) e, portanto, merece respeito. E tome porrada, a torto e a direito, pra cima e pra baixo (quem for podre que se quebre).

sexta-feira, 26 de junho de 2020

O "VELHO PADRE" - José Nilton Mariano Saraiva


O velho Padre, que durante anos tinha trabalhado com afinco e dedicação com o povo africano voltara ao Brasil e, agora, doente e moribundo, internado no Hospital Geral de Brasília, é a notícia e manchete midiática da hora.
Já nos últimos suspiros, ele faz um sinal à enfermeira, que se aproxima. - Sim, Padre? diz a enfermeira. - Eu queria ver dois proeminentes políticos, antes de morrer, sussurrou o Padre. - Acalme-se, verei o que posso fazer, respondeu a enfermeira. De imediato, entra em contacto com o Congresso Nacional e logo recebe a notícia: ambos faziam absoluta questão de visitar o velho Padre moribundo (para tanto, as respectivas agendas foram canceladas).
A caminho do Hospital, na “modesta” limusine de um deles, Jáder Barbalho diz a Renan Calheiros: - Eu não sei por que é que o velho Padre nos quer ver, mas certamente que, dado o seu prestígio internacional e popularidade junto aos pobres, isso vai ajudar a melhorar a nossa imagem perante a Igreja e ao próprio povo, o que é sempre bom. De pronto, Renan Calheiros assentiu: realmente, ali estava uma grande oportunidade para eles aparecerem e, é tanto, que oportunisticamente até fora enviado um urgente comunicado oficial à imprensa sobre a visita.
Quando chegaram ao quarto, com toda a mídia presente (rádios, jornais, TV, Internet, etc), o “velho Padre” pegou na mão de Jáder Barbalho, com a sua mão direita, e a mão de Renan Calheiros, com a sua mão esquerda.
Houve um respeitoso silêncio, enquanto câmaras foram estrategicamente direcionadas ao trio, já que repórteres televisivos (inclusive do exterior) transmitiam ao vivo e a cores aquele grave momento; para tanto, aproximaram seus microfones para captar aquelas que certamente seriam as últimas palavras daquele santo homem, que apresentava-se com um ar de pureza e serenidade no semblante.
Então, Renan Calheiros (fazendo pose para as câmaras e imprimindo a devida impostação na voz), disse: Padre, porque é que fomos nós – eu o Jader - os escolhidos, entre tantas pessoas ilustres das que compõem o nosso glorioso Congresso Nacional, para estar ao seu lado, neste momento especial ?
O “velho Padre”, com um sorriso angelical no rosto, afirmou: -Meus filhos, sempre em toda a minha vida procurei ter como modelo nosso Pai Celeste, o Nosso Senhor Jesus Cristo. -Amém, disse Jáder Barbalho. -Amém, disse Renan Calheiros.
E aí o velho Padre fuzilou, sarcasticamente:
ENTÃO...COMO ELE MORREU ENTRE LADRÕES, EU QUERIA O MESMO PRA MIM !!!”
Em seguida, encarando as câmaras, “bateu as botas”.
Sorrindo.

quinta-feira, 25 de junho de 2020

"MADEIRA DE DAR EM DOIDO" - José Nilton Mariano Saraiva

Quando no exercício da sua atividade profissional (jogador de futebol), o argentino Diego Simeone ficou conhecido pela alcunha de “madeira de dar em doido”, popularmente adotada no meio futebolístico pra designar aquele jogador durão, voluntarioso em excesso, obediente tático por excelência, de uma exacerbada e genuína valentia.

Assim, com Simeone, do pescoço pra baixo (evidentemente que do adversário) era tudo canela. E haja porrada, a torto e a direito (às vezes, até deslealmente). Às reclamações porventura existentes, a velha máxima: futebol é jogo prá homem, se quiser moleza vá jogar gamão ou dominó.

Pois bem, apesar desse excesso de valentia, e até por isso mesmo,  Simeone brilhou não só na Argentina (e com sua seleção), mas mundo afora; mas, de tanto viajar e de tanto se dedicar e mostrar a velha garra portenha (quem dera os brasileiros neles de espelhassem), cedo cansou, encerrando prematuramente a carreira.

Então, dedicou-se à função de treinador. E eis que conseguiu levar o modesto time do Atlético de Madrid (no qual atuou e foi campeão como jogador) ao título espanhol (2013/14), depois de 19 anos na fila, desbancando os milionários e poderosos Real Madrid e Barcelona, que sobraram na curva. Sem dúvida, um feito espetacular e que alavancou sua carreira profissional.

O que chama a atenção no time por ele treinado é que seus comandados refletem a imagem e semelhança do antigo jogador Simeone, em termos de obediência tática, de dedicação, de entrega, de doação, de valentia, de vigor físico. Todo isso, aliado a um preparo físico excepcional, faz com que a equipe “simeonesca” se defenda em bloco e em bloco parta para fulminantes ataques (tal qual a seleção da Holanda, de 1974), daí a dificuldade dos adversários em derrotá-la. Claro que, aqui acolá imprevistos acontecem, mas normalmente a vitória é certa (em citada temporada, foram apenas 04 derrotas em 38 jogos).

O título do Campeonato Espanhol foi mais um exemplo do sucesso do clube durante a "era Simeone". Afinal, esse foi o quarto título até o momento do treinador desde que assumiu o comando em 2011: Liga Europa (2011-12), Supercopa da Europa (2012), Copa do Rei (2012-13) e Campeonato Espanhol (2013/14).

A prova definitiva que Simeone veio para ficar, e do reconhecimento do seu trabalho, está no fato de que ainda hoje (após 10 anos) permanecer firme no comando do Atlético de Madrid e ser adorado pela sua vibrante torcida.




(jogador de futebol), o argentino D

A "SINUCA DE BICO" - José Nilton Mariano Saraiva

O “jogo de sinuca” é uma das diversões mais saudáveis e prazerosas pra se passar o tempo e jogar conversa fora, preferencialmente com uma “geladérrima” ao lado e uma suculenta “panelada” assistindo tudo. E, claro, com a torcida vibrando e dando pitaco, ao lado. Difícil imaginar que ainda exista alguém que não o tenha praticado, independentemente da idade, credo, raça ou sexo.


Relativamente fácil, o objetivo é “encaçapar”, em um dos seis buracos existentes na mesa de jogo, obedecendo a uma pré-determinada sequência numérica, bolas de cores distintas e valendo entre 01 e 07 pontos. Para tanto, existe uma oitava bola, apelidada de “carambola” (ou traidora), que é a que se presta unicamente pra “empurrar” as “co-irmãs” pro “buraco” (pra dentro da caçapa), evidentemente que impulsionada pela maestria do “taco” do jogador. Consagra-se aquele que ao final fizer mais pontos.

Como em todo jogo, entretanto, no de sinuca também existem suas técnicas, segredos e táticas. Dentre elas, certamente a que apresenta maior grau de dificuldade para o “jogador da vez”, é quando o adversário lhe aplica a famosa “sinuca de bico”.

A “sinuca de bico”, que muitos cognominam “beco-sem-saída”, se dá quando o jogador tem a bola-da-vez protegida atrás de uma ou mais bolas, de forma que fica extremamente difícil acertá-la, mormente em estando a mesma na “bica” pra ser encaçapada.

É aí que entra a excelência e refinamento técnico do jogador da vez, que terá obrigatoriamente que usar as bordas da mesa de jogo (tabelas) para atingir a bola-do-jogo, sem tocar nas que estão entre elas. Há que se usar o chamado “efeito”, a fim de encontrar um “caminho alternativo” pra se atingir o objeto de desejo (a bola da vez): pelos lados, por cima, jogando prá trás, enfim, inventando uma “marmota” qualquer.

Fato é que o esporte cresceu tanto que até já existem redes de TVs que patrocinam e exibem campeonatos de sinuca, trazendo para tanto “experts” do mundo inteiro na arte de encaçapar as bolinhas. E você ficará de “queixo-caído” se tiver oportunidade de ver o que os grandes mestres “aprontam” em cima do tabuleiro verde.

Vale conferir.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

O FÁBIO JÚNIOR QUE NÃO ERA... "JÚNIOR" - José Nilton Mariano Saraiva


O uruguaio Ladislao Mazurkiewicz Iglesias (1945/2013), sem favor nenhum um dos grandes goleiros do mundo (pegava “até pensamento”) merece a homenagem que o “pai-torcedor” do Atlético Mineiro (onde jogou entre 1972/74) lhe prestou, ao batizar o filho com o seu nome.
Só que a homenagem saiu um tanto quanto “truncada” (para não dizer “atrapalhada”), já que Mazurkiewicz transformou-se não mais que de repente em Mazuquiebe, graças ao lapso do anotador cartorário de plantão. Isso, no entanto, não deslustra ou invalida a intenção original. O ídolo foi reverenciado, sim.
Lamentável é que a televisão brasileira e a imprensa tupiniquim, ao noticiar a sua morte, não tenham mostrado ou se referido às suas portentosas defesas ou aos verdadeiros milagres operados por Mazurkiewick embaixo das traves, mas, sim, haja priorizado o vídeo e feito comentários sobre duas “presumíveis” falhas cometidas pelo próprio, mas que, na realidade, se concretizaram muito mais em razão da genialidade de Pelé, então no auge da sua forma, do que propriamente por erro do grande goleiro: o “drible da vaca” que quase resultou em gol e o “tiro de meta” cobrado pelo goleiro e seguido da imediata “devolução” da bola, por Pelé, do meio do campo em direção ao gol. Momentos antológicos do futebol.
Mas, retomando o fio da meada, uma outra homenagem que merece ser citada teve como personagem o jogador Fábio Júnior (à época defendendo o América Mineiro) e foi revelada pelo próprio, de forma quase que acidental.
É que, ao término de mais uma partida pelo Campeonato Brasileiro, o repórter abordou-o para a tradicional entrevista sobre o resultado do jogo, como era jogar debaixo de uma chuva tão intensa, o gol que fizera e coisa e tal e, ao final, respeitosamente resolveu mandar “...um abraço para o seu Fábio”.
E aí se deu o diálogo surpreendente:
Jogador: Quem é “seu Fábio” ???”.
E o repórter, surpreso: “Ué, seu pai, você não é o Fábio Júnior ???”.
O jogador, assustado, retomando a palavra: “Tá de brincadeira, ó cara, o nome do meu pai é Bastião”.
O repórter, abismado; “Como, o seu nome não é Fábio Júnior ???
E, aí, veio o esclarecimento definitivo: “Não, cara, é que minha mãe era fã de carteirinha do cantor Fábio Júnior e resolveu homenagear ele me dando o mesmo nome”.
O repórter, mais tranquilo, não perdeu a pose: “Bem, então dê o meu abraço em seu Bastião, ok” ???
Jogador, rindo: Ok.
A curiosidade é que nenhum dos “filhos-Fábios” (o original e o genérico) é filho de nenhum “pai-Fábio” a fim de ter no sobrenome o “Júnior” : enquanto o que “poderia” ter sido o pai (o cantor/ator) se chama Fábio Correa Ayrosa Galvão (nascido em São Paulo em 21.11.1953 e é filho de William), o que “quase” foi seu filho (o jogador), assina Fábio Júnior Pereira (nascido em Minas Gerais em 20.11.1977 e é filho de Sebastião da Silva Pereira).
Ainda hoje continuam a exercer competentemente as respectivas profissões, apesar, evidentemente, da acentuada diferença de idades: nasceram no mesmo mês (11), quase no mesmo dia (20/21), mas, o ano (quanta diferença): 1953 e 1977.
Pensando bem, bem que um poderia ser pai do outro, né não ???





terça-feira, 23 de junho de 2020

O "PEQUENO DRÁCULA" - José Nilton Mariano Saraiva



Fluente em inglês e espanhol, boa pinta, austero, simpático, comumente rigoroso, Marco Antônio Rodriguez Moreno, o bom árbitro de futebol mexicano que foi selecionado para atuar na Copa do Mundo de Futebol, de 2014, realizada no Brasil, é professor de Educação Física, tem 1,79 de altura e 81 kg.

Para ser infortúnio, no entanto, tem um apelido do qual não deve gostar nem um pouco, mas que aprendeu a aceitar por pura conveniência marqueteira: o “PEQUENO DRÁCULA”, face à incrível semelhança fisionômica com o dito-cujo (Drácula, como se sabe, era aquele vampiro famoso, originário da “Transilvânia”, que antigamente assustava a meninada - nós outros, sessentões de hoje - via telona dos cinemas).

Pois bem, indicado para apitar o clássico Uruguai X Itália, de repente Rodriguez Moreno deixou passar um lance capital do confronto: aquele em que o atacante uruguaio Luiz Sóarez provando não ter nenhuma tendência “naturalista”, mas, sim, uma avidez carnívora desmedida, deixa o futebol propriamente de lado e quase decepa/arranca a cabeça do zagueiro italiano Giorgio Chiellini ao aplicar-lhe uma vigorosa dentada à altura do pescoço (as “marcas caninas” foram mostradas pela TV e como é a terceira vez que faz isso, em campeonatos diversos, Sóarez corre o risco de ser suspenso do resto da Copa do Mundo).

No entanto, embora justificadamente o caso tenha sido explorado o máximo pela mídia, porquanto a imagem da televisão foi pura e cristalina em relação à violência do lance, no relatório do árbitro à comissão de arbitragem da FIFA tal ocorrência não foi sequer citada e nem o “amarelinho”, que se fazia merecedor foi usado (Rodriguez Moreno alega não ter visto o lance).

Com o afunilamento do torneio (tanto que metade dos concorrentes tomaram o caminho de volta pra casa), a esperança dos que querem evitar um confronto com o Uruguai é que, tal qual procedeu em casos análogos (no passado), a FIFA puna com absoluto rigor o jogador, com base apenas nas imagens geradas pela TV (o que constituiria um desfalque de peso para quem quer chegar lá).

No entanto (e por enquanto), à espera de tal decisão a pergunta que todos se fazem é: será que o “PEQUENO DRÁCULA” (o juiz mexicano Marco Antônio Rodriguez Moreno) deixou propositadamente de punir o jogador uruguaio por “ciúmes”, ao entender que ali, naquele momento e com imagens geradas para todo o mundo, nenhum outro Drácula (“fajuto”) poderia ser alvo dos holofotes a ponto de ofuscar a imagem dele, o “PEQUENO DRÁCULA”, primeiro e único vampiro no pedaço ???

Será ???









domingo, 21 de junho de 2020

O "SERESTEIRO DO PLANALTO" - José Nilton Mariano Saraiva


Como ninguém é de ferro, em determinadas ocasiões o então Presidente da República Lula da Silva reunia nos fins de semana alguns membros do governo, na Granja do Torto (uma das residências oficiais do Presidente da República), a fim de confraternizar e jogar conversa fora.
Evidentemente, predominava a informalidade (nada de agenda, assuntos sérios, paletó, gravata e por aí vai), até porque o objetivo era esquecer por algumas horas os grandes problemas da nação, a pressão diuturna e... se reoxigenar para a batalha da semana seguinte.
Alguns dos frequentadores, entretanto, intimamente miravam mais à frente, porquanto já se falava abertamente, àquela altura, sobre a sucessão presidencial, vez que Lula da Silva se achava impossibilitado de concorrer mais uma vez (já houvera sido reeleito). E isso, claro, mexia com o ego e a vaidade de uns, que sonhavam ostentar o “passaporte” homologatório da candidatura sucessória das mãos do todo-poderoso chefe.
Para tentar viabilizar-se como tal (candidato indicado pelo presidente, sim senhor), alguns fugiam do lugar-comum e adotavam a heterodoxia plena, naturalmente partindo do pressuposto de que “não importam os meios empregados, conquanto o objeto de desejo seja alcançado” (nem que tivessem que se expor ao ridículo e à chacota de muitos, no decurso da engenharia política afeta).
Um dos frequentadores assíduos de tais noitadas, Ciro Gomes (um megalomaníaco que se julgava uma espécie de “messias”) bolou um jeito todo peculiar de se chegar ao chefe ainda mais e agradá-lo mais que todos, na perspectiva de ser o escolhido: assim é que, sabedor da preferência musical do chefe, deu um jeito de colocar no “cardápio-noturno”, da Ganja do Torto, o “momento musical”; e aí, em plena madrugada, do cerrado do planalto central ecoava a sofrível voz do “seresteiro do planalto”, tanto melosa quanto interesseira.
O resto todo mundo já sabe: Lula da Silva não se deixou levar pela “puxação-de-saco”, preferindo privilegiar a ministra Dilma Rousseff para concorrer (com sucesso), à sua sucessão.
Cartas postas à mesa, Ciro Gomes, preterido e sentindo-se injustiçado, procurou as televisões para, em horário nobre, afirmar em alto e bom som que entre a candidata escolhida por Lula da Silva e a de José Serra (já então seu arqui-inimigo), este seria muito mais preparado, porquanto, como ele, Ciro Gomes, já houvera sido governador, ministro e tal, enquanto Dilma Roussef não tinha nenhum atrativo em seu currículo.
Foi então que, orientada pelo mentor (Lula da Silva), a candidata a presidente ofereceu-lhe uma simples “coordenação de campanha”, no Nordeste. Foi o suficiente e bastante para emudecê-lo de vez. Tanto é que trocou de novo de posição: voltou com malas e bagagens para a candidatura Dilma Rousseff.
A pergunta, então, é: um cara desses, sem qualquer consistência programático-ideológica, é confiável ???



sábado, 20 de junho de 2020

"GIBA NELES" - José Nilton Mariano Saraiva

Que ele, em sua atividade, prestou relevantes serviços à nação, ignorar quem há de ??? Que nos fez sentir um orgulho imenso de ser brasileiro, como esquecer ??? Que serviu de exemplo para toda uma geração de jovens, alguém ousaria discordar ???. E como olvidar dos momentos prazerosos que nos propiciou ???
Mas… o tempo passa (OU PASSAMOS PELO TEMPO ???)
Fato é que, como ser humano, envelhecemos inexoravelmente e não há como disso fugir; e, em seu caso específico, mesmo sendo um atleta de ponta (e até por isso mesmo, já que o treinamento é por demais exigente e rigoroso) os músculos compreensivelmente teimam em não mais obedecer as ordens emanadas do cérebro, a flexibilidade já não é a mesma, o fôlego já escasseia, o cansaço chega mais cedo, o campo visual progressivamente se restringe, as contusões aparecem com mais constância e apresentam dificuldade de recuperação; e, em consequência, o rendimento jamais será repetido.
Melhor, então, ter humildade de reconhecer tudo isso, evitando que uma biografia irretocável seja manchada por simples vaidade, capricho ou teimosia. Impõe-se, pois, a entrega do bastão ao sucessor.
Assim, a chegada do “ocaso” de um ídolo é um momento extremamente penoso, sofrido e difícil, não só para o próprio, mas, principalmente, para a sua legião de admiradores, já que sempre existirá, intimamente, aquele desejo de “quero mais”, que “ainda dá” e por aí vai.
A reflexão acima é só pra pontuar que o nosso esplendoroso atleta “GIBA” (do vôlei), cuja história de vida e superação será sempre um exemplo pra gerações futuras (enfrentou e venceu um câncer, ainda na juventude), despediu-se da seleção brasileira com o travo amargo de uma derrota inexplicável numa final olímpica (depois de abrir 2 x 0 contra a Rússia e no terceiro set marcar 21 x 19, a seleção brasileira sofreu a virada de 3 x 2).
Restou-nos a certeza e o lamento que um ser humano tão especial merecia mais um título mundial em seu currículo, mais uma vez ser considerado o melhor do mundo, de novo uma medalha de ouro no peito. Chegou tão perto...
Como não deu, só nos resta saudá-lo efusivamente com o tradicional bordão do locutor global, que o Brasil inteiro aprendeu a gritar a plenos pulmões nas madrugadas ou manhãs de domingos, quando a seleção mais dele precisava: “GIBA NELES” !!!











sexta-feira, 19 de junho de 2020

"DÉJÀ VU" - José Nilton Mariano Saraiva

Os moradores de Fortaleza, todos sabemos que nas administrações Juraci Magalhães e Antônio Cambraia a cidade experimentou um surto de desenvolvimento inquestionável; e para corroborar isso, à época a muito bem bolada propaganda oficial anunciava que para se constatar o progresso vigente na cidade bastava “abrir a janela” e lá estavam viadutos, parques, novas ruas, praças, etc.

Uma dessas obras e de grande utilidade foi o Parque Parreão I, localizado no Bairro de Fátima (vizinho à Rodoviária, entre as avenidas Borges de Melo e Eduardo Girão) porquanto um local destinado a prática de caminhadas, atividades físicas, reencontro de amigos e por aí vai; enfim, um agradável e aprazível local para onde acorriam os moradores de diversos bairros, principalmente nas manhãs e finais do dia.

Compreensivelmente e como de praxe, a fim de registrar para a posteridade sua marca, a administração de então fincou numa das laterais do parque um modesto pedestal encimado por uma placa onde registrado estavam os nomes do prefeito e secretário responsável (Juraci/Cambraia), data da inauguração (03 de Setembro de 1993) e outras informações básicas.

De lá para cá o Parque Parreão I, por descaso e falta de manutenção, enfrentou um desgastante e corrosivo processo de degradação, com o consequente afastamento daqueles que o frequentavam, tendo em vista a invasão do pedaço por marginais de alta periculosidade.

Eis que, na atual administração da cidade, houve a “recuperação” do Parque Parreão I, só que com um detalhe ESTARRECEDOR e de uma DESONESTIDADE a toda prova: mantido o pedestal original, a placa com os nomes de Juraci Magalhães e Antônio Cambraia foi criminosamente substituída por uma outra onde os frequentadores tomam conhecimento que o Parque Parreão I foi “INAUGURADO” em 16.setembro.2014, na administração do prefeito Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra, tendo como secretário da prefeitura um tal Samuel Antônio Silva Dias e chefe da regional IV o senhor Francisco Airton Morais Mourão.

Ou seja, no interstício de 21 anos - entre setembro/1993 e setembro/2014 - o Parque Parreão nunca existiu e nunca foi usado pela população (inclusive o signatário), foi apenas um sonho de verão (o que deixa os seus frequentadores com a ESTRANHA SENSAÇÃO DE “DÉJÀ VU”).

Além do desrespeito patente a um dos maiores prefeitos de Fortaleza (já falecido), tal atitude simboliza uma irresponsável e abusada tentativa de APROPRIAÇÃO INDÉBITA, porquanto os fortalezenses que usam o Parque Parreão I (já há mais de duas décadas) sabem que o próprio foi idealizado, projetado e inaugurado pela dupla Juraci Magalhães/Antônio Cambraia (no dia 03 de Setembro de 1993, é necessário que se repita). 
Conclusão: do jeito que está, temos configurada uma situação ilegal, imoral e amoral e, se restar uma nesga de honestidade ao atual prefeito da cidade a placa original (com os dados corretos) será reposta e, ao seu lado, aí sim, um outro pedestal e uma outra placa informarão da “REINAUGURAÇÃO” (e não “INAUGURAÇÃO”) do Parque Parreão I, na atual administração. É o mínimo que se pode esperar de pessoas com um átimo de ética, sensatez, honestidade e clarividência (difícil e encontrar na atual gestão de Fortaleza).

Portanto, “desonestidade” é a palavra apropriada a ser usada para explicar a estapafúrdia decisão do atual prefeito de Fortaleza de, em assumindo como se fossem suas grandes obras realizadas por prefeitos que lhe antecederam, tentar apagar da memória da cidade todo um passado.

E aqui urge que alguma providência possa ser tomada por quem de direito, sob pena de que tenhamos uma espécie de “exterminador da história”, já que dentro em breve uma simples reforma de um IJF, a ponte sobre o Rio Ceará, os viadutos que proliferam pela cidade e por aí vai, serão “INAUGURADOS” e terão sua paternidade atribuída ao atual prefeito da cidade.

Afinal, SE O “PARQUE PARREÃO” FOI INAUGURADO EM 16.09.2014 PELO ATUAL PREFEITO DA CIDADE, ESTARIAM SEUS FREQUENTADORES ACOMETIDOS DE “DÉJÀ VU” ???

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O que é Déjà Vu:



Déjà vu (pronuncia-se Déjà vi), é um termo da língua francesa, que significa “já visto”. Trata-se de uma reação psicológica que faz com que o cérebro transmita para o indivíduo que ele já esteve naquele lugar, sem jamais ter ido, ou que conhece alguém, mas que nunca a viu antes.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

UM "PEQUENO-GRANDE" GESTO - José Nilton Mariano Saraiva


E de repente, de uma área não muita afeita a manifestações da espécie, porquanto povoada por atletas, “machões sarados”, aparentemente embrutecidos, e ainda por cima praticantes de um esporte onde o contato físico forte e ríspido é uma constante (o futebol), uma atitude inusitada, um laivo de ternura e afeto, um “pequeno-grande” gesto, que parece ter passado despercebido pela maioria dos que o vivenciaram, ao vivo ou via telinha (pelo menos não se ouviu ou se leu nada, a respeito).

Deu-se na frienta noite londrina, no novo e monumental estádio de Wembley, por ocasião da partida final da Copa dos Campeões da Europa (2010/11), quando se enfrentaram as tradicionais e valorizadas esquadras do Barcelona (Espanha) e Manchester United (Inglaterra), dois dos maiores expoentes do mundo futebolístico da atualidade.

Aos fatos.

Quase ao final do aguardado confronto (aos 43 minutos do segundo tempo), que mobilizou adeptos do futebol em todo o mundo, com o jogo já definido e o título assegurado em favor do excepcional Barcelona (3 x 1), o técnico Guardiola (ex-jogador do próprio clube), numa atitude de grandeza e desprendimento, resolve prestar uma justa homenagem ao seu correto “capitão”, o aguerrido zagueiro Puyol, que, lesionado, não tivera condição de adentrar ao gramado, de início.

Então, faltando dois minutos para o término da pugna, convoca-o a substituir um companheiro, com o claro intuito de, naquele momento maior, no ápice daquela gloriosa jornada, braçadeira de capitão no braço, fazê-lo erguer o troféu de campeão e, consequentemente, aparecer para a posteridade nas TVs de todo o mundo, ao vivo e a cores, e na primeira página dos principais jornais do mundo, dia seguinte.

Providenciada a substituição, daí a pouco o juiz determina o término do jogo. E foi então, no momento da premiação, ante um batalhão de fotógrafos e centenas de canais de televisão de todo o mundo, que se deu o inusitado, aquilo que denominamos um “PEQUENO-GRANDE” gesto, pela espontaneidade e nobreza do ato: o guerreiro Puyol, evidentemente que fugindo do script armado pelo técnico-amigo Guardiola, mostra toda a sua humildade e excelência de caráter, ao abdicar de tamanha honraria e delega ao discreto companheiro Abidal (lateral esquerdo), o privilégio de erguer o troféu, como se fora o verdadeiro “capitão” da equipe catalã.

Explica-se: meses atrás, Abidal fora desenganado pelos médicos, em razão da descoberta de uma grave e normalmente letal enfermidade (“câncer” no fígado) e fora afastado sumariamente das atividades esportivas; agora, após um tratamento pra lá de penoso, ali, ante um estádio ocupado por 80 mil pessoas e com a partida sendo transmitida pra bilhões de telespectadores em todo o mundo, além da confiança do técnico Guardiola em escalá-lo e mantê-lo durante toda a partida, Puyol, o “capitão” de todos eles, que entrara ao final do jogo unicamente pra exercitar o que lhe conferia a patente de capitão, humilde e simbolicamente transferia pra ele, Abidal, o privilégio de erguer o troféu de campeão.

Uma cena de cortar corações e levar qualquer um às lágrimas. E, embora alguns teimem em afirmar que “homem que é homem não chora”, acreditem, não resistimos à cena e ante os dois filhos adolescentes, também emocionados, “abrimos o berreiro”. Uma atitude de “homem” (do Puyol), difícil de encontrar por essas bandas (e prestamos esse depoimento, sem nenhum constrangimento).



quarta-feira, 17 de junho de 2020

O "DESPERTAR" DO DRAGÃO - José Nilton Mariano Saraiva


Em obediência ao “misticismo” que caracteriza sua milenar cultura, a República Popular da China optou pela figura de um imponente “dragão” para representá-la. E esse dragão, após uma longa e quase interminável noite de sono, despertou; e despertou disposto a recuperar o tempo perdido, provocando um autentico terremoto global.

Como metade do mundo e a outra banda sabem, 40/50 anos atrás o que conhecíamos a respeito da China é que se tratava de um país de dimensões continentais e que abrigava a maior população (de “olhos puxados”) do mundo (hoje, algo em torno de 1,4 bilhão de pessoas) e comandada com mão de ferro pelo “revolucionário” Mao Tse Tung.

Eis que (não mais que de repente), quando resolveu implementar um misto de “socialismo-capitalista” (pra lá de paradoxal, não ???), a China explodiu e assustou a humanidade e, dúvidas não tenham, daqui a pouco assumirá a condição de maior potência do mundo (se já não o é), deixando para trás Estados Unidos, Japão e outros).

O segredo disso tudo tem a ver com a “mão de obra” sobrando e barata, investimento pesado na educação, e a necessidade premente de se inserir na cadeia produtiva capitalista, objetivando produzir “rendimentos de escala”.

Para os menos íntimos nos fundamentos da ciência econômica, a variável “rendimentos de escala” é a determinação de se produzir priorizando a “quantidade”, de forma que o custo se reduza ao final do processo produtivo, possibilitando uma considerável diminuição no preço final; ou seja, pratica-se propositadamente um preço baixíssimo, aparentemente impossível de ser exercitado, de modo que o produto “rode” bastante (tenha saída), fazendo com que o rendimento obtido na “quantidade vendida” se sobreponha à sua venda em “menor quantidade e por um preço elevado”.

O resultado está aí: em qualquer cidade do mundo, tanto numa visita aos mais sofisticados shopping centers e lojas de departamento, quanto na birosca da esquina de um chinfrim bairro periférico, “batemos de frente” com uma infinidade de produtos “made in China” (o que leva os não conhecedores dos “rendimentos de escala” a se perguntarem: como é que pode, um negócio ser fabricado lá “do outro lado do mundo” e ser vendido aqui por um preço tão baixo; tem produto vendido a R$ 1,99, por incrível que pareça).

Para tanto, lá atrás a China formou um verdadeiro exército de executivos de alto nível e os distribuiu mundo afora, com a ingente missão de “catalogar” quais produtos eram produzidos nas mais diversas áreas; assim, quer você queira um prosaico cortador de unhas ou um smartphone top de linha, um alfinete diminuto ou um computador último tipo, um foguete espacial ou uma simplória baladeira, de tudo a China produz e exporta em quantidade (alguns, às vezes de qualidade duvidosa).

Pois foi a partir da visão de estadista do então presidente Lula da Silva que o Brasil literalmente “descobriu” a “comunista” China; primeiramente, ao se “libertar” das garras dos “xerifes do mundo” (norte-americanos, que até então, sob Fernando Henrique Cardoso, mandavam e desmandavam por essas bandas).

Num segundo momento, sabedor que a China teria uma extraordinária importância para a arrancada do Brasil rumo à condição de potência mundial, já que um carente e potencial mercado consumidor de um portfólio de produtos que tínhamos condições de supri-la com sobras, despachou uma bem treinada missão diplomática com o intuito de mostrar tudo isso e estreitar os laços de amizade.

Bingo. Hoje (pelo menos até recentemente), a China se transformou no principal IMPORTADOR dos produtos brasileiros (petróleo, produtos agrícolas, pecuários e por aí vai) e até um Banco de Desenvolvimento, congregando as principais potências emergentes do mundo (Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul – BRICS) foi fundado, visando fortalecer e alavancar os interesses recíprocos.

No momento, lamentavelmente, aconselhado por seus “filhos-numerais” (01, 02 e 03) o mentecapto (00) que por um aborto da natureza está Presidente do Brasil, já reatou com os gringos e mostra disposição de romper de vez com os “comunistas” chineses.

Assim, depois de uma “construção” tão trabalhosa e difícil comandada por um estadista, a “desconstrução” vapt-vupt, patrocinada por uma cambada de “sem noção”.

É a volta do velho complexo de “vira-lata”.


DESIDERATA - Max Ehrmann

Siga tranquilamente o seu caminho, entre a inquietude e a pressa, lembrando-se que há sempre paz no silêncio. Tanto quanto possível, sem se humilhar, mantenha-se em bons termos com todas as pessoas que o cercam.

Fale a sua verdade, mansa e claramente, e ouça a dos outros, mesmo a dos insensatos e ignorantes, pois eles também têm a sua história para contar.

EVITE AS PESSOAS AGRESSIVAS, AGITADAS E QUE FALAM ALTO; ELAS AFLIGEM O ESPÍRITO.

Se você se comparar com os outros, acabará se tornando presunçoso ou magoado, pois sempre encontrará alguém superior ou inferior a você.

Desfrute as suas realizações, bem como os seus sonhos e mantenha-se interessado em sua carreira, por mais humilde que seja, pois ela é um ganho real, na sorte mutante dos tempos.

Tenha cautela nos negócios, porque o mundo está cheio de astúcia, mas não se torne cético, porque a virtude existirá sempre. Muita gente luta por altos ideais e por toda parte a vida está cheia de heroísmos.

Seja você mesmo, sobretudo não simule afeição nem seja descrente no amor, porque, mesmo diante de tanta aridez e desencanto, ele é tão eterno quanto a relva.

ACEITE SERENAMENTE OS ENSINAMENTOS DO PASSAR DOS ANOS, RENUNCIANDO AOS HÁBITOS PRÓPRIOS DA JUVENTUDE.

Alimente a força do espírito, que o protegerá no infortúnio inesperado, mas não se desespere com perigos imaginários: O MÊDO NASCE DO CANSAÇO E DA SOLIDÃO.

A despeito de sua disciplina rigorosa, seja gentil consigo mesmo; afinal, você é filho do universo, irmão das estrelas e das árvores e tem o direito de estar aqui. E, quer se aperceba disso ou não, não tenha dúvida que o Universo segue na direção certa.

Portanto, ESTEJA EM PAZ COM DEUS, COMO VOCÊ O CONCEBA e, quaisquer que sejam seus trabalhos e aspirações na fatigante jornada da vida, mantenha-se em paz com sua própria consciência. Pois, apesar de todas as falsidades e sonhos desfeitos, este ainda é um mundo lindo e maravilhoso.

Seja cauteloso. Lute para ser feliz.




terça-feira, 16 de junho de 2020

CADÊ OS "TATUZÕES" DO CID GOMES ??? - José Nilton Mariano Saraiva


Quando o “agente público” se dispõe a contratar (a peso de ouro), uma grande construtora para a realização de obras estruturais de porte (hidroelétricas, rodovias, usinas, ferrovias, metrôs e por aí vai), implícita e explicitamente se pactua a responsabilidade da contratada em prover não só os recursos humanos necessários (peões e especialistas), mas, principalmente, todo o equipamento pesado e indispensável para a consecução do planejado. É assim (ou deveria ser) em todo lugar do mundo (aqui ou na China, na Rússia ou no Afeganistão): construtoras de nome e porte são proprietárias e/ou tratam de alugar toda a parafernália a ser usada em tais projetos.

Só que, no Estado do Ceará, quando da gestão de um dos megalomaníacos irmãos Ferreira Gomes, a coisa não funcionou bem assim. E a prova da irresponsabilidade nos foi dada ao tomarmos conhecimento da “herança maldita” deixada pelo ex-governador Cid Ferreira Gomes para o seu afilhado político e sucessor Camilo Santana: o “rico” Estado do Ceará  (é vero, senhores, acreditem, não estamos a delirar) “torrou” (ou doou, ou jogou fora) incríveis e exorbitantes R$ 135.000.000,00 (cento e trinta e cinco milhões de reais) com a compra de dois “tatuzões”, maquinário a ser utilizado (única e exclusivamente) na construção da linha leste do metrô de Fortaleza (já pensou, uma “comissãozinha” de inofensivos 3%, sobre o valor da obra ???).

Há que se levar em conta, a fim que tenhamos condição de imaginar a dimensão da verdadeira “insanidade” (só isso ???) perpetrada pelo então governador do Estado (engenheiro civil, embora nunca tenha projetado ou sequer erguido uma banal choupana de taipa) que, à época, além do “preço galático” de tão sofisticado equipamento, estranhamente “pequenos-grandes” detalhes foram “esquecidos” ou desconsiderados, a saber:

01) para manobrar/operacionalizar tais equipamentos, obrigatoriamente seriam contratados “técnicos especializados” e, consequentemente, hiper bem remunerados, onerando sobremaneira o já combalido orçamento estadual (comenta-se, inclusive, que no mercado interno não existe disponível tal profissional, tornando-se necessário buscá-los lá fora);  

02)  até a “vovozinha de Taubaté" sabe que o Estado do Ceará não tem a mínima condição de suprir a energia elétrica (e até a própria “voltagem”) a ser usada para acionar referidas máquinas, o que, em termos práticos, significa que o tal maquinário simplesmente não poderia sequer ser “plugado/ligado na tomada”; e, finalmente,

03) se algum dia, num futuro distante, tal equipamento tiver condição de ser utilizado, mesmo que por breve período, é perfeitamente factível questionar qual a destinação que lhe será dada “a posteriori”, na perspectiva de que Fortaleza não terá tão cedo condição (econômico-financeira) de comportar-construir linhas de metrô a torto e a direito.   
Assim, há de se questionar se tão esdrúxula decisão (comprar os “tatuzões”, ao invés de pagar a construtora pela sua utilização, como é praxe em qualquer lugar do mundo) não poderia ser enquadrado como um grave ato de “improbidade administrativa”, porquanto o uso leviano e perdulário do dinheiro público estaria caracterizado, sem se levar em conta vivermos num Estado onde recorrentemente grassa a fome e a sede.

Fato é que, face à inoportunidade, à desnecessidade e, principalmente, à deficitária (ou inexistente) relação “custo-benefício” implícita em sua aquisição, os onerosos e inoperantes “tatuzões” do Cid Gomes tenderão a se tornar, ao longo do tempo, símbolos frios, imóveis, silentes, desgastados e emblemáticos do descaso e desrespeito para com a sociedade e à seriedade.

Verdadeiros monumentos à insensatez e ao descaso, cadê os “tatuzões” do Cid Gomes ???



segunda-feira, 15 de junho de 2020

O "CONSELHEIRO" (02) - José Nilton Mariano Saraiva

O "CONSELHEIRO" (02) 

Matando a cobra e mostrando o pau.



A maior geradora de energia limpa e renovável do planeta


A diretoria de Itaipu apresentou ontem (16.03.2006), sexta-feira, ao Conselho de 
Administração da empresa,  um relatório sobre as falsas denúncias publicadas 
pelas revistas Veja e IstoÉ.  O ministro da Integração Nacional, 
Ciro Gomes, que participou de sua primeira reunião 
no Conselho, e o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau Cavalcanti,
afirmaram que as denúncias são incabíveis.


O "CONSELHEIRO" - José Nilton Mariano Saraiva


Quem conhece pelo menos um pouco da história recente do país sabe que Ciro Gomes chegou a Ministro da Fazenda por um banal acidente de percurso – a captação por parabólicas de uma conversa em off  do então ministro Rubens Ricúpero com um repórter global (Carlos Monfort, seu cunhado) na qual afirmava que... “eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”.
Falastrão e loquaz, Ciro Gomes foi um gestor tão incompetente à frente da Fazenda que demorou no cargo menos de quatro meses (de 06/09/1994 a 01/01/1995) no final da gestão do atabalhoado presidente Itamar Franco e, hoje, não se cansa de mentir despudoradamente quando afirma em suas palestras que... “ajudei a salvar o Real” (não ajudou nada, até porque nada sabia sobre).
Pelo contrário, escorraçado da Fazenda (por incompetência) pelo então eleito presidente FHC (o medíocre vendilhão, vulgarmente conhecido por “boca de sovaco”), a partir de então, rancoroso, devota-lhe um ódio visceral.
Agora, o que pouca gente sabe e Ciro Gomes não faz a menor questão que saibam (parece até querer esconder ou sentir vergonha de), é que nos governos petistas, já na condição de Ministro de Estado, participou de “conselhos” de algumas empresas estatais, entre as quais a poderosa Itaipu Binacional (um “penduricalho” nada desprezível pra ajudar nas despesas, mas não tão ético assim, tanto que não consta das diversas versões do seu “curriculum” distribuídos na web).
Hoje, após três fragorosas derrotas em eleições presidenciais,  na tentativa de se manter sob os holofotes retomou o velho hábito de mudar de partido por conveniência, assim como “trair” àqueles que o ajudaram (quem não lembra o que fez ao seu padrinho político  Tasso Jereissati)  ao investir furiosamente contra o ex-presidente Lula da Silva, que sempre o apoiou e lhe deu visibilidade.
Sem favor nenhum um bom tribuno (aqui, justiça lhe seja feita), parece entender intimamente que poderá chegar lá na base do “gogó” (tal qual FHC) e destruindo reputações, o que, convenhamos, não lhe será suficiente.