TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 29 de junho de 2014

Vermelho pro "canibal uruguaio" - José Nilton Mariano Saraiva

Foi pouco, muito pouco, pouco mesmo. Apenas nove (09) jogos de suspensão de competições patrocinadas pela entidade, quatro meses na “geladeira” (banido que foi de jogar bola nesse período, e sequer poder adentrar um estádio de futebol) e mais uma multazinha irrisória (cerca de R$ 250 mil), esta a punição que a FIFA houve por bem aplicar ao “canibal” Luis Suárez, jogador de futebol da seleção uruguaia que se viciou em alimentar-se de partes do corpo dos colegas de profissão, durante as partidas de que participa (depois de “degustar” o sabor da carne de um holandês e um inglês, agora o “canibal uruguaio”, em plena Copa do Mundo, resolveu “deglutir” o pescoço de um italiano). É, pois, um tri-incidente cosmopolita.

Mas, como o futebol é pura “emoção”, porquanto desprovido de qualquer “razão”, principalmente quando o objetivo maior é o de ser campeão do mundo, depois da “palhaçada” que patrocinou na Copa do Brasil, Luis Suárez foi corretamente mandado de volta pra casa, pela FIFA, e aí se deu o inusitado: no aeroporto, centenas de torcedores à espera do “canibalzinho” para prestar-lhe “solidariedade”. Ou seja, corroboravam com o grave erro por ele cometido, transformando-o numa espécie de herói nacional. E mais inusitado ainda: entre tais torcedores, ninguém menos que o Presidente da República, que fora protestar contra tão severa punição.


Pobre do país que enaltece e cultua (pseudos) heróis, porquanto de pés-de-barro.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

O Sedento Deus Liberdade

J. Flávio Vieira

A violência sempre esteve ligada ao poder.
                                    E a violência masculina é um exercício perverso do poder.  
Affonso Romano de Sant' Anna

                                   A Violência é uma irmã siamesa da Civilização. A história da humanidade , desde os seus primórdios, tem sido escrita  com a rubra tinta do sangue. A evolução natural da nossa espécie nunca conseguiu debelar esse mal, apenas ele foi se metamoforseando e aparecendo com outras nuances e outras máscaras. A pólvora substituiu a espada, o canhão à espingarda, o tanque de guerra ao aríete. Se se reparar direitinho,  a Violência tem seu nascedouro nas nossas mais simples relações domésticas. Por trás dela sempre existe impulsionando-a o exercício do poder : seja de pai para filho, de patrão para empregado, do rico para o pobre, do político para o eleitor, do homem para a mulher, da nação mais favorecida contra as mais lascadas. A célula mater da Violência, no entanto, brota das nossas mais simples e domésticas  relações humanas. E ela nos aproxima, mais que nada, das nossas origens animalescas, quando abandonamos o racional e agimos como um lobo na matilha.
                                   No Cariri convivemos com uma chaga secular: a Violência contra a mulher. Entre 2009 e 2011, a cada 90 minutos,  uma mulher foi morta no Brasil , no mesmo período, só no Ceará, pereceram 684 mulheres. Estes índices são assustadores. Recentemente, aqui no Cariri,  nos espantamos, novamente, com dois fatos que, de tão comuns, parecem já corriqueiros. Duas médicas foram alvo impensável desta temida violência. Semana passada, Dra. Ângela Gimbo sofreu um atentado terrível, que quase lhe ceifou a vida, por razões estranhas e que estão em processo de investigação. Dra. Ângela é  uma profissional da mais alta qualificação, infectologista radicada na região há muitos anos e que atualmente assumia, com enorme desenvoltura,  o Cargo de Diretora da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte. Não bastasse esta notícia triste, esta semana, uma outra médica, Dra. Elizabete Bernardo, viu-se vítima de um crime passional, perpetrado por seu antigo companheiro, perdendo a vida de forma trágica e brutal. Dra. Elizabete era professora também da Faculdade de Medicina de Juazeiro e profissional capacitada e de finíssimo trato. Aparentemente, se tratam de dois crimes totalmente isolados e sem qualquer ligação um com o outro, há, no entanto, um fio condutor ligando as duas tragédias.
                                   No caso da Dra. Ângela, possivelmente, há motivos relacionados diretamente à sua atividade como dirigente de uma empresa educacional.  Administrar é ferir interesses de um lado ou do outro. Não será difícil para os investigadores fecharem o firo. O desvendamento do crime é essencial para que os caririneses ao menos consigam dormir com alguma tranquilidade. No caso da querida Dra. Elizabete, homicício seguido de suicídio, deslinda-se,  imediatamente,  a causa , mas permanece o gosto de fel em todos os seus amigos e admiradores. Em ambas situações percebe-se , claramente, a questão de Gênero presente. Os últimos cinquenta anos se caracterizaram por um avanço expressivo nos horizontes femininos. A mulher passou a ocupar espaços até então tidos como um  monopólio masculino. Conseguiram uma invejável independência financeira, levando a que hoje já sejam cabeça de família de um terço dos lares brasileiros. Já não precisam se submeter ao julgo do varão que lhe dava o pão mas , em troca, as mantinha subjugadas. Já não necessitam ser infelizes, mantendo relacionamentos de fachada. No trabalho, também, têm as mulheres formas peculiares de administrar, são, em geral, mais corretas e menos propensas ao “jeitinho”. Todas essas transformações , no entanto, não foram percebidas, ao que parece, pelo sexo antigamente tido como forte. Amor não correspondido se torna uma afronta para aquele que sempre se achou proprietário universal  da sua  companheira. Regras e leis cumpridas à risca viram uma agressão para os adeptos das maracutaias tão tupiniquins.
                                   Dra. Ângela e Dra. Elizabete são mais  dois cordeiros imolados  ao sedento Deus Liberdade. Esperamos que sejam os últimos. É preciso se pensar num mundo melhor e mais justo, onde o homem não seja o lobo do homem. Que diabos de animal racional é esse e que ainda se diz feito à imagem e semelhança do Criador ? Se pensamos desarmar nossos espíritos e atiçar nossos corações é preciso provar que já conseguimos sair da Selva e que criamos leis mais humanas e mais justas de convivência social.


Crato, 27/06/14    

quarta-feira, 25 de junho de 2014

O "pequeno Drácula" - José Nilton Mariano Saraiva

Boa pinta, austero, comumente rigoroso e fluente em espanhol e inglês, Marco Antônio Rodriguez Moreno, o bom árbitro de futebol mexicano que foi selecionado para atuar na Copa do Mundo de Futebol, atualmente realizada no Brasil, é professor de Educação Física, tem 1,79 de altura e 81 kg. Pra ser infortúnio, no entanto, tem um apelido do qual não deve gostar nem um pouco, mas que aprendeu a aceitar por pura conveniência marqueteira: o “pequeno Drácula” (Drácula, como se sabe, era aquele vampiro famoso, que assustava a meninada, via telonas dos cinemas).

Pois bem, indicado para apitar o clássico Uruguai X Itália, de repente Rodriguez Moreno deixou passar um lance capital do confronto: aquele em que o atacante uruguaio Luis Sóarez, provando não ter nenhuma tendência “naturalista”, mas, sim, uma avidez carnívora desmedida, deixa o futebol propriamente de lado e quase arranca o ombro do zagueiro italiano Giorgio Chiellini, ao aplicar-lhe uma vigorosa dentada, à altura do pescoço (as marcas caninas foram mostradas pela TV e como é a terceira vez que faz isso (em campeonatos diversos), Sóarez corre o risco de ser suspenso do resto da Copa do Mundo).

No entanto, embora justificadamente o caso tenha sido explorado o máximo pela mídia, porquanto a imagem da televisão é pura e cristalina em relação à violência do lance, no relatório do árbitro à comissão de arbitragem da FIFA tal ocorrência não será citada, já que Rodriguez Moreno sequer apitou falta ou mostrou-lhe o “amarelinho”, que se fazia merecedor (alega não ter visto o lance).

Com o torneio se afunilando, tanto que metade dos concorrentes já voltou pra casa, a esperança dos que querem evitar um confronto com o Uruguai é que, tal qual procedeu em casos análogos, no passado, a FIFA puna com absoluto rigor o jogador, com base apenas nas imagens geradas pela TV (o que constituiria um desfalque de peso para quem quer chegar lá).

No entanto (e por enquanto), à espera de tal decisão a pergunta que todos se fazem é: será que o “pequeno Drácula” (o juiz mexicano) deixou propositadamente de punir o jogador uruguaio por ciúmes, ao entender que ali, naquele momento e com imagens geradas para todo o mundo, nenhum outro Drácula (“fajuto ou de araque”) seria alvo dos holofotes a ponto de ofuscar a imagem dele, o “verdadeiro Drácula”, primeiro e único vampiro no pedaço ???

segunda-feira, 23 de junho de 2014

"Decepcionante" - José Nilton Mariano Saraiva

Dez dias após seu início, com jogos quase diariamente, tem sido prá lá de “decepcionante” a Copa do Mundo de Futebol, que ora se realiza no Brasil, sob os auspícios da FIFA.

E os motivos são vários: a) os estádios (ou Arenas) além de “pebas”, não foram concluídos (deverão sê-lo somente em 2038, conforme preconizado por uma tal revista VEJA, vulgarmente conhecida por “ÓIA”); b) o clima de insegurança é “palpável” e notório, e espraia-se por todas as cidades sedes, do Rio Grande do Sul ao Amazonas; c) em razão disso, o fluxo de turistas não foi o esperado (afinal, só os mais corajosos aventurar-se-iam a vir participar de uma festa dessas num país subdesenvolvido e repleto de índios e marginais); d) como reflexo, os comerciantes, que investiram pesado (principalmente da rede hoteleira) já sentem no ar a perspectiva de prejuízos milionários; e) em termos de comunicação, a Internet no Brasil tá uma “merda” só, impossibilitando que os visitantes se comuniquem com familiares, bem como que os jornalistas de todo o mundo não tenham condições de enviar suas matérias às redações; f) o transporte mostra-se ineficiente (tanto o público como o privado), além do que as vias de acesso não oferecem condição de tráfego; g) o caos aéreo é uma dura realidade, já que as empresas que operam o setor  não têm estrutura nem aeronaves suficientes pra atender os que aqui aportaram (mesmo que em número reduzido); h) os aeroportos, funcionando a “meio-pau” são um péssimo cartão postal, envergonhando-nos; i) o povo brasileiro, deseducado por natureza, tem tratado os “gringos”com desdém e menosprezo, desferindo-lhes “patadas” a torto e a direito; j) os jogos até aqui realizados têm tido um público chinfrim, já que esse mesmo povo nunca concordou com a sua realização; k) enfim, paira o sentimento de que, por ser um país subdesenvolvido, o Brasil não atrai nenhuma atenção, mesmo sendo sede de uma competição de tal porte, tanto que os jornais do mundo inteiro não fazem a mínima questão de divulgar (a Copa e o país).

Em resumo, a Copa do Mundo, no Brasil, tem sido “DECEPCIONANTE” sob todos os aspectos que se possa imaginar, só que: para determinados segmentos da mídia nacional (capitaneados pela tal VEJA) que, desde o anúncio da sua realização, diuturnamente optaram por tentar esvaziá-la, a ponto de insuflar a própria mídia internacional, fazendo-a embarcar na canoa furada do caos que seria; tem sido “DECEPCIONANTE” para os profetas do caos, os maus brasileiros, os eternamente do contra, os sectários e radicais de plantão que, por questões político-partidárias (ou simplesmente por serem contra o atual governo), anunciaram em alto e bom som, com estardalhaço, que “não vai haver Copa nem Olimpíada” (para tanto, fizeram o possível e o impossível pra isso).

Pois é, APESAR DELES, a verdade verdadeira é que até aqui não temos apenas uma Copa do Mundo; temos a maior de todas as Copas, a “Copa das Copas”, a nossa Copa (do Brasil), com tudo pronto e funcionando às mil maravilhas (salvo questões pontuais); temos tido embates monumentais dentro das quatro linhas, tanto que o número de gols marcados já é um recorde: e, mais importante, temos a certeza de que os “gringos” literalmente “redescobriram o Brasil”, já que vivamente impressionados com a beleza do nosso país, com a segurança que encontraram em nossas ruas e, principalmente, com a recepção, o carinho e afeto que lhes estão sendo ofertadas pelo povo e governo brasileiro (ontem, na Beira Mar, aqui em Fortaleza, dava pra ver e sentir quão felizes estavam alemães, americanos, ganenses, suecos, mexicanos, portugueses, japoneses e mais uma “ruma de alienígenas”; um espetáculo digno de nos fazer sentir orgulho do Brasil). 

E mais: por paradoxal que possa parecer, a mesma mídia internacional que antes alertava sobre o perigo iminente de se viajar ao Brasil e, principalmente, sobre se tínhamos ou não condição de sediar um evento de tamanha magnitude como a Copa do Mundo, agora não só se penitencia publicamente como é pródiga em derramar fartos elogios sobre a organização e a nossa capacidade em fazê-lo.

Uma prova ??? ]
A declaração de um antigo ferrenho crítico, o jornalista britânico Jason Davis: “SE A COPA DO MUNDO FOR ASSIM COMO ESTÁ SENDO NO BRASIL, QUE TODAS AS COPAS DO MUNDO SEJAM NO BRASIL” (ipsis litteris).
É pouco ou querem mais ??? 


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Eles "USAM" black tie - José Nilton Mariano Saraiva

Ao contrário do comportamento-padrão daqueles que nada têm a temer  ou esconder, mas, sim, sentem orgulho e satisfação em propagandear os feitos da agremiação a que pertencem, nas eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010 a “tucanalhada” (PSDB) fugiu como o diabo foge da cruz de qualquer referencia ou citação à gestão de oito anos (1995-2002) do tucano-mor Fernando Henrique Cardoso.

Como se sentissem vergonha e considerassem aquele nefasto e sombrio período uma espécie de nódoa irremovível na elitista elegância “black tie” tucana, permitir a presença de FHC no palanque nem pensar, porquanto representaria verdadeira afronta, perigosa sinalização de chuvas e trovoadas, adiante. Assim, a ordem foi enfática e contundente: “deletar” o chefe dos palanques de campanha e/ou de qualquer aparição pública. Foi o que aconteceu. E isso tem um nome, desaprovação.

É que, constatado restou, através de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, posteriormente publicizadas, (foram inúmeras) existia uma “quadrilha tucana” instalada no gabinete do então presidente do BNDES (Mendonça de Barros) que obtivera autorização expressa do “chefe-maior” pra usar seu nome (do Presidente da República) em transações prá lá de suspeitas, durante o processo de privatização (doação) do setor telefônico nacional, objetivando beneficiar, via fundos de pensão estatais, nada menos que o maior bandido do Brasil, senhor Daniel Valente Dantas. Foi o que aconteceu. E  isso tem um nome, corrupção.

Uma outra imoralidade que desnudou o mafioso modus operandi tucano de administrar à época FHC e que veio a público, foram as declarações espontâneas dos então deputados federais acreanos Ronivon Santiago e João Maia, confirmando terem recebido (assim como outros três colegas da bancada acreana) R$ 200 mil reais, cada, a fim de votarem pela reeleição de FHC. Foi o que aconteceu. E isso tem um nome, corrupção (um adendo: teriam sido “comprados”, a esse preço, 150 deputados, de diversos estados e siglas, segundo o senador gaúcho Pedro Simon).

Eis que agora, certamente que confiando na memória curta do povo brasileiro, o candidato do PSDB que irá disputar as próximas eleições presidenciais, o playboy Aécio Neves, à falta de um projeto para o país, resolve “fazer justiça” (palavras dele), ressuscitando FHC como se houvesse sido um grande administrador. Não foi o que aconteceu. E isso tem um nome, desonestidade.

O que podemos deduzir, então, é que ao espelhar-se num homem que deixou a ética de lado e corrompeu Deus e o mundo objetivando ganhos pessoais (nem que naquele momento o país literalmente estivesse afundando, tanto que valeu-se do famigerado FMI em três oportunidades), o senhor Aécio Neves implicitamente compactua e chancela toda a sujeirada e corrupção praticada pelo chefe.

Sinal de que, se algum dia chegar lá (e não será dessa vez), adotará idêntico proceder ???   


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Perigosa "depen(neimar)dência" - José Nilton Mariano Saraiva

Ainda no alvorecer da competição, não mais que de repente uma nesga de decepção, desconfiança e pessimismo tomou de conta de boa parte da apaixonada torcida brasileira, depois da extrema dificuldade que a nossa seleção de futebol encontrou para suplantar o “ferrolho” da Croácia e, principalmente, do insosso empate sem gols com os aguerridos mexicanos.

E é fácil detectar que tal estado de espírito deu-se em razão do “óbvio ululante”: a dependência quase que visceral do bom time brasileiro, nesses dois jogos, ao tal Neimar, tido como o principal jogador do nosso selecionado (é que, mesmo jogando em casa, inexplicavelmente outras peças ainda não renderam o que podem).

No duro no duro, parece até que a partir do instante em que a mídia nacional “endeusou” o tal jogador de uma forma até que irresponsável, porquanto o ungindo e colocando-o no panteão de “salvador da pátria”, isso serviu de material de alta combustão para insuflar os torcedores, daí essa expectativa irracional e desmedida de que o tal jogador será capaz de decidir tudo, a toda hora e quando quiser. E, definitivamente, a coisa não funciona assim, como agora estamos a constatar. Até porque, se bem marcado ou mesmo se num dia não muito inspirado, temos que ter um plano B, encontrar alternativas outras que nos permitam avançar.

Assim, antes que a vaca vá pro brejo, o técnico Felipão, macaco velho no trato de questões sobre, ao tempo em que pedia paciência à torcida destacou exatamente isso: que o tal jogador não é um “astro-rei” ao redor do qual orbitam satélites inexpressivos, que o time tem que priorizar o coletivo em detrimento do individual, tem que remeter tal aura de dependência às calendas gregas e, enfim, tem que aprender a se virar nos momentos de dificuldades.

Afinal, temos, sim, outros jogadores que ainda não renderam o esperado, mas que, numa simples mudança de posicionamento durante os treinos ou até depois de uma conversa mais séria com o comando, se conscientizem que estão em débito com a nação e tratem de corresponder o que deles se espera (vide Daniel Alves, Paulinho e Fred, principalmente, jogadores passados na casca do alho, mas que até agora decepcionaram). O recado foi curto e grosso: se não atingirem o desejado, serão sacados (e já na partida seguinte).

No mais, a história está aí por testemunha: evoluindo para a segunda fase nosso time naturalmente encorpará, ganhará a consistência, solidez e confiança necessárias pra deslanchar rumo ao tão sonhado HEXA.

Até porque, queiram ou não os pessimistas de plantão (e/ou os eternamente do contra), a nossa camisa ainda impõe respeito, aqui e alhures e, apesar da exuberância e excelência do futebol que estão a praticar esquadrões como a Alemanha e Holanda, eles ainda tremem quando enfrentam o Brasil.

Portanto, a partir do “jogo da classificação’ (contra a seleção de Camarões) teremos que nos livrar dessa “depen(neimar)dência”, a fim de, no crepúsculo da competição, nos habilitarmos a disputar a finalíssima com as poderosas Alemanha e/ou Holanda (que num certo momento baterão de frente, sobrando uma delas).


Alguém tem dúvida ??? 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A família "HEXA" - José Nilton Mariano Saraiva

Com a busca, por parte da seleção brasileira, do “hexacampeonato” mundial de futebol, pelo menos uma curiosidade veio à tona: é que em Brasília, capital federal, na família “Carvalho da Silva” nada menos que 14 dos seus 24 integrantes são portadores de “polidactilia” (para os que desconhecem, trata-se de uma mutação genética que leva uma pessoa nascer com dedos a mais).

Orgulhoso, o patriarca Francisco de Assis Carvalho da Silva (o “pioneiro” da anomalia) juntou toda a “família 6 dedos” (tanto nas duas mãos como nos dois pés) homens, mulheres e crianças e fez questão de posar para os fotógrafos, ao tempo em que aproveitou a oportunidade para, em tom de gozação, declarar ao jornal O Globo:  "Nós já somos hexa. O Brasil é que precisa correr atrás de nós".


Prometeu, também, levar a “família six” pra prestigiar a seleção brasileira no jogo contra Camarões, na próxima segunda-feira.

sábado, 14 de junho de 2014

"Burrice Siderúrgica" - José Nilton Mariano Saraiva

Um evento portentoso e de dimensões planetárias, como o é uma Copa do Mundo, não é apenas e tão somente um mero torneio de futebol. Trata-se, em verdade, de uma rara oportunidade do país-sede, seu povo e sua cultura serem divulgados pela mídia, planeta afora. E para um país de dimensões continentais, bonito por natureza, com uma fauna e flora exuberantes, costumes multifacetados e com integrantes de diversas etnias, como o nosso Brasil (e que ainda figura hoje com destaque entre os “emergentes” do mundo em termos de importância estratégica), nada mais apropriado que aproveitar a ocasião para convincentemente vender-se como um lugar receptivo e aprazível.

Afinal, a chamada “indústria sem chaminés” – o turismo – é na atualidade uma geradora de divisas em potencial, contribuindo para consistentemente alavancar o país que tiver competência para usá-la com sabedoria e discernimento (vide países como a França, Itália, Japão, China e por aí vai ).

Pois bem, o nosso povo, o povo humilde das ruas, compreendeu de pronto o significado desse momento histórico e, conscientemente, fez o seu papel, tratando os visitantes internacionais com carinho, desvelo, atenção e amabilidade. E como estamos numa “aldeia global”, o reflexo de tal recepção foi imediato: jornais e TVs de todo o mundo divulgaram opiniões dos visitantes, todos extasiados e a trombetear o nosso país, porquanto “bonito, grande, de boa comida, com mulheres lindas e, principalmente, um povo extremamente receptivo e cordato”. 

Mas, aí, a “burrice siderúrgica” pintou no pedaço. E no apogeu da festa. É que uma minoria de “iluminados” desprovidos de um mínimo de educação, civilidade e espírito democrático, acomodados na área VIP do estádio onde o Brasil faria sua estréia (vizinho à tribuna de honra, onde  ficam as autoridades convidadas) resolveu “saudar” ninguém menos que a nossa Presidenta da República, com o raivoso refrão: “Ei, Dilma, vá tomar no cu” (é vero, senhora, acreditem) mesmo conscientes, e até por isso mesmo, que a solenidade estava sendo transmitida para bilhões de pessoas, mundo afora. Algo inadmissível e difícil de acreditar, principalmente por tratar-se da nossa mandatária maior, eleita democraticamente pela maioria da população brasileira.

Ora, amigos, se não gostam da Presidenta, se por questões ideológicas lhe são oponentes, se discordam do modo como ela governa ou do partido a que é filiada, quer queiram ou não têm de admitir que ela ali estava representando o nosso país, cacifada pelo aval de milhões de patrícios (além do que, no mínimo a “instituição” Presidência da República merecia respeito).

Fato é que a “coisa” foi tão imoral e despropositada que mesmo alguns adversários políticos e parte da mídia que lhe faz uma crítica sistemática e diuturna se manifestaram contrários, reprovando o ocorrido.

Exceção para o senhor Aécio Neves, futuro rival na próxima eleição presidencial que, mostrando um caráter duvidoso, tentou tirar proveito da situação ao declarar que “a presidente está sitiada”.

Logo, Aécio Neves, cuja “folha corrida” não o credencia a tais tipos de arroubos (governador/senador de Minas Gerais vive “farreando” no Rio de Janeiro, onde já foi flagrado dirigindo embriagado e na companhia de prostitutas, e se negou, por motivos óbvios, a usar o bafômetro).


É esse o homem que os que xingaram Dilma Rousseff, querem pra ser Presidente da República ???

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Na Liberdade : Uma mocinha com uma orquídea

Recendia  um frescor que se lhe escapava por todos poros. Aquele mesmo que se pressente no primeiro desabrochar do lírio na primavera ou no  amadurecer do fruto opimo no pomar. Como se a vida explodisse em toda sua fúria, naquele interlúdio único: entre a promessa do passado e  a perspectiva evanescente   do futuro.  A mocinha ali estava  na Feirinha da Liberdade e vestia-se do seu despojamento e do seu frescor. Os demais adereços e penduricalhos, naquela idade, pareciam todos perfeitamente supérfluos. Um shortinho jeans , um tênis All Star, uma blusinha curta, deixando antever a barriga tanquinho. O cabelo liso, algo revolto, caía-lhe, por sobre os ombros, delicadamente, como uma cascata. Os olhos vivíssimos, negros, observavam, inquietamente, ao derredor, sem se demorarem muito em qualquer foco, cobrindo, avidamente, os  cento e oitenta graus. A mocinha carregava consigo aquele bulício típico da idade, como um  pássaro , na árvore, tremeluzindo entre os galhos, arisco, temendo o caçador.

                        Na mão esquerda, em concha, estendida  na altura da coxa, a mocinha sustentava um jarrinho com uma orquídea que acabara de comprar. Com  flores de quatro pétalas brancas, fortemente  chamuscadas de lilás e um tubérculo central rubro, em formato de fechadura, a orquídea enchia os olhos de quem a visse, olhos já meio  transbordantes  pelo frescor da menina.  Havia um pacto tácito entre as duas imagens que se somavam, tal dois viços que se fundissem e pipocassem:  como a fusão  dos dois núcleos de hidrogênio na Bomba H. E resplandeciam na certeza de que o ciclo natural da vida ali se iniciava com todo no seu fragor. Aquela visão fazia-se única atemporal e eterna.  Depois , também para a mocinha e a orquídea, viriam o verão , o outono , o inverno. As pétalas murchariam, ressecariam e tombariam pelo solo, prontas para um novo renascimento, para a sucessão de vibrações regulares e  infinitas de um   mesmo pêndulo.    Até que um dia, por fim, a ferrugem do tempo emperraria o pêndulo e subsistirá  apenas a lembrança da mocinha, da orquídea que, como num alinhamento de planetas, um dia se reuniram na Liberdade e passaram a ser apenas uma entidade  una e resplandecente, imune às traças das horas e à oxidação, aparentemente inexorável , dos segundos.

J. Flávio Vieira

quinta-feira, 12 de junho de 2014

"PRA FRENTE, BRASIL" !!! - José Nilton Mariano Saraiva

Fora de campo, já começamos ganhando. Basta atentar para a “falação” dos “gringos” a respeito do nosso Brasil: “país enorme, bonito, com boa comida e mulheres lindas”, reverberam literalmente extasiados. Estranharam, e muito (ainda bem) o clima de paz e concórdia que encontraram nas nossas ruas, porquanto haviam sido alertados sobre a insegurança nelas reinante, não confirmada ou constatada por eles. Mas, principalmente, chega a ser comovente o depoimento deles a respeito da contagiante “simpatia, doação e receptividade” do nosso povo, diferente de “todos os povos do mundo”, asseguram, visivelmente impressionados.

E se alguém tinha alguma dúvida sobre algum legado que esta Copa deixará, é bom colocar o pessimismo de lado e anunciar em alto e bom som essa irrecorrível certeza: independentemente das obras inacabadas, da corrupção (que se faz presente em qualquer parte do mundo, quando da realização de um evento de tamanho porte), da dificuldade de comunicação por conta da diversidade de povos que nos visitam, adquirimos, sim, desde já, o “status” de candidato a “destino preferencial” de milhões de turistas, num futuro bem próximo. E, isso, claro, gera divisas.

Já em relação ao futebol propriamente dito, claro que existem sobejas condições de conquistarmos o “HEXA”. Temos um bom, experiente e competitivo time, uma torcida apaixonada e disposta a incentivar e carregar a seleção nas costas (se necessário) e, principalmente um “comandante” exigente e já testado e aprovado nessa mesma competição, quando nos sagramos pentacampeões, em 2002. E com um adendo importante: espécie de “psicólogo informal”, Felipão já mostrou ser capaz de fazer com que seus jogadores produzam mais do que são capazes (o tal do Neimar (cai-cai), por exemplo, jogou como “gente grande”, ano passado, na Copa das Confederações; particularmente, vamos torcer, de verdade, para que agora repita a dose, embora não o tenhamos na conta de um craque excepcional, como a mídia insufla).

Alfim, 64 anos depois da frustração pelo fracasso da primeira Copa do Mundo que patrocinamos, e das 05 monumentais conquistas posteriores (todas fora de casa), agora é chegada a hora de, dentro de casa, reafirmarmos ser o Brasil o mais gabaritado na arte de jogar futebol. A bola vai começar a rolar daqui a pouco. Que os “deuses do futebol” estejam do nosso lado.

PRA FRENTE, BRASIL !!!   

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Passaporte pra "bagunçar" e, até... "matar" - José Nilton Mariano Saraiva

Os que têm um mínimo de consciência e discernimento de que a “cabeça humana” não é apenas e tão somente um órgão para separar as duas orelhas, sabem (ou deveriam sabê-lo) porque os viram atuar com desassombro ao vivo e a cores, na telinha, que os tais “black-blocs” são bandidos de alta periculosidade, vermes capazes de contaminar legiões de desavisados, elementos sectários e radicais, mas essencialmente covardes na acepção plena do termo, porquanto providencialmente usuários de um adorno que impossibilita serem reconhecidos: a máscara (se fossem bravos, corajosos, destemidos e responsáveis pelos seus atos, como se julgam, não se esconderiam atrás de). 

Assim, protegidos por tão infame instrumento, exacerbam em suas manifestações e, tal qual uma epidemia incontrolável, um rolo compressor humano ensandecido, se danam a quebrar, depredar, agredir, desrespeitar e, até... matar (lembram do repórter cinematográfico, Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes, covardemente morto por um rojão disparado por um desses marginais ???).

Só que, na hora do “pega pra capar”, da repressão à altura (incrivelmente condenada por alguns), sempre encontram uma maneira de evadir-se, de se mandar, deixando para trás um rastro de estrago e destruição, facilmente detectável.

Pois, agora, surgiu uma novidade, a respeito, só que um tanto quanto inverossímil: é que o Ministério Público do Ceará, ignorando tão mafioso modus operandi sancionou, publicizou na mídia em geral e instruiu a polícia militar, a permitir que esses marginais usem e abusem do uso das tais máscaras, nas citadas manifestações, sem que haja necessidade de importuná-los. A ordem é: só agir e eventualmente reagir se notar que os “coitadinhos” demonstram alguma atitude hostil (ou seja, eles seriam antecipadamente consultados do porquê de estarem usando a máscara, bem como se pretendem fazer algum tipo de baderna).

A justificativa, hilária se não fosse potencialmente trágica, é de que, como no nosso “carnaval” os brincantes podem usar a máscara livremente, sem serem importunados, por qual razão nessas manifestações seus integrantes não o podem fazê-lo, igualmente ??? Como se vê, numa aberração sem tamanho e estapafúrdia, em todos os sentidos, os ilustres e letrados componentes do Ministério Público do Ceará igualam uma festa tradicional, um momento do mais puro lazer e diversão de famílias inteiras (como o é o nosso carnaval), com um aglomerado hostil e disposto a tudo que não seja legal (black-blocs).

A conclusão, minimamente racional, só pode ser uma: a bandidagem acaba de receber, das ditas autoridades constituídas, um autentico “passaporte para bagunçar e, até... matar”.  Impunemente (sem ser molestada).


Preparemo-nos, mas torcendo para que tal não aconteça.

"Culpa" em cartório ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Hoje, quando no Brasil se almoça, se janta, se dorme, se sonha e se respira futebol todo dia e o dia todo, uma briga periférica, mas braba, na arena política, chama a atenção dos mais atentos.

É que, em resposta ao senhor Ciro Gomes, que o acusara de ser "chefe de uma milícia ligada ao narcotráfico”, o Capitão Wágner, da Polícia Militar do Ceará, hoje exercendo o mandato de vereador de Fortaleza, não titubeou e, partindo para o contra-ataque (mas sem citar nomes, num primeiro momento) soltou a seguinte pérola: “nós temos relatos na crônica policial de vários políticos envolvidos em orgias regadas a cocaína, bebidas, prostitutas e meu nome não aparece em nenhum desses relatos”.

Foi o bastante e suficiente para o chefe do clã Ferreira Gomes, mesmo sem ter sido nominado, se mostrar visivelmente incomodado, a ponto de replicar: “nunca usei drogas na vida, a não ser álcool moderadamente e nos fins de semana”. 

Na tréplica, o "capitão-vereador" foi contundente e, agora citando-o nominalmente, afirmar que, caso o Ceará não tivesse uma Assembléia Legislativa tão submissa, o senhor Ciro Gomes estaria trancafiado em um presídio. Os dois prometem acionar a justiça e levar o caso aos tribunais.

Agora, aqui pra nós, meros mortais comuns, uma pergunta inocente insiste em aflorar: se o senhor Ciro Gomes “se queimou” com tanta facilidade ante o caustico (embora genérico, já que sem citar nomes) comentário do vereador em relação ao uso de drogas por políticos, terá alguma culpa em cartório ??? 



terça-feira, 10 de junho de 2014

ACABOU ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Nesses dias, o compreensível envolvimento “full time” do povo brasileiro com a Copa do Mundo de Futebol acabou por obscurecer a atuação dos nossos craques num outro esporte que de há muito tornou-se, também, “paixão nacional”, tanto que hoje é a segunda modalidade esportiva preferida do brasileiro: o “vôlei”.

Como se sabe nossas seleções, masculina e feminina de vôlei, mercê de campanhas memoráveis, já abiscoitaram campeonatos mundiais, ligas mundiais, olimpíadas e o que pintou pela frente. Daí o respeito e a admiração que conseguiram granjear aqui e alhures, acolá e mais adiante (tem gente que treme quando nos enfrenta).

Em razão disso, desde já intimamente alimentamos a quase certeza de que nas próximas Olimpíadas, que também teremos a honra de patrocinar (com brilho), essas duas medalhas de ouro já estão “no papo” (ninguém nos tira).

Pois bem, como dito no primeiro parágrafo, coincidindo com a realização da Copa do Mundo de Futebol em nosso país, já há cerca de duas semanas a nossa seleção brasileira masculina de vôlei participa de mais uma Liga Mundial da modalidade, sob o comando do mesmo surrado, batido e abusado técnico Bernardinho.

Mas, aqui pra nós, a coisa tá “ruça” e nos deixa com uma pulga atrás da orelha. É que nos 06 (seis) primeiros jogos realizados (aqui na “terra brasilis”), a nossa outrora imbatível seleção ganhou apenas duas (02) e fracassou feio quatro (04) vezes, a saber: Brasil 1 x 3 Itália, Brasil 1 x 3 Itália, Brasil 3 x 0 Polônia, Brasil 0 x 3 Polônia, Brasil 3 x 2 Irã e Brasil 0 x 3 Irã.

A preocupação é maior quando se constata que conseguimos a “proeza” (acreditem porque é vero) de perder para a inexistente seleção iraniana por 3 x 0. Alguém aí do outro lado da telinha por acaso sabia que no Irã eles jogam vôlei ???

Além do que, deu pra notar que os nossos jogadores não têm mais a mesma alegria, a mesma garra, a mesma disposição, disputando o jogo de forma burocrática e, até, irresponsável (parecem ter abusado e não mais ligar para as caretas e exigências do ranzinza Bernardinho).

Agora, vamos saír pra cumprir a segunda volta, lá fora: no Irã, na Polônia e na Itália, nos três próximos finais de semana. E aí vamos poder constatar se o que aconteceu aqui foi só uma “nuvem passageira” ou se o “encanto” se desfez, acabou, emudeceu.


Com a “panela de pressão” em sua “temperatura máxima” em termos futebolísticos, vamos ter de encontrar uma "nesguinha" de tempo pra torcer por uma reação do nosso vôlei.   

sexta-feira, 6 de junho de 2014

"Snowden" - José Nilton Mariano Saraiva

Independentemente da manifestação de “juízos de valor” dispares que há de gerar sobre, a verdade é que a decisão do jovem, tímido e discreto americano Edward Snowden (31 anos) em “vazar” segredos de Estado e conseqüentes abusos cometidos pelos governos americano e britânico no tocante à invasão da privacidade (via controle irrestrito da Internet, inclusive telefone), acabou por prestar um relevante serviço à humanidade.

Fato é que, gênio da computação (e até por isso mesmo), mesmo sem possuir curso superior Snowden conseguiu ascender à condição de graduado “espião-senior” da NSA (Agência de Segurança Nacional, dos Estados Unidos, que atuava conjuntamente com a britânica GCHQ), tendo acesso, pois, a informações ultra-secretas e de largo poder de destruição.

No entanto, a partir de um certo instante, ao constatar que os superiores (inclusive o presidente Barack Obama) mentiam desbragadamente sobre o que ali se passava, visando obter do Legislativo americano e inglês facilidades, e possuído por uma repentina conscientização sobre os malefícios que estaria a provocar à humanidade (na constatação que a “coisa” era bem maior do que imaginava, mesmo que para um espião), surpreendentemente acabou por “virar a casaca”.

E aí se deu o ato metamorfósico: após copiar e abrigar em pen-drives fortemente criptografados milhões e milhões de documentos e informações ultra-secretas resolveu fugir para Hong Kong, na China, onde, valendo-se de jornalistas do britânico The Guardian (devidamente selecionados), “botou a boca no mundo”.

Foi um Deus nos acuda, principalmente porque até aquela data as duas agências governamentais não tinham a menor idéia de quem teria tido acesso e houvera vazado aquilo que até então se considerava ultra-secreto. E aí mais uma prova de destemor de Snowden: mesmo sabendo que estava a assinar o próprio “atestado de óbito”, resolveu mostrar a cara publicamente, gravando uma entrevista esclarecedora a respeito do “porque” ter agido daquela forma.  

Para se ter idéia da ESTRATOSFÉRICA E ABSURDA DIMENSÃO da “coisa”, basta um só dado: num dia apenas, as informações obtidas pela NSA e GCHQ, via grampeamento dos cabos de fibra ótica que perpassam EUA e Inglaterra, chegaram a 39 BILHÕES de dados coletados - isso mesmo, com “B”, de bola - contemplando não só o cidadão-comum, mas, principalmente, líderes de todo o mundo (o próprio Barack Obama,  David Cameron, Angela Merkel, Dilma Roussef, e os presidentes da França e da Indonésia, dentre outros, tiveram suas conversas e e-mail gravadas e copiadas).

Sem poder contestar as bombásticas revelações, em razão de a farta documentação ter sido exposta nos jornais e TV, os governos americano e britânico tiveram que admitir a ilegalidade do modus operandi utilizado, ao tempo em que usaram a justificativa de tratar-se de uma preocupação permanente com o terrorismo, após o atentado às “tôrres gêmeas”, em 2001.

Hoje, após um período recluso, sabe-se que Snowden se acha exilado na Rússia, com visto de permanência provisório (que expirará em agosto/2014). Voltar ao seio da família nos Estados Unidos jamais, já que no mínimo pegaria uma prisão perpétua, porquanto considerado um “traidor”. Daí a busca desesperada por algum país que aceite conceder-lhe asilo. O Brasil foi sondado.


Você, aí do outro lado da telinha, o que acha disso: o Brasil deve abrigá-lo permanentemente ??? Ou isso representaria uma ameaça à nossa segurança interna e à própria soberania nacional ???